sábado, dezembro 31, 2005

Virada de ano

Ano passado fomos para a praça ver a festa dos fogos, mas voltamos frustados. Os fogos foram como orgasmo: quando você viu, já foi...
Este ano vamos para a casa de uma amiga. Vamos levar uma tábua de frios, outra de frutas e vamos fazer os nossos já famosos coquetéis... eu faço com álcool e o meu filho Alexandre os sem álcool.

Gato preto em campo de neve




Estou lendo Gato Preto em Campo de Neve, relato da viagem que Érico Veríssimo fez aos EUA na época da política de boa-vizinhança. Em plena Segunda Guerra Mundial, os americanos perceberam que países como o Brasil, por sua localização, não poderiam entrar na guerra ao lado do Eixo e começaram um processo de aliciamento que incluiu não só o presidente Getúlio Vargas, mas também artistas. Gente como Orson Welles e Disney vieram ao Brasil e escritores como Veríssimo foram conhecer a terra de Tio Sam. É impressionante como um bom escritor consegue produzir um grande livro mesmo num relato de viagem. Veríssimo se destaca pela análise dos tipos com os quais se depara e pelo texto fluente. Eu já tinha lido, emprestado da Biblioteca Pública de Belém, e quando vi num sebo aqui em Macapá, comprei na hora.

Globo lança séries para substituir Jô Soares nas férias

Agência Estado
09:10 26/12

A Globo adquiriu duas das séries de maior sucesso nos Estados Unidos e na TV paga brasileira para substituir Jô Soares de janeiro até março. A primeira a chegar é a quarta temporada de 24 Horas e a segunda, a sensação Lost. A mais recente temporada de 24 Horas - que já foi exibida no canal Fox - estreará logo no dia 2 e será apresentada diariamente após o Jornal da Globo. Leia mais

Congós: buracos vão continuar

Os moradores do bairro do Congós receberam um péssimo presente de Natal do governador: o presidente da Associação dos Moradores do bairro foi levar um abaixo assinado pedindo que o serviço de asfaltamento seja terminado e recebeu a notícia de que só depois da eleição. Ou seja: votem em mim e eu asfalto... Ah, tá...
Lembrando que com a obra, o asfalto da Claudomiro de Moraes ficou todo quebrado e a situação agora está muito pior do que era antes...

Ao povo o que é do povo

O blog do Ernani Motta publicou a relação dos deputados e senadores que vão devolver o dinheiro da convocação extraordinária. Um detalhe: nenhum é do Amapá.
Veja a lista:

Senado: 4 recusas

Cristovam Buarque (PDT-DF)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Serys Slhessarenko (PT-MS)

Câmara: 36 recusas

PT: Antonio Carlos Biscaia (RJ), Dr Rosinha (PR), Henrique Fontana (RS), Luciano Zica (SP), Mauricio Rands (PE), Mauro Passos (SC), Orlando Desconsi (RS), Paulo Rubem Santiago (PE), Tarcísio Zimmerman (RS), Walter Pinheiro (BA) e *Zico Bronzeado (SC).

PTB: Armando Monteiro Neto (PE), Arnaldo Faria de Sá (SP), Íris Simões (PR), José Chaves (PE), José Múcio (PE) e Luiz Antonio Fleury (SP).

PSOL: Chico Alencar (RJ), João Alfredo (CE), *Luciana Genro (RS) e Orlando Fantazzini (SP).

PMDB: *Michel Temer (SP), Odílio Balninoti (PR) e Takayama (PR).

PSDB: Carlos Sampaio (SP), *Júlio Semeghini (AP), Mendes Thame (SP) e Gustavo Fruet (PR).

PPS: *Denise Frossard (RJ), Nelson Proença (RS) e *Raul Jungman (PE).

PV: *Fernando Gabeira (RJ) e *Sarney Filho (MA).

PFL: *Eduardo Sciarra (PR).

PL: Lincoln Portela (MG).

PP: *Vadão Gomes (SP).

Os deputados assinalados com (*) informaram a Mesa da Câmara a recusa somente após o encerramento do prazo. Portanto, terão os valores depositados, mas, comunicaram que não ficaram com o dinheiro.

Ladrão ´Papai Noel´ entala em chaminé

Ribeirão Preto - O servente de pedreiro Adriano Pedro de Oliveira, de 26 anos, de São Carlos, na região de Ribeirão Preto, tem motivos de sobra para odiar a história de que Papai Noel chega nas residências e entra pela chaminé para entregar presentes. Na madrugada de hoje, Oliveira tentou praticar um furto, com outros três homens, e literalmente "entrou pelo cano". Leia mais

Avião deixa passageiro bêbado em ilha remota

Londres - O comandante de um Airbus da companhia britânica Monarch, que seguia a rota Manchester-Ilhas Canárias (Espanha), fez um pouso não previsto numa pequena ilha portuguesa para deixar um passageiro bêbado que importunava a tripulação e as outras pessoas, informou o diário britânico Daily Mirror. O aparelho aterrissou na ilha de Porto Santo, habitada por 5 mil pessoas e integrante do Arquipélago da Madeira, no Atlântico. Porto Santo tem apenas 112 km2. O passageiro, um irlandês não identificado, de 53 anos, foi retirado à força do avião. Leia mais

Watchmen e a teoria do caos


O Omelete publicou uma resenha do meu livro Watchmen e a teoria do caos. Para conferir, clique aqui.

