domingo, novembro 30, 2008

O nevoeiro




Assisti O nevoeiro, baseado no conto homônimo de Stephen King e adaptado por Frank Darabont, roteirista de Um sonho de liberdade e À espera de um milagre, aliás, as duas melhores adaptações de obras de King (ok, tem também O Iluminado, mas este King renega por considerar que o Kubrick não foi fiel à história). É um bom filme, que se torna mais interessante pela relação entre os personagens e a análise de como as pessoas reagem diante de uma situação extrema, do que pelos monstros ou efeitos especiais, que aliás são bem simples. King é ótimo nisso. Tão bom que nem precisa ser tão explícito.
Vamos a uma sinopse: após uma tempestade, um nevoeiro começa a se alastrar pela cidade, mas parece não ser um nevoeiro comum. Quem entra dentro dele, morre. A história é focada em várias pessoas que acabam ficando presas dentro de um supermercado, entre elas um desenhista que faz cartazes para filmes (o filme começa com ele pintando um cartaz para A torre negra, outra obra de King).
Pessoalmente, acho que o filme ficaria melhor se não fosse mostrado o que existe dentro do nevoeiro. Quando começam a aparecer insetos gigantes e tentáculos, a história sai do foco do terror psicológico para entrar no escatológico. Parece que o King não consegue se conter.


Mas é um bom filme. Vale a pena. Um dos pontos altos é a ironia do final.


sábado, novembro 29, 2008

Wikipédia

A revista Aventuras na História publicou uma matéria sobre a Wikipédia com dados interessantes. Segundo a publicação, pesquisadores da revista Nature comparou 42 artigos científicos da Wiki com os mesmos verbetes na enciclopédia britânica. Foram encontrados oito erros, quatro em cada. No total, os erros e omissões da Wikipédia somaram 162, contra 123 da Britânica. Levando em consideração que a Wikipédia tem mais verbetes, é um empate técnico...

sexta-feira, novembro 28, 2008

Dia de Lewis


Amanhã, dia 29 de novembro, C. S. Lewis completaria 110 anos. Para comemorar, a Igreja Anglicana institu o Dia Lewis. Confira aqui.

Aniversário do Corrêa Neto e políticos que lêm quadrinhos

Ontem fui no anivesário do jornalista Corrêa Neto. Foi uma ótima oportunidade de expressar minha admiração pelo trabalho dele, além de reencontrar amigos. Na foto acima, Corrêa lê recebe um exemplar da segunda edição do meu livro de metodologia científica (que eu não divulguei aqui porque a editora me mandou pouquíssimos exemplares e esses já estavam praticamente vendidos ou reservados).
Uma curiosidade foi encontrar o deputado estadual Camilo Capiberibe, que me confessou que lê o meu blog desde que ele surgiu (na época ele ainda estava no Canadá). O motivo? É que ele também gosta de quadrinhos... embora não seja um fã, me confessou que leu muito Neil Gaiman e mangás. Pois é, Macapá quase teve um prefeito que curte quadrinhos! Lembrando que os EUA vão ter agora, um presidente que gosta de quadrinhos e coleciona Homem-aranha e Conan.
É importante para um político ler quadrinhos? Sim, porque isso demonstra que ele tem um interesse geral por cultura. Hoje em dia alguém que nunca leu quadrinhos é porque provavelmente não tem o costume de ler, pois existem MUITOS bons quadrinhos nas livrarias, sobre os mais diversos temas, de Maus (sobre a perseguição aos judeus) a Sandman. E nós sabemos o quão maléfico é para uma cidade ter um prefeito que acha que cultura é só carnaval...
Aliás, trabalhei algum tempo como jornalista em Curitiba e, no jornal em que trabalha, o caderno de cultura publicava entrevistas com os candidatos a governador e prefeito. Além daquelas perguntas básicas, como, por exemplo, o que o candidato vai fazer pela área de cultura, perguntávamos qual foi o último livro que ele leu, qual foi o último filme, qual a última peça que assistiu... e qual foi o último quadrinho lido.
Ah, abaixo uma foto minha ao lado das minha ex-alunas Márcia Corrêa e Ana Girlene, as duas responsáveis pelo ótimo programa jornalístico Café com Notícia, de segunda sexta, das 7 às 8:30 h, na rádio 94.5.

quinta-feira, novembro 27, 2008


O blog Repiquete, da Alcilene Cavalcante, publicou uma entrevista com a minha amiga Lilian Dalledone, do blog Não me conte seus segredos, que vale a pena conferir.
O mesmo blog publicou uma relação dos políticos paraenses e amapaenses que lêm blogs. Infelizmente, o atual prefeito João Henrique não lê blog (e pelo jeito, nem sua assessoria), o que é lamentável, pois os blogs refletem o que as pessoas estão falando na cidade e ao mesmo tempo, influenciam muito. Vou dar um exemplo: há pouco mais de um ano ano, ouvi de um amigo que o asfalto usado em Macapá era sonrisal (dissolvia na água) e publiquei no blog. Depois essa piada foi repetida em outros blogs e publicada na revista O Pavio. Dia desses, peguei um taxi e o motorista, reclamando da qualidade do asfalto, dizia: ¨Também, esse asfalto daqui de Macapá é sonrisal...¨. A piada apareceu até num debate para a prefeitura, citada pelo candidato Camilo Capiberibe.
Para que achava que os blogs não têm influência, só esse caso demonstra o contrário. Cada vez mais pessoas estão lendo blogs (e cada vez mais pessoas estão criando blogs) e ignorá-los pode ser um erro grave.

Parabéns


Hoje o jornalista Corrêa Neto completa 70 anos. Responsável pelo site mais lido e mais comentado do Amapá, Corrêa é referência no estado. Parabéns!

quarta-feira, novembro 26, 2008

Cursos no sesc

O Serviço Social do Comércio SESC Departamento Regional no Amapá, através da atividade de Cinema e Vídeo, promoverá um Workshop de Direção de Fotografia e cinematografia digital com Othon Castro durante os dias 08 a 13 de Dezembro na sala de exibição Charles Chaplin no turno da manhã. No período de 08 a 12 será ofertado o Curso de Imagem de Som (Introdução ao Desenho de som do filme) com Mário Vieira da Silva.
O curso acontecerá no turno da tarde na sala de exibição Charles Chaplin, ambos os profissionais são do Rio de Janeiro. O Objetivo dos cursos e garantir a formação de multiplicadores. Portanto, podem se inscrever no curso profissionais que atuam na área do audiovisual, acadêmicos de cursos afins e interessados que possuem alguma experiência na área.
As inscrições podem ser feitas na Central de Atendimento do SESC, no valor de R$ 15,00 para comerciários e estudantes e R$ 30,00 para usuários. Informações:Michele Lobo 3241-4440 R/ 242 ou9111-5331

O mercador de olhos

Era um mercador de olhos. Andava pelos sonhos, percorrendo as praias do inconsciente e barganhando olhos para que os cegos pudessem ver enquanto dormiam. A quem lhe cedesse a visão, ele poderia dar qualquer coisa...Um homem gordo trocou toda uma semana de visão por um vôo. Percorreu a cidade por cima dos prédio, sobrevoou as montanhas, divertiu-se como jamais havia se divertido em toda a sua vida. Uma moça loira trocou os olhos por um ombro em que pudesse chorar. Um garotinho ganhou uma dezena de doces, com os quais se empanturrou. Um velhinho chato, mas extremamente solitário, cheirou candidamente um flor e ofereceu-a à esposa, já morta.
Na verdade, ninguém se lembrava ao certo da permuta. Esqueciam as várias horas conversando com o mercador e barganhando o melhor preço, procurando um desejo mais secreto... Passavam um dia, uma semana, um mês, conforme o combinado, sonhando sem imagens e acordavam jurando que havia sido uma noite sem sonhos.
O que ninguém sabia, ou desconfiava, é que o mercador também era cego. Estavam tão envolvidos na dura tarefa de escolher um desejo não realizado que nem davam pela coisa. Nenhuma única vez o mercador se aproveitou de sua posição para conseguir um olho para si.
Minto. Uma única vez ele o fez. Surrupiou as retinas de um rapaz sardento e se escondeu à sombra de uma árvore que crescia como musgo no telhado de uma casa.Estava arfante, nervoso. Segurou as duas bolinhas entre as mãos e colocou-as uma a uma nos buracos dos olhos.
O mercador fechou momentaneamente as pálpebras e abriu-as novamente. Pela primeira vez ele pode observar o mundo. Era tudo lindo e maravilhoso!Viu doces meninas cantando canções ao luar. Viu riachos límpidos, prateados, correndo para cima, em direção a uma cachoeira...
Viu pássaros de quatro asas que oscilavam em seu vôo e faziam cuco.Achou que na terra dos sonhos tudo era beleza e perfeição.
O mercador andou até encontrar uma fonte. Permaneceu um bom tempo absorto, observando os raios solares brilhando nas pequenas ondas em círculo. Chegou mais perto e olhou para o fundo. Foi quando viu.
Apavorado, recuou, mas a curiosidade fez com que olhasse de novo. Era um monstro. Uma figura pavorosa, de olhos fundos, grandes marcas no rosto, cabelos espetados e um nariz enorme, deformado.O monstro era ele!
Pela primeira vez o mercador percebeu o quanto era feio e nojento. Sentiu-se mesquinho e ladrão. O que lhe dera o direito de roubar os olhos que dariam a visão a um cego? Sua atitude era desprezível!
Aterrorizado, ele correu sem destino, gritando com todo o ar de seus pulmões e arrancando os olhos de suas órbitas.Desde então voltou à rotina: recebia os recém-chegados e lhes oferecia o seu desejo mais íntimo em troca dos olhos. Depois, religiosamente, guardava-os e esperava o próximo cego, que se maravilharia, então, por uma noite ou mais...
Entretanto, quando acordavam, os cegos se lembravam de muito pouco. Geralmente tudo que ficava era a imagem de um homem extraordinariamente belo que lhes oferecia a chance de ver. A bondade daquele mercador ficava gravada para sempre em seus corações.

Criminoso é detido por errar número de celular

Um erro na hora de enviar uma mensagem de texto via celular levou um criminoso à prisão. Em vez de contactar seu comparsa, fraudador acabou enviando mensagem à polícia.
De acordo com o site The Inquirer, no dia 11 de novembro um detetive do departamento de polícia de Kent, em Washington, recebeu uma mensagem SMS de Peter Pardo perguntando se ele conhecia alguém que sabia "fazer cartões". leia mais

Tem capítulo novo no blog do Galeão. Pedro e Jean precisam consertar o buraco no casco antes que o porão inunde, estrangando a comida. Jean conhece a mulher de branco. Confira.

Thais de Linhares


Até há pouco tempo era raro mulher fazer quadrinhos no Brasil. Essa situação só mudou agora, com a moda dos mangás. Mas quando comecei, eram realmente pouquíssimas as mulheres na área... e uma das mais talentosas chamava-se Thaís de Linhares. Fazendo um trabalho na linha fantasia, ela abrilhantava as revistas e fanzines onde publicava. Eu acompanhei o trabalho dela durante algum tempo e chegamos a trocar algumas cartas, depois a perdi de vista. Agora a reencontrei no Orkut e descobri que ela está no mundo editorial, desenhando, escrevendo e publicando livros. Cliquem aqui para visitar a editora Ygarapé e aqui para acessar o blog da Thais. Vale a pena.

O maníaco de guarulhos

Fiquei impressionado ontem com o tema do programa Profissão Repórter sobre um julgamento acontecido em Garulhos recentemente. Uma moça foi violentada e morta. A polícia prendeu o ex-namorado da moça e mais dois amigos, que foram as duas últimas pessoas a ligarem para ele antes do crime. Os três confessaram, mas dizem que sob tortura. Posteriormente, um psicopata conhecido como Maníaco de Guarulhos, também confessou o crime e depois voltou atrás. Não há nenhuma prova conclusiva contra os réus, mas mesmo assim os três foram condenados. Na verdade, o caso é tão controverso que o promotor que cuidava do caso ia pedir a absolvição dos réus, antes de ser trocado... e o governador de São Paulo chegou a se pronunciar, alertando para um possível erro no processo.
Psicopatas não costuma assumir crimes que não cometeram. Eles se orgulham de seus crimes, como se fossem obras-primas e não conheço nenhum caso de um que tenha confessado um crime não cometido...

terça-feira, novembro 25, 2008

Dica de blog

O Marcelo Marat, velho conhecido da época do grupo Ponto de Fuga (grupo de quadrinistas paraenses, surgido no início dos anos 1990) tem um blog chamado Ecos do Nada (se não me engano, esse era também o título de um zine dele...). Marat, além de roteirista de quadrinhos, é produtor cultural e tem trabalho com teatro e vídeo. Vale uma conferida no blog para ver como está a cena cultural de Belém.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Galeão


Galeão é uma trilogia literária criada por mim que se passa num galeão português perdido em pleno mar. Agora resolvi disponibilizar na net, um capítulo por semana. Para conhecer, clique aqui. Abaixo a apresentação do livro:
Galeão é uma obra de fantasia histórica que se passa em algum lugar do Atlântico, no século XVII. Depois de uma noite de terror, em que algo terrível acontece, os sobreviventes descobrem que estão em um navio que não pode ser governado e repleto de mistérios. A comida está sumindo, alguém está cometendo assassinatos, uma mulher é violentada e o tesouro do capitão parece ter alguma relação com todo o tormento pelo qual estão passando.Além da narrativa do navio, são mostrados flash backs dos personagens, revelando que todos eles têm algo a esconder.Galeão mistura vários temas da ficção fantástica e outros gêneros: os duplos de Edgar Alan Poe, o Aleph de Borges e outros, misturados com uma trama policial, já que um psicopata parece estar agindo entre os sobreviventes. A história torna-se, assim, um quebra-cabeça a ser desvendado pelo leitor.

Espartalhões


Assisti neste final de semana Espartalhões, filme sátira de 300, baseado na obra de Frank Miller. Tirando as hilariantes cenas dos espartanos dançando e cantando I´ll survive, o resto dá sono. A maioria das piadas, ou é escatologia pura (flatulência e líquidos corporais expelidos na cara de alguém, como bem observou o site Omelete), ou é referência a algo da cultura americana, ou tiração de sarro de alguém famoso, como Paris Hilton. Que saudade de Apertem os cintos, o piloto sumiu, e seu humor universal...

domingo, novembro 23, 2008

Dica de blog


Para quem gosta de quadrinhos, existe mais uma ótima oopção de informação: o blog Papo de Quadrinhos. Confiram.

Estúdio brasileiro faz sucesso 'clonando' a Disney


Jones Rossi Do G1, em São Paulo
Animações digitais com títulos como "Ratatoing", "Carrinhos" e "Gladiformers". Os nomes parecem familiares e não é por acaso. A Vídeo Brinquedo, produtora e distribuidora baseada em São Paulo, pega carona em sucessos da Disney para vender seus produtos. "A gente quer pegar o conceito de Bollywood", diz Mauricio Milani, diretor de conteúdo da empresa, referindo-se à indústria cinematográfica da Índia - que toma emprestadas idéias consagradas em Hollywood.

A Video Brinquedo começou suas atividades há sete anos, distribuindo desenhos como "Sonic X" e "Luluzinha", e um obscuro desenho com temática evangélica chamado "Reino submarino". Teve poucas cópias vendidas até que a Disney lançou "Procurando Nemo" - com o qual guardava algumas semelhanças, como a presença de um peixe-palhaço e uma história centrada na relação pai e filho. De repente, o começou a vender como água, embalado pela animação milionária. A partir daí, a Vídeo Brinquedo quis não apenas distribuir, mas também criar seus próprios desenhos. Leia mais

Zumbis


No livro Celular, Stephen King fala mostra um mundo dominado por zumbies que, para dormir, se reunem em grandes estádios e colocam música alta. Já reparam como isso faz sentido? Se a música em altura normal é agradável e reflexiva, a música alta transforma as pessoas e zumbies incapazes de pensar... escrevo isso porque estou aqui, tentando escreve alguma coisa sobre o conto de Philip K. Dick que acabei de ler e isso é quase impossível com a música alta rolando na casa do vizinho...

sexta-feira, novembro 21, 2008

Camiño di rato em Sampa


Recebi, do amigo Matheus Moura, o convite acima, do lançamento da revista Camiño di Rato em São Paulo. O Matheus pede para avisar também que nessa próxima semana haverá o lançamento aqui em Uberlândia no dia 27/11 (quinta-feira) a partir das 21hs no Goma - Cultura em Movimento, na av: Floriano Peixoto, 12 – Centro (34) 3224 7047 - http://gomamg.blogspot.com/A ocasião contará com a presença de Matheus Moura, Rosemário Souza, Al Greco e Beto Martins, além de revistas do 4º Mundo à venda!
Abaixo, o release da revista:
A Camiño di Rato é uma publicação de História em Quadrinhos (HQs) idealizada por, Matheus Moura e Rosemário Souza. Matheus é jornalista, roteirista e crítico de HQs para o sítio especializado Bigorna.net. Rosemário é artista gráfico, quadrinhista e editor de zines “das antigas”. Na década de 1990 ele co-editou os zines Tormento e Delirium, em parceria com Al Greco.
A revista Camiño di Rato conta com 48 páginas - já com a capa colorida em couchê -, possui formato magazine (21 x 28), miolo preto e branco em papel jornal e ao custo de R$ 5,00 quando vendida em mãos. Em Uberlândia ela está à venda em bancas específicas no centro, livrarias e lojas especializadas.
Na publicação, além de HQs, há também textos de assuntos diversos. Esta primeira edição conta com uma matéria a respeito da alimentação vegetariana e outra que aborda a História das HQs no Brasil. Este segundo texto foi apresentado por Matheus originalmente em uma mesa redonda - no Festival de Arte 2007 - chamada Quadrinhos e seus Desdobramentos, na Universidade Federal de Uberlândia – UFU.
Com relação às HQs, o primeiro número da revista conta com um seleto grupo de quadrinhistas brasileiros que traçam aqui seu Camiño di Rato, são eles: Antônio Eder e Gian Danton, com a história Como ser Enganado por um Psicopata; Soter Bentes colabora com a maior HQ da revista, Caçador; Edgar Franco faz uma demonstração de seu mundo pós-humano com Nanquim, Terra e 333; Gazy Andraus participa com Hesperornis – O Pássaro do Oeste, mais uma HQ filosófica que desponta na Camiño - este quadrinho recebe o bônus de um texto apêndice escrito pelo autor; Luciano Freiberger, mostra que a Sorte pode ser questionada; Beto Martins versa a respeito d'As Boas Intenções; enquanto Alexandre Greco apresenta seus Endoparasitas; Felipe Eremita narra um conto de mendigos intitulado Larvas; Rosemário Souza e Matheus Moura (os editores da revista) apresentam A Sociedade Passiva!!! e Sue & Side.
Como forma de aumentar a interação entre leitores e editores, está no ar já há quatro meses o blog ToKa di Rato. Neste espaço são divulgadas prévias das edições da Camiño di Rato, além de notícias relacionadas às HQs, resenhas e entrevistas com quadrinhistas, pesquisadores e editores do meio. O endereço eletrônico é: www.tokadirato.blogspot.com
Além disso, a revista está à venda pela internet via correio ao preço de R$ 6,00. Há ainda distribuição nacional pelos pontos em que o coletivo 4º Mundo (4M) atinge. O 4M, é um coletivo de quadrinhistas independentes que se uniram para otimizar a distribuição de revistas e como forma de fortalecer o cenário de HQs brasileiras. No mês de outubro o grupo comemorou seu primeiro ano com uma série de atividades em São Paulo.
Está programado para o lançamento da revista Camiño di Rato, uma exposição com os originais da revista, autógrafos e sorteio de kits promocionais com camisetas e revistas. Data e local ainda não estão confirmados. Mais informações em breve.

Matheus Moura & Rosemário Souza
(34) 8844-7661 (34) 9204-2414
Contato:

Cx Postal: 4537 – Uberlândia – MG - CEP: 38408-971

caminhodirato@gmail.com

www.tokadirato.blogspot.com

quinta-feira, novembro 20, 2008

Metrópolis e O pagamento

Aproveitei o feriado para assistir alguns filmes que estavam comigo, mas não tinha tempo de assistir:


Metrópolis (Fritz Lang, 1927) - clássico do expressionismo alemão, com direção de Fritz Lang. Foi diversão e obrigação, pois vou fazer meu TCC de especialização no curso de Artes Visuais do Senac sobre o cinema expressionista alemão. Mais especificamente, sobre o filme O Gabinete do Dr. Caligari (que eu e o José Aguiar adaptamos para os quadrinhos, aliás, o tema da monografia será justamente analisar o processo de adaptação). Metrópolis é um filmaço, uma obra-prima, que serviu de referência para tudo que veio depois dele no gênero. Acho que o exemplo mais recente é o desenho animado da Pixar Wall-E.
Vejam se já viram algo parecido: um playboy vive numa sociedade utópica, em que as pessoas apenas curtem a vida. Um dia ele se apaixona por uma garota e, seguindo-a, descobre o mundo subterrâneo, onde ficam os trabalhadores, que exercem suas atividades até a exaustão.
A moça é uma espécie de profeta desse mundo sofrido e diz que as coisas vão mudar quando aparecer alguém que faça uma ponte entre os intelectuais (o cérebro) e os trabalhadores (as mãos). Essa pessoa representaria o coração, e, no caso, seria o próprio protagonista.
Surge então um cientista transtornado porque perdeu a mulher que ama, que cria uma cópia robótica da moça, que tem como objetivo insuflar os trabalhadores contra o povo da superfície, provocando o apocalipse. Ao mesmo tempo, a moça-robô, usando de sua sensualidade, coloca o povo da superfície num êxtase mortal... termina, claro, com o cientista fugindo com a moça nos braços, pelo telhado de uma catedral, e o herói deverá salvá-la e deter o vilão.
Temas como a alienação das classes altas, que apenas se preocupam em se divertir e não percebem de onde vem seu luxo é comum tanto em Wall-E quanto em Metrópolis. Eu poderia acrescentar aí o meu filme favorito de FC: Fuga do século 23, que depois virou seriado... E a apoteose, com o herói salvando a mocinha é feito nos moldes da maioria dos filmes de ação que a maioria de nós já viu...
Um clássico, que influenciou não só no roteiro, mas também nos aspectos visuais. A cenografia ecoa, por exemplo, nos desenhos animados de Batman, Superman e Liga da Justiça... e o uso da luz como elemento dramático feita pelos expressionistas virou quase uma cartilha, que era adotada ao pé da letra em seriados como Jornada nas Estrelas. Quem tiver a sorte de assistir e ver a primeira cena da moça, com a luz incindindo sobre ela, como se fosse uma santa, vai se lembrar do episódio Deste Lado do Paraíso, de Jornada nas Estrelas, em que o mesmo recurso é usado para uma persoangem feminina. Genial, genial, genial...
O pagamento (John Woo, 2003) - baseado num conto de Philiph K. Dick, o autor lisérgico que escreveu histórias que deram origem a filmes como Blade Runner, O Vingador do Futuro e Minorit Riport. Como constumam ser a histórias de Dick, esse é um triller intrigante: um engenheiro especializado em engenharia reversa costuma ser contratado por grandes empresas para roubar idéias da concorrência, melhorando-as. Depois do serviço, ele tem sua memória apagada. Durante um serviço, ele acorda, sem se lembrar de nada, e descobre que algo deu errado e que seus empregadores o estão perseguindo. A única saída é um pacote de coisas banais, como um clipe de papel ou uma chave, que ele mandou para si mesmo antes de sua memória ser apagada. Ele deverá decifrar o que esses objetos representam para poder sobreviver. A premissão é MUITO interessante e poderíamos ter um filmaço, como Blade Runner, mas a escolha de John Woo para a direção deslocou o foco dos paradoxos temporais e da trama em si para as perseguições e golpes de kung-fu. Procurei na net e não consegui descobrir qual foi o conto de Dick que deu origem à história. Se alguém souber, avise. Dick escrevia constantemente sob influência de alucinógenos e era médium, o que explique as histórias malucas que ele escrevia, histórias que fugiam completamente do senso comum. Um amigo diz que ele morreu justamente por não conseguir controlar essa mediunidade. Não duvido.



Mate sua curiosidade e compre Metrópolis no Submarino. Ou então, compre O Pagamento.

Indonésia quer que blog tire quadrinhos sexuais de Maomé do ar

De Jacarta para a BBC News - O governo da Indonésia está pedindo que um blog tire do ar duas tiras de quadrinhos que mostram relações sexuais envolvendo o profeta Maomé. Leia mais

Música do dia


Vida que não pára

Odair José


vida que não pára
máquina que voa
quanta gente andando à toa
coração de ferro
mente de metal
nasceu no espaço sideral
conte comigo
sou seu amigo
pode confiar em mim
não tenha medo
não faça segredo
pois a vida não é assim
você que pensa que o mundo é quadrado
você que pensa que o amor não existe
você que acha que anda tudo errado
por causa disso é que está sempre triste
gente bem de vida
povo da favela
casa que não tem janela
mundo sem prazer
noites de agonia
quem levou minha alegria?

quarta-feira, novembro 19, 2008

Os 80 blogs


A revista Época fez uma matéria de capa sobre blogs e publicou sua relação dos 80 blogs imperdíveis. Surpreendente para quem começou a fazer blog numa época em que eles eram só diários virtuais, na maioria das vezes com conteúdo bobo que interesava apenas ao autor e a um grupo de amigos. Hoje, blogs falam de tudo... e influenciam decisões de marketing de grandes empresas, influenciam em decisões políticas... Em estados como São Paulo, as grandes empresas não lançam produtos sem antes fazer um jantar para blogueiros famosos... Já tivemos aqui no Amapá um jantar para blogueiros patrocinado pelo dono do jornal A Gazeta, o que mostra a importância que esse veículo tem no nosso estado.
O Verdes Trigos publicou uma lista com a relação da Época. Aproveito para indicar os seis melhores blogs do Amapá:
Alcinéa Cavalcante - o blog político mais importante do Amapá. Tão influente que abalou até o Senador...
Repiquete no meio do mundo -um blog delicioso, de autoria da jornalista Alcilene Cavalcante, que fala de tudo. Foi o primeiro blog amapaense que acompanhei diariamente.
Não me conte seus segredos - blog da professora Lilian Dalledone, com suas poesias. Gosto especialmente das crônicas sensíveis que ela faz com lembranças da infância.
Caneta sem fronteira - do publicitário Walter Júnior. Fala sobre política com muita charge, quadrinhos, cartuns. Visualmente perfeito. O Walter passou muito tempo sem atualizar, mas agora está voltando.
Pauta que pariu - blog do jornalista Renivaldo Costa, talvez o melhor cronista humorístico do Amapá.
Notícias daqui - blog da jornalista Luciana Capiberibe, com muita informação sobre política e sobre o estado.

terça-feira, novembro 18, 2008

Os justiceiros


Atenção: este texto pode conter spoilers. Leia por sua conta e risco.
Li Os Justiceiros, livro de Stephen King escrito sob pseudônimo de Richard Bachman. O livro parece uma segunda versão de outro livro de King: Desespero (reparem como a capa dos dois livros forma um só desenho). Até o nome dos personagens são os mesmos, embora a personalidade deles seja diferente. Parece que King escreveu Desespero e depois pensou: ei, essa história podia ser diferente! Os Justiceiros provavelmente é melhor, pois te deixa mais angustiado. Nos dois casos, o herói acaba sendo um garoto: em desespero é o garoto que acredita em Deus e, por isso consegue derrotar o monstro Tak. Em Os Justiceiros é o garoto autista que serve como casa para Tak e consegue derrotá-lo no final. Nos dois casos, a balança pende ora para o terror, ora para a esperança. A mensagem parece clara: podemos derrotar nossos demônios internos, podemos sobreviver a eles. King vai muito além do terror...

PARTICIPE DO CEL.U.CINE

CEL.U.CINE, festival de micrometragem premiará filmes inéditos de até três minutosUm concurso para quem admira a sétima arte e é ligado em tecnologia promete movimentar ainda mais a galera que curte cinema. É o CEL.U.CINE – FESTIVAL DE MICROMETRAGEM, um evento nacional para filmes de até três minutos feitos em celular, câmeras digitais, mini-dv. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de 4 a 20 de novembro, pelo site http://www.oifuturo.org.br/celucine/. O CEL.U.CINE tem o patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro.A primeira edição do CEL.U.CINE premiará filmes feitos a partir do tema “Figuraça”. Em gíria, o jargão “figuraça” se refere uma pessoa que tanto pode ser caricata e exagerada ou extremamente exemplar. Pode ser aquele vizinho que vai todo dia de pijama e pantufas comprar pão, aquela amiga que adora se exibir, etc.O júri do CEL.U.CINE, composto por especialistas e diretores de cinema, vai anunciar os vídeos vencedores no dia 21 de novembro. Os vencedores ganham viagens para os Festivais de Cannes e La Villette, na França, e de Festival de Cinema de Gramado, além aparelhos celular.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Olha o novo trailer do Jornada nas Estrelas:

DC Especial: Família Titã

Por Tarcisio Aquino

A Insólita Família Titã
A Insólita Família Titã não faz parte do Universo DC, mas foi inteiramente influenciada por alguns daqueles personagens – A Família Marvel. Entretanto, as aparências ficam apenas na inspiração, pois a trama, na verdade, é uma tragédia grega.
Criada em 1990 por Gian Danton e Joe Bennett, a Insólita Família Titã foi um tremendo sucesso entre os leitores brasileiros, que ainda nutrem a admiração, desejando até mesmo um remake.
Para aqueles que não conhecem, confiram agora um pouco da estória, bem como seus criadores.
A estória
A história da Família Titã tem um período de 15 anos e se passa em Santa Helena, uma cidade fictícia. E em uma favela daquela cidade, viviam César – deficiente físico acometido por leucemia, que fugia da realidade abusando da leitura de livros achados no lixo e que idolatrava a antiga sociedade greco-romana; Paulo e Melissa, garotos amantes. Todos órfãos com, aproximadamente, 14 anos, que viviam de sobras de lixo e catando papel para reciclagem.
César amava Melissa, que amava Paulo. Esse triângulo, de fato, foi a fonte para todos os eventos da trama. César, inadvertidamente, encontrou um artefato alienígena que lhe garantiu toda e qualquer forma de poder. Por ser um trágico humanitário, o jovem deficiente decidiu compartilhar sua descoberta com seus amigos, que fizeram uso do disco e se tornaram os super-heróis Tribuno, Centurião e Vésper.
E durante algum tempo, eles foram os heróis do planeta, salvando as pessoas de ameaças e tragédias. Mas o clímax atinge quando todos passam a confrontar os ideais, resultando em uma tragédia digna da civilização grega.
Esta não é uma história de super-heróis.
Os autores
Gian Danton é roteirista de quadrinhos desde 1989, quando publicou sua primeira estória na revista Calafrio. Desde então, tem publicações nas mais diversas editoras nacionais.
Seu trabalho mais conhecido na área é a graphic novel Manticore, pela qual ganhou o prêmio Angelo Agostini como melhor roteirista de 1999.
É colaborador de diversos sites e mantém o blog Idéias de Jeca Tatu (http://ivancarlo.blogspot.com/).
Seus trabalhos mais recentes na área de quadrinhos foram os álbuns War, histórias de guerra, com arte de Eugenio Colonnese; e Quadrinhofilia, em parceria com José Aguiar.
Atualmente é professor universitário em Macapá, onde leciona as disciplinas Metodologia científica e Marketing.
Joe Bennett (Bené) nasceu em Belém do Pará e seu primeiro grande trabalho para os quadrinhos foi Ravage 2099, para a Marvel Comics, em 1994. Desde então, ele trabalhou para vários títulos da Marvel como Amazing Spider-Man, Captain America (vol.2), Fantastic Four (vol. 3), The Incredible Hulk (vol. 2), Thor, Captain America and the Falcon. Também trabalhou para outras editoras como Chaos! Comics, CrossGen, Dark Horse, DC Comics e Vertigo.
Outros créditos incluem Conan the Barbarian, Doc Samson, Elektra (vol. 2), Hawkeye (vol. 3), Nova (vol. 3), X-51: Machine Man, Buffy the Vampire Slayer, Birds of Prey, Hawkman (vol. 4), Hawkgirl, The Green Hornet, Mark of Charon e Supreme.
Em 2005, ele assinou um contrato de exclusividade com a DC Comics. Em seguida, trabalhou para a editora nos seguintes títulos: 52, Checkmate, Salvation Run (como fill-in) e vem desenvolvendo um grande trabalho na minissérie Terror Titans (escrita por Sean McKeever).
A Insólita Família Titã para os autores
A Insólita Família Titã foi criada em 1990 por Joe Bennett e Gian Danton.
Franco Rosa, Editor da Editora Nova Sampa, naquele momento, pediu que a dupla fizesse algumas estórias para a editora. Era um pedido urgente, para completar a revista que ele estava lançando. "O Franco tem dessas coisas, acho que ele esquece e, quando lembra, está em cima da hora", disse Gian.
Assim, Bennett e Gian se reuniram em um cômodo que eles chamavam de estúdio situado na clínica de um tio do desenhista, que estava fechada. Então, eles conversaram sobre as possíveis estórias e surgiu a idéia de fazer uma homenagem à Família Marvel.
"O Bené (apelido do Bennett) era fã da Família Marvel e os conhecia muito bem. Confesso que só fui conhecê-los mais tarde", brincou Danton. Bennett, por sua vez, revela: "Sim, mas o Danton queria que homenageássemos o Superman. De fato, eu era muito fã da Família Marvel e acabamos decidindo por ela. Eu criei a estória e discutimos os detalhes. Era assim que trabalhávamos - como Jack (Kirby) & Stan (Lee). [Risos]".
A estória foi elaborada naquele momento. À pedido de Franco, ela deveria conter cenas de sexo, entretanto, para os autores, não havia como encaixar sexo na estória. Então, Bennett ficou como responsável para adicionar esse tema. De fato, das 30 páginas, apenas duas contiveram cenas de sexo.
No mesmo dia, Bennett fez o rafe da estória e Danton os balões. Em menos de uma semana, o artista desenhou e arte-finalizou a Família Titã. Foi um recorde, afinal, era um trabalho urgente. "O interessante foi que, como tivemos pouco tempo para conversar sobre a estória, tivemos interpretações diferentes. Viemos descobrir isso anos depois [Risos]. Em minha opinião, o Tribuno era o herói, mas para o Bené, ele era o vilão", disse o roteirista.
Para Danton, esse foi o charme da estória, pois o personagem ficou muito humano, uma mistura de herói e vilão. "Os desenhos do Bené mostram Tribuno matando todo mundo, cometendo as maiores atrocidades, mas o meu texto é intimista, meio que justificando o que ele está fazendo. Hoje eu poderia compará-lo ao Capitão Nascimento (do Filme Tropa de Elite). É, então, uma história que tem várias leituras. Acho que este foi o ponto alto da nossa parceria, pois isso tem a ver com a nossa personalidade. Eu sempre fui mais Tribuno, mais sonhador, utópico, enquanto o Bené poderia representar o Centurião, um cara bem pé no chão", afirmou Danton.

"Quando Hulk 2 foi lançado, notei o entusiasmo do pessoal, dizendo que havia ficado legal o uso da Favela. Poxa, é isso aí! Na época que eu e Bené produzimos a Família Titã, as pessoas diziam que estória de super-herói não combinava com favela. Então, é necessário a vinda dos gringos para mostrar que isso podia ser feito, sim. Mas, com certeza, nós fomos os pioneiros", disse Danton.

"Sim, tragédia e realismo fazem a cabeça dos leitores de hoje e o engraçado é que nós introduzimos isso há quase 20 anos", completou Bennett.
Danton continua brincando que eles são Stan Lee e Jack Kirby, "dois caras bem diferentes, mas que usam essas diferenças nas estórias".
"Tanto que Franco a publicou várias vezes [Risos]", concluiu o artista.
Os personagens
Gian Danton
Tribuno
"O Tribuno é um cara melancólico. Ele se sente infeliz pela humanidade. Sua depressão não é pessoal, não é por ele mesmo, mas pela humanidade, pelo que poderíamos ser e pela forma como a coisa sempre desanda no final. Algo como podemos ser deuses, mas no final sempre nos revelamos como demônios".
Centurião
"O Centurião é um cara pé no chão, uma pessoa que sabe agarrar as oportunidades. Ele pensa menos e age mais".
Vésper
"Bom, Vésper é uma patricinha, mas que com o tempo vai se tornando mais adulta. É um mulherão, mas que, no fundo, ainda permanece um pouco com a cabeça daquela menina da favela".
"A Família Titã é um mito que se fechou. Ela é caracterizada pelo destino cruel, levando os personagens na direção da tragédia. Ela é ambientada no Brasil, com dados realistas como pobreza, sonhos e preconceitos. Ela fala da nossa realidade. Talvez um dia possamos refazê-la com mais detalhes", conclui Gian Danton.
Joe Bennett
Tribuno
"Ele era, aparentemente, uma pessoa formidável, presa em um corpo deficiente. Sonhador, Tribuno sempre alimentava seu intelecto com livros - era um humanitário que idealizava causas nobres perdidas, um trágico. Talvez, tenha sido esse o motivo dele não impressionar Melissa. Eu sei que muitos gostam de Tribuno. O Cara seria um herói por amar as idéias alheias, assim, ele obliterava as suas, permitindo que a força dos outros dois sobressaísse. Isso, somado à sua frustração por não ser correspondido por Melissa, foi o estopim para todos os eventos finais da trama".
Centurião
"Centurião era um garoto esperto e ativo - o maioral da favela. Por isso, ele conquistou Melissa. Centurião era tipo o irmão mais velho da turma e, quando se tornou o herói, ele evidenciou este poder de domínio, força e carisma. Com isso, todas as atenções seriam dele, incluindo a de Melissa, que já o "amava". Na verdade, ele era somente força e liderança e, por isso, digo que ele era o feijão e o Tribuno, o sonho."
Vésper
"Melissa é tudo o que os nerds odeiam: Fútil, egocêntrica e, de certa forma, tão indiferente que se torna má. Ela queria ser a diva de "Caras" [Risos], e ter um corpo lindo. E conseguiu... Mas, assim, o que ela fez? Se envolveu com o cara errado [Risos]. Na verdade, ela gostava de Paulo, pois ele era o maioral e, quando ele se tornou o Centurião, ela ficou mais "apaixonada" ainda. Era a típica interesseira, de fato".
"A Família Titã não é uma estória de super-heróis. Ela á um tragédia grega, que mostra fatos conseqüentes entre os desejos, ideais e envolvimento dos personagens principais".

Remake?

Nenhum dos autores deixa claro a possibilidade de um remake, mas eu tive acesso a um possível roteiro e posso dizer que aquela estória, criada há 20 anos nos fundos de uma clínica, se transformou num Cult, que precisa ser re-publicada.
Podemos notar alguns personagens de apoio, dando mais profundidade à trama, assim como alguns adversários evidentes. Os protagonistas, por sua vez, apresentam uma caracterização mais intensa, no que se diz respeito ao interior de cada um.
É, realmente, uma trama titânica, inspirada na Família Marvel (DC) e em todos os elementos Greco-romanos – uma grande e possível publicação de criação tupiniquim.
Texto originalmente publicado no site Multiverso DC.

Para baixar a história, clique aqui (está em formato PDF)

domingo, novembro 16, 2008

História dos quadrinhos

História dos quadrinhos 49
Blueberry


O faroeste sempre foi um gênero popular na Europa, com vários personagens e vários tipos de abordagens. Mas, no meio de tantos heróis, um se destacou e se tornou um verdadeiro clássico: trata-se de Blueberry, criação do roteirista Jean-Michel Charlier em dupla com o desenhista Jean Giraud, que posteriormente viria a assinar Moebius.
Blueberry revolucionou ao mostrar um personagem que foge completamente do estereótipo do cowboy clássico: ele é um beberrão, jogador inveterado e indisciplinado. Em outra palavras: um anti-herói. Além disso, constantemente, Blueberry toma partido em favor do índios, uma novidade total, já que até então, com raras exceções, os índios eram mostrados como vilões.
Além disso, as histórias de Blueberry mostravam um personagem que evoluía e se tornava mais experiente com o tempo. Aliás, essa cronologia era mostrada de forma não-linear, pois a juventude do personagem só foi contada depois que ele já era famoso.
Jean-Michel Charlier, o roteirista, é uma verdadeira lenda nos quadrinhos franco-belgas. Aos 23 anos ele abandonou o curso de Direito para se dedicar aos quadrinhos. Começou escrevendo aventuras do aviador americano Buck Danny para a revista Spirou, em parceria com o também belga Victor Hubinon. Em 1959, junto com René Goscinny e Albert Uderzo, fundou a revista Pilote, posteriormente comprada pela editora Dargaud. Para o traço de Uderzo, criou os aviadores Tangui e Laverdure. Para Hubinon criou a série juvenil Barba Ruiva, sobre um garoto filho do famoso pirata.
Jean-Giraud é, talvez, o desenhista europeu mais famoso de todos os tempos. Ele começou sua carreira como assistente de Jijé, criador do cowboy Jerry Spring. Seu primeiro trabalho importante foi justamente o tenente Blueberry. Inicialmente imitando Jijé, ele foi aos poucos criando um traço próprio, extremamente detalhista e original. Mas mesmo nas pranchas iniciais de Blueberry já é possível perceber que ele tinha um talento incomparável. Seu detalhismo chegava ao ponto de, ao desenhar um saloon, colocar dezenas de pessoas em posições diferentes. Na década de 1970, Jean-Giroud mudou seu nome para Moebius, juntou-se com outros desenhistas e roteiristas e revolucionou os quadrinhos franceses com histórias surrealistas de ficção-científica e fantasia para a revista Metal Pesado.
A junção desses dois mestres não poderia resultar em algo que não fosse uma obra-prima. Embora outros cowboys (como tex) possam ser mais famosos, Blueberry é considerado pela maioria dos críticos como o ponto alto do gênero (honra que é disputada apenas com o quadrinho italiano Ken Parker).
Charlier fez uma verdadeira investigação sobre a época, retratando de maneira muito detalhista o cotidiano do velho oeste. Além disso, ele introduziu fatos e personagens reais em sua história, num recurso característico da pós-modernidade que seria imitado posteriormente por outros autores.
Se por um lado, Charlier teve uma grande preocupação histórica, ele também não descuidou da aventura. Como as aventuras de Blueberry eram publicada em semanários antes de serem juntadas num álbum, o roteirista colocava um gancho de suspense no final de cada página, deixando o leitor curioso para ler o resto. Essa técnica virou quase que um padrão no quadrinho europeu.

sábado, novembro 15, 2008

Seto morreu


Cláudio Seto faleceu na manhã de hoje, às 10:30 h. Acima a revista Samurai, um dos primeiros mangás nacionais, publicado na década de 1960 e de autoria de Seto. Há anos escrevo um livro sobre a Grafipar e já entrevistei Seto três vezes, a últimar por e-mail, com a ajuda da filha dele, Mayumi, a cada vez uma história mais interessante. Ele tinha um irmão gêmeo, que morava no Japão e que muitas vezes se fazia se passar por ele, inclusive desenhando alguns quadros de suas histórias. Esse irmão gêmeo foi escondido porque no Japão, ter filhos gêmeos é uma vergonha...
Uma coisa que chamava atenção em Seto era sua humildade. Ele não entendia porque endeusávamos tanto o trabalho dele, especialmente à frente da Grafipar, em que ele conseguiu montar uma editora de quadrinhos fora do eixo Rio-São Paulo e ainda fundou uma vila de quadrinistas...
Seto vai fazer muita falta. Vai fazer falta para os quadrinhos, vai fazer falta para a colônia japonesa em Curitiba, da qual ele era o grande agitador cultural, e vai fazer falta no coração de todos os amigos...

sexta-feira, novembro 14, 2008

Um fã de quadrinhos na presidência?


Segundo o site Omelete, Obama é fã de quadrinhos. Ainda segundo o site, ele coleciona Conan e Homem-aranha. Além de ser o primeiro negro a assumir a presidencia do pais mais poderoso do mundo, provavelmente ele será o primeiro fã de quadrinhos. E os quadrinistas não demoraram para comemorar sua eleição. O primeiro foi Eric Larsen, da série Savage Dragon (imagem acima).

Cláudio Seto está internado

Cláudio Seto está internado em um hospital em Curitiba, em coma. Ele sofreu um derrame enquanto fazia um exame médico por causa de pressão médica. Segundo Franco de Rosa, que me passou a informação, ele corre risco de morte.
Cláudio Seto é um dos mais importantes quadrinistas nacionais. Foi um dos primeiros a produzirem mangás nacionais, ainda na década de 1960. No final dos anos 1970 foi o editor da Grafipar, a editora curitibana de quadrinhos que revelou alguns dos grandes nomes daquela geração, como Mozart Couto e Watson Portela. A Grafipar é considerada até hoje como uma das melhores editoras de HQ já surgidas no Brasil e sua influência sobre os quadrinhos paranaenses é sentida até hoje. Seto é considerado um verdadeiro guru por muita gente que faz quadrinhos. Sempre simpático e alegre, ele abria seu estúdio para os novos talentos. Os amigos pedem orações.

O Bombril aproveitou a popularidade do presidente eleito Obama para fazer um anúncio sátira-homenagem. A imagem é do blog Intervalo.

Cursos do SEBRAE

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Cerimonial e Protocolo – 17 a 21/11/2008, das 19 às 22h.
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quinta-feira, novembro 13, 2008

Piadas na Grécia antiga

Um barbeiro tagarela pergunta a seu cliente: "Como o sr. quer que eu corte seu cabelo?"
"Em silêncio!" diz o freguês.
A piada acima foi tirada de um livro sobre histórias da piadas e era contada na Grécia antiga. Clique aqui para saber mais sobre o livro.

quarta-feira, novembro 12, 2008

O caso da menina encontrada na mala em Curitiba

Depois de descartar os dois primeiros suspeitos com o teste de DNA, a polícia do Paraná agora está investigando os hotéis, pois acredita que o crime foi cometido em um hotel. Vale lembrar que uma outra menina foi encontrada morta e violentada, na cidade de Castro, a 120 km de Curitiba. Embora a polícia afirme já ter encontrado os responsáveis por esse segundo caso, pode ser que eles tenham pego a pessoa errada de novo.
Na verdade, acho que a polícia está procurando no lugar errado, ou a pessoa errada. O problema todo parece ser de um perfil ma-feito. Um aluno, o Joyson (que está fazendo seu TCC sobre psicopatas), acha que os crimes estão sendo cometidos na fase crescente da lua. Pessoalmente, acho que temos poucos casos para uma afirmação dessas. Mas já é possível fazer um perfil do assassino:
1 - Ele tem emprego fixo, embora seu horário seja flexível. Pode ser um professor, um publicitário, ou qualquer outro horário que não tenha horário rígido e burocrático, o que lhe permitiu ir abordar a menina na rua.
2 - Ele tem meio de transporte próprio, provavelmente carro. Assim, provavelmente ele levou o corpo da menina, já morta, até a rodoviária, no porta-malas do carro, foi até a loja, comprou a bolsa, colocou o corpo dentro da bolsa e abandonou a bolsa na rodoviária.
3 - Ele provavelmente é inteligente e tem bom nível intelectual. Ter deixado o corpo da menina na rodoviária foi, provavelmente, uma forma de desafiar a polícia.
4 - Ele deve ter entre 30 e 40 anos, deve ser branco e bem-apessoado. Deve ser uma pessoa muito simpática, bom conversador, alguém acima de qualquer suspeita.

Novos cartazes de Watchmen e as mega-sagas


O Universo HQ divulgou mais 6 cartazes do filme Watchmen. Para conferir, clique aqui.
Falando ainda no Universo HQ, o site colocou no ar uma matéria do Marcos Ramone relacionando o mercado de quadrinhos com a crise financeira. Segundo ele, essa crise vai forçar as editoras a reverem suas estratégias, principalmente a de fazer séries e mais séries que interligam dezenas de revistas, forçando o leitor a comprar todas. Há muito tempo eu deixei de comprar quadrinhos de super-heróis por não concordar com isso. Bons os tempos em que você podia passar na banca, comprar uma revista e ler histórias completas. Agora você compra uma revista que faz parte de uma mega-saga que, logo se descobre, não chega a lugar nenhum... em suma, um caça-níqueis.

Aluna da 6ª série leu 230 livros neste ano


A estudante Tainá Alves dos Santos, 12 anos, da 6ª série, já leu 230 livros só neste ano. A marca foi registrada em sua escola, na cidade de Catanduva, interior de São Paulo. E outra garota de Aracaju, Alice Vitória Rocha Silva, segue seus passos: aos 6 anos a pequena leitora devorou 67 obras contabilizadas pelos pais. Leia mais


Comentário: Enquanto isso, a maioria dos professores brasileiros não lê nem um livro por ano...

Troféu Bigorna

O site Bigorna, referência no Brasil na área dos Quadrinhos Independentes, criou o Troféu Bigorna para contemplar todo ano alguns profissionais da HQB, em diversas categorias, cujo trabalho ou carreira tenha tido destaque ou simplesmente pela competência e inegáveis bons serviços prestados para os Quadrinhos brasileiros. O Troféu Bigorna será um prêmio 100% nacional e tem como principal objetivo reconhecer e estimular os autores brasileiros a produzirem cada vez mais e melhor.
Abaixo a lista dos ganhadores de 2008.1 – Melhor Desenhista: Samicler Gonçalves (Cometa)
2 – Melhor Roteirista: Francinildo Sena
3 – Melhor Chargista: Carlos Latuff
4 – Melhor Cartunista: Luiz Augusto (Fala Menino!)
5 – Melhor site de autor: GraphicBrasil (Mario Latino)6 – Melhor Jornalista Especializado: Gonçalo Júnior
7 – Melhor Editora: Desiderata
8 – Melhor Editora Independente: Júpiter II (José Salles)
9 – Melhor Fanzine/Revista Independente: Café Espacial (Sérgio Chaves)
10 – Melhor Álbum/Livro de Humor: Macambira e sua gente (Henrique Magalhães)
11 – Melhor Livro sobre Quadrinhos: A Era de Bronze dos Super-Heróis (Roberto Guedes)
12 – Melhor Livro de Aventuras/Outros: 35 Anos de Velta (Emir Ribeiro)
13 – Prêmio Contribuição à HQB: Esta categoria está reservada para personalidades ou projetos que prestam inestimável apoio ao Quadrinho Nacional. Eis os três ganhadores deste ano:Worney de Souza (pelos 24 anos do Prêmio Angelo Agostini); Editora Opera Graphica e Programa HQ Além dos Balões (da TV Tatuapé).
14 – Prêmio "Uma vida dedicada aos Quadrinhos"Esta categoria premiará sempre três veteranos das HQs cuja vida toda foi dedicada à Nona Arte. Eis os três primeiros Mestres contemplados: Eugênio Colonnese; Gedeone Malagola e Rodolfo Zalla.
15 – Homenagem Especial: Mark Novoselic
A entrega do Troféu Bigorna será realizada no dia 29 de novembro, sábado, das 14h à 19h, e acontecerá no Bar Blackmore (Alameda dos Maracatins, 1.317 – atrás do Shopping Ibirapuera – São Paulo-SP) no Festão do Baraldi 2008.
Entrada franca.Mais detalhes sobre os premiados aqui: http://www.bigorna.net/index.php?secao=noticias&id=1223618182

Quem for assistir ao novo filme de Guel Arraes (O auto da compadecida), Romance, vai se deparar com uma pequena colaboração do meu amigo José Aguiar. Antes do filme começar, serão exibidas várias imagens relacionadas ao amor. Duas delas são do José, inclusive a que ilutra este post.

terça-feira, novembro 11, 2008

Dica de blog


O Roberto Guedes, escritor e roteirista de quadrinhos, lançou um blog, o Guedes Manifesto. Guedes é um grande pesquisador e seu livro A era de bronze dos super-heróis é uma verdadeira pérola, um livro que a gente não consegue parar de ler... e o blog está indo pelo mesmo caminho.
A jornalista amapaense Bianca Castro está concorrendo ao Big Brother Brasil. Para votar nela, basta clicar aqui.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Conhecimento empírico


Como fazer para o sal não endurecer no saleiro? Qual a melhor época para plantar? Como tirar manchas da roupa? Essas são perguntas com as quais o homem se depara em sua vida diária. A maioria delas permite uma resposta sem que seja necessário recorrer à ciência. O homem comum sabe que, se colocar grãos de arroz no saleiro, o sal ficará soltinho e será fácil retirá-lo de lá.
Esse conhecimento é chamado de empírico. É o conhecimento que nasce da observação diária dos fatos. O ser humano observa relações de causa e conseqüência, aquilo que os semióticos chamam de índice: se há uma poça no chão, é por que choveu e há uma goteira no teto. Se vejo fumaça saindo da floresta, intuo que há fogo.
Observando essas relações de causa e conseqüência, o homem vai criando um conhecimento que lhe permite fazer diversas atividades diárias.
Entretanto, esse é um conhecimento não sistemático, assim como sua transmissão. O homem comum não faz diversas experiências com vários tipos de materiais até chegar ao grão de arroz como o mais apropriado para colocar no saleiro. Simplesmente alguém um dia colocou um grão de arroz lá e observou que deu certo.
Também é um conhecimento que não vai aos porquês. O homem comum sabe que o arroz faz com que o sal saia facilmente do saleiro, mas não sabe porque. Não sabe que o arroz tira a umidade do ar e que o atrito com os grãos faz com que as moléculas do sal fiquem soltas.
Apesar de suas limitações, o conhecimento empírico tem feitos realizações realmente extraordinárias. A utilização de plantas medicinais é uma delas. Os ribeirinhos da Amazônia sabem coisas sobre as propriedades curativas das plantas que a ciência só tem descoberto muito recentemente (inclusive muitas pesquisas científicas estão indo buscar, justamente nesse conhecimento empírico, informações sobre essas plantas).
Um outro exemplo é a maniçoba. Descobrir que a planta da maniva deveria ser cozida durante sete dias e sete noites deve ter sido uma aventura tão surpreendente quanto qualquer pesquisa científica. É de se supor que tenha havido muitas tentativas antes de se chegar ao ponto ideal de cozimento (infelizmente muitos heróis devem ter morrido no meio do caminho).

domingo, novembro 09, 2008

A revsita Istoé publicou uma matéria de capa sobre Obama que pode ser lida aqui. Dia desses eu via no Jornal da Globo uma informação interessante: Bill Clinton deixou o governo dos EUA com déficit zero. Bush está deixando para Obama uma dívida de 3 trilhões de dólares...

1963, de novo


1963 é uma obra até hoje mágica para mim. Na época, a editora Abril, depois do boom de graphic novels da década de 1980, tinha se conformado em publicar apenas gibis de heróis, a maioria de qualidade duvidosa. Fazia tempo que não saia nada de Alan Moore nas bancas, principalmente pelo fato dele ter brigado com a DC Comics, indo para a produção alternativa. Aí comprei esses volumes importados na loja Ponto e Vírgula, em Belém. Eu não sabia uma vírgula de inglês e tinha verdadeiro trauma dessa língua por causa de uma péssima professora que tive no ensino médio. Na época em que comprei esses livros, era grande amigo de um professor de inglês e roteirista de quadrinhos chamado Alan Noronha e pedi que ele me ensinasse alguma coisa, o suficiente para que eu, usando um dicionário pudesse ler 1963. Talvez pelo fato de não compreender perfeitamente a língua em que foi escrita essa história, eu viajava nas possibilidades de interpretação.

E foi com essa série que aprendi o quanto era legal a homenagem e as citações, elementos típicos de obras pós-modernas. Nesse sentido, Exploradores do Desconhecido não existiria se 1963 não tivesse surgido.

sexta-feira, novembro 07, 2008

1963




Não constumo indicar scans de quadrinhos, pois incentivo que as pessoas os comprem as obras originais e, assim, paguem os direitos autorais dos autores. Mas, em alguns casos, essa é uma atitude justificável, especialmente quando é o caso de uma HQ que nunca vai ser republicada ou nunca vai sair no Brasil. A série 1963, de Alan Moore é um desses casos. É quase impossível alguém se animar de lançá-la no Brasil porque o projeto está inacabado. Era para ser uma série de revistas no estilo do gibis da Marvel dos anos 1960 e a edição final deveria colocar esses personagens simples e otimistas em confronto com os personagens violentos da Image. Mas, como a Image estava mergulhada em brigas internas entres os criadores-proprietários, foi impossível realizar o intento... e essa HQ ficou como uma pérola perdida para sempre. Clique aqui para baixar a HQ e aqui para ler um interessante que analisa os detalhadamente o primeiro número, relacionando os personagens de Incorporação Mistério com o Quarteto Fantástico. Clique aqui para baixar o CD Display, programa para ler quadrinhos zipados.

Pérola de briefing

Uma pérola do Blog Piores Briefings:

Gerente de núcleo um pouco confusa
Mal Brifada manda sua contribuição em forma de um bate-bapo bastante esclarecedor.

"A gerente de núcleo me chamou:
- Esse modelo de seeding aqui... vocês falam que vai ter uma surpresa pra quem for no lugar tal...
- Sim, esse foi o briefing.
- Mas você acha que as pessoas não vão ficar com medo? É, as pessoas podem achar que é assalto, sequestro...
- O local fica dentro de um dos maiores shoppings da cidade. É a loja tal, mega conhecida.
- Mas as pessoas acreditam no que lêem no orkut?
- Pra minha sorte, sim. Senão eu perco o emprego.
- Ai, eu não iria nunca, nem deixaria ninguém ir... dá pra mudar o tom e explicar a ação?
- Dá, eu posso dizer que se o cara for na loja tal e estiver usando um celular da marca tal, ele vai ganhar o brinde tal.
- Ai, mas aí quebra a questão da surpresa, né?
- é.
- Então faz assim: diz o que é mas sem contar o que é...
- Então eu digo que é uma coisa legal, mas que não posso falar o que é?
- Isso...
- Tipo uma surpresa, né?
- ...é...- Beleza, brigada."

Dica de blog


Essa é para quem se amarra em marketing: o Piores briefings do mundo. Engraçadíssimo blog sobre os bastidores da propaganda. Precisa dizer que recomendo? (Dica da Lilian, do blog Não me conte seus segredos)

Conspirações


O Matheus Moura publicou, no site Bigorna, uma resenha do Prismarte Conspirações. Confira.

Bichinhos de jardim


Um dos quadrinhos mais conhecidos e queridos da net brasileira é a Bichinhos de Jardim. Quem não conhece e quer conhecer, é só clicar aqui. Coloco aqui um exemplo de uma tira que parece ter sido feita para o caso dos Exploradores do Desconhecido. Da mesma forma que a Clara Gomes, autora dos bichinhos, nós conseguimos muitos fãs, mas também alguns ardorosos inimigos.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Obama venceu!


E, no final das contas, Obama acabou ganhando. No meio de tantas notícias ruins, pelo menos uma boa notícia. Parece que a era Bush de usar o porrete na política internacional vai finalmente terminar. Talvez até Obama consiga costurar um acordo no Oriente Médio (coisa que Clinton já tinha começado a fazer, e Bush colocou tudo a perder). Agora rezem para os republicanos não matarem Obama antes da posse e fiquem com um texto meu sobre Bush clicando aqui.

Palestra cinema popular


Foi muito interessante a série de palestras, ontem , no SESC, em homenagem ao dia do cinema nacional. Muita gente me pediu para disponibilizar os slides de minha apresentação. Pois bem, para baixar, basta clicar aqui.

Senta a pua!


Assisti parte do documentário Senta a Pua, de Erik de Castro sobre a atuação da Força Aérea Brasileira na II Guerra Mundial. Muito interessante. Os depoimentos dos pilotos (a maioria deles, hoje brigadeiros) é rico em detalhes. Fiquei assistindo e imaginando um roteiro de um longa metragem, uma mistura de Soldado Ryan com o primeiro capítulo de Os Supremos (na parte que mostra a atuação do Capitão América na II Guerra). Por que ninguém fez ainda um filme sobre a atuação do Brasil na II Guerra?

Convite

Recebi, e agradeço, convite do Ministério Público do Amapá para a I Consulta Pública. O evento aconteceu às 15:30 h, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça (Av. FAB, 64, Centro).

Patrimônio cultural

A Alcilene Cavalcante está fazendo, em seu blog, uma campanha para que a casa mais antiga do Amapá, pertencente à D. Rosa Tavares de Almeida, nascida em 1896, não seja derrubada. O Idéias se solidariza com essa campanha.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Morre Michael Crichton, autor de ‘Parque dos dinossauros’


Michael Crichton, autor do best-seller “Parque dos dinossauros” (adaptado para o cinema por Steven Spielberg), morreu nesta terça-feira (4) em Los Angeles, informa o site da rede de TV norte-americana CNN. Ele estava com 66 anos.

Em nota divulgada à imprensa, o relações públicas do escritor diz que a morte foi “inesperada” e que veio “após uma corajosa e discreta batalha contra o câncer”. Leia mais


Comentário: Apesar de Crichton ser mais conhecido por Parque dos dinossauros, o livro dele que mais gostei foi Congo. Maravilhosa a forma como o autor conseguiu juntar conhecimento científico e aventura nesse livro...


Body art


Bod art é uma modalidade em que o corpo de um modelo, ou do próprio artista, é transformado numa obra de arte. Há alguns bem escatológicos, mas, quando o artista resolve transformar o corpo do (ou da) modelo em uma tela, o resultado geralmente é muito bonito. Confira aqui alguns belos exemplos.

É hoje!


É hoje minha palestra sobre cinema popular no Brasil, no SESC Araxá, às 19 horas. Vejo vocês por lá...