domingo, novembro 06, 2022

Conan – A sombra do abutre

 Em 1973 a revista do personagem Conan finalmente estava se tornando uma série de sucesso. Roy Thomas achou que seria uma boa ideia providenciar uma parceira para o bárbaro que pudesse ser incluída na cronologia (as personagens criadas por Howard, Valéria e Belit só entrariam na vida de Conan muito depois). Para sua sorte, ele encontrou um conto obscuro de Howard chamado A sombra do abutre que apresentava uma heroína ruiva. Apesar da história se passar no final da Idade Média, Thomas adaptou para a era hiboriana. O resultado foi publicado em Conan the barbarian 23 com o mesmo nome do conto: A sombra do abutre.

Desenhada por Barry Smith, a história mostra uma sequência da HQ anterior, sobre o cerco de Makkalet, quando Conan é enviado para um reino vizinho para pedir o cumprimento de uma promessa de ajuda ao reino que está sendo atacado.

A primeira aparição de Sonja nos quadrinhos. 


Uma curiosidade é que no conto original de Howard, o sultão tem uma fixação pelo guerreiro alemão por este ter lhe deixado uma cicatriz no rosto e para se vingar ele chama Mikhal Oglu, o guerreiro que usa asas de abutre em sua armadura. Na versão dos quadrinhos, Thomas pedira para Smith colocar uma sequência em que Conan fere o rosto do monarca invasor. Outra curiosidade é que, quando a história já estava desenhada, Roy Thomas percebeu que precisava de uma entrada triunfal do vilão e pediu para Sal Buscema, que arte-finalizava a revista, para fazer uma página em que o Abutre se apresenta ao rei de Turan.

Sonja só vai aparecer lá na frente, quando Conan, após ser duramente perseguido, entra de novo em Makalet. A guerreria usava uma calça collant e uma blusa de cota de malha. Nada muito chamativo ou célebre como viria a ser o uniforme da personagem.

No começo a personagem era muito diferente da Sonja que nós conhecemos. 

Tirando algumas mudanças, a HQ adapta fielmente vários trechos do conto original, mas fica a impressão de que o limite de páginas diminuiu a força da trama. Alguns pontos, por exemplo, ficam mal explicados. Um exemplo é razão pela qual Oglu usa as asas de abutre. Outro exemplo é o final, em que Conan e Sonja montam uma cilada para o vilão, o que não fica claro na história. Essa HQ funcionaria muito melhor no esquema da revista A espada selvagem, em que roteirista e desenhista tinham várias páginas para desenvolver a trama.

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