Ah, para comprar o livro, clique aqui.

Cante a canção comigo

Neste natal e final de ano, gostaria de lembrar uma das músicas mais bonitas de um grupo quase desconhecido, O Terço:

Hey, amigo
Cante a canção comigo
É nadaÉ quaseÉ tudoHey, amigo
Cante a canção comigo
MetadeÉ parteDe um todoNesse rockEstamos todos juntosNesse rockEstamos todos juntosNesse rockEstamos perto de serA unidade finalA unidade final

Espero que em 2006 sejamos não metades, mas partes de um todo. Que sejamos não seres separados pela distância, mas unidos pela amizade e respeito mútuo.

É o desejo de

Gian Danton e família

quarta-feira, dezembro 28, 2005

É O FIM!

Começa amanhã o FIM (Festival de Imagem em Movimento) no teatro das bacabeiras. Confira aqui a programação.

2005: Diário de bordo


Com esse susto que foi a morte do Chris, que pegou todos nós de surpresa, esqueci de avisar que meu texto com a retrospectiva de 2005 entrou no ar no Digestivo Cultural. Para ler, clique aqui.

Recebi por e-mail:

Telefonei para Goiânia e soube que Chris ficara encantado e partira no dorso do cavalo verde de que nos fala o Padre Vieira. Poucos conheci com o seu talento e erudição. Grande amigo apesar dos contatos curtos e esporádicos que tivemos ao longo das jornadas do nosso NP. Todos vamos sentir muito a sua falta. Athos Cardoso (Athos é autor do livro O que é aventura, da coleção Primeiros Passos, e de um livro antológico sobre os quadrinhos de Ângelo Agostini)

terça-feira, dezembro 27, 2005

Leia entrevista com o Chris Natal no site Alan Moore, o senhor do caos.

Superaventuras Marvel



Epitáfio

Chris Natal desencarnou ontem, dia 26 de dezembro, na UTI de um hospital de Goiânia. Seu corpo será velado e enterrado no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo.

Chris foi professor e coordenador de curso de jornalismo em uma faculdade em Macapá. Era também um pesquisador, com atuação importante nas áreas de quadrinhos e propaganda subliminar.

Nem sempre concordei com suas opiniões e ações, mas ele sempre se revelou um amigo inteligente, divertido e fiel. Era alguém com o qual se podia conversar sobre qualquer assunto.

Chris era um caso clássico de superdotado, com todas as qualidades e defeitos dos superdotados: a inteligência ferina, o raciocínio rápido, o vício em informação, mas também a arrogância intelectual que ele não fazia a menor questão de disfarçar. Chris escrevia com rádio e televisão ligados, pois dizia que seu cérebro não se contentava com um só nível de informação.

Chris é o primeiro amigo, de minha geração, que morre, e morreu de forma boba, sem sentido. Logo ele, que parecia um touro, que nunca ficou doente enquanto eu o conheci, que dizia ter estômago de avestruz... Chris parecia invencível e talvez ele acreditasse mesmo ser invencível, tal a forma despreocupada e intensa com que vivia cada momento.

Ou talvez fosse o contrário: lá no fundo, talvez ele soubesse que ia morrer jovem e fazia questão de viver intensamente cada minuto, como quem sabe que não vai chegar ao ponto de chegada e corre o mais que pode para aproveitar cada metro do caminho. Talvez por saber que ficaria entre nós pouco tempo, ele fazia questão de ser notado, para que as pessoas sentissem falta dele...

O conselho “É preferível viver mil anos a dez que dez anos a mil” parece ter sido o lema de Chris. Ele devorava filmes e livros como quem sabe que tem pouco tempo e quer aprender tudo que pode no tempo que resta... mas também vivia cada emoção, cada sensação com a mesma gula. Bastava ligar “Chris, vamos pegar estrada...” e lá estava ele, na porta de nossa casa, pronto para viagem. Fizemos juntos uma viagem inesquecível para Pontal das Pedras e aproveitamos cada momento para conversar. Por insistência do Crhis, pegamos um barco e fomos parar no cenário mais bonito que já vi na minha vida. Naquela viagem, eu na proa e ele na popa, tiramos fotos um do outro, cada um tentando tirar a melhor foto, numa divertida disputa em celulose.

A mesma fome que ele sentia por informação, ele sentia por comida (uma outra forma de chamar a informação gustativa) e Chris era o melhor público que um cozinheiro poderia querer. Ao comer minha feijoada, ele afirmava categoricamente que era a melhor feijoada que ele já tinha provado em toda a sua vida, o mesmo para a pizza ou a lazanha... nesses momentos de cortesia culinária ele não se parecia nem um pouco com o Chris polêmico, que gostava de discutir e ostentava com orgulho as acusações que os adversários lhe faziam (quando o Bonfin Salgado o chamou de Canguru Australiano, ele fez questão de fazer para si uma camisa com essa expressão abaixo da imagem de um canguru com luvas de boxe).

Chris era um céptico, então ele riria do que vou escrever, mas espero sinceramente que seu espírito encontre a paz e a harmonia e que sua curta estada entre nós tenha sido mais um passo em sua evolução intelectual e espiritual. E, Chris, esteja certo de alguém não morre enquanto viver nas lembranças dos amigos. Assim, você estará para sempre em nossas lembranças.

Chris deixa uma viúva, Lili, e dois filhos, Matheus e Sofia.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Chris Natal na UTI

Crhis Natal está na UTI de um hospital em Goiania, em estado grave após uma cirurgia para redução de estômago. Chris foi professor e coordenador de curso de jornalismo em uma faculdade em Macapá.

domingo, dezembro 25, 2005

Bob esponja capitalista


Um ex-aluno de jornalismo Wilker Lira, fez seu TCC sobre a ideologia capitalista em Bob Esponja. Reproduzo aqui uma parte do trabalho:

Bob Esponja é o empregado ideal, nunca reclama do salário e está sempre feliz. É o personagem mais engraçado, está sempre metido em confusões e nunca consegue ser aprovado na auto-escola (que aqui se chama escola de pilotagem, pois os carros são barcos). Em “Bob Esponja, o filme” (2004), fica evidente que Bob Esponja e seu melhor amigo Patrick são apenas crianças, entretanto, como Bob Esponja está na auto-escola, e nos Estados Unidos a idade mínima para dirigir é de 16 anos, essa é a idade provável do garoto. Bob também faz tudo pelo patrão, seu Sirigueijo; ele não é só o patrão de Bob Esponja, mas também seu ídolo. No episódio Snowball efect – Efeito Bola de neve – (O NATAL de Bob Esponja, 2002) enquanto brincam de fingir ser outra pessoa, Bob Esponja diz querer ser seu Sirigueijo, quando Patrick lhe pergunta porque ele quer ser o patrão, Bob responde: “Porque ele é um bom líder.”
Em “Bob Esponja, o filme (2004); Bob arrisca sua vida, entra em terras desconhecidas, cheias de perigos, para poder salvar a vida do patrão.
Bob Esponja nunca reclama dos salários, a não ser quando é incitado a isso por Lula Molusco. No episódio Squid´s Strike, Bob chega a pagar a seu Sirigueijo para trabalhar. Em um outro episódio chamado Just one bite – só uma mordidinha - (HISTÓRIAS... 2003) Bob chega às 3 da manhã para trabalhar; Lula Molusco, que se encontrava lá na esperança de comer um hambúrguer escondido de Bob Esponja, pergunta a ele o que estava fazendo ali e Bob responde que sempre chegava para trabalhar aquele horário. Fica evidente aí a dedicação de Bob Esponja Calça-quadrada ao trabalho, dedicação esta, independente do que recebe para trabalhar; também fica evidente sua admiração pelo chefe.
Que capitalista rejeitaria um empregado como Bob Esponja? Ele jamais se importaria em não receber salários, seu prazer é o trabalho e nele estaria dedicado 24 horas por dia se fosse necessário. A hora de começar a trabalhar é o momento mais feliz para ele. Quando o dia acaba, ao contrário, é o momento mais triste, já que tem que parar de trabalhar, como se vê em sua fala no episódio Sirigueijo nasce de novo: “Hora de fechar, a hora mais triste do dia.” (HISTÓRIAS... 2003). Ou no episódio Como na TV (O NATAL... 2002), ao acordar: “Hora de fazer a minha coisa predileta no meu local predileto.” Sua coisa predileta é o trabalho de fazer hambúrgueres e seu local predileto é o local de trabalho. Bob Esponja é feito para ser engraçadinho, para cativar as crianças, é com ele que elas tendem a se identificar, é a ele que elas tendem a imitar; ele e seu jeito de ser, sua dedicação ao trabalho, sua dedicação ao patrão capitalista.

Compre DVDs do Bob Esponja no Submarino.

Sobre o Jabá


Mauro Dias

A música brasileira entrou num impressionante processo de decadência. Errado. A música brasileira continua boa como sempre. Há grandes compositores, cantores, instrumentistas. Mas não é possível dizer que estejam em atuação. Tentam atuar. Não têm onde. Tentam viver da arte – tolice. São dentistas, fiscais do INSS, professores, motoristas de táxi, balconistas, colunistas de jornais – essas atividades garantem a sobrevivência. Tomam tempo – a criação artística, que é a atividade principal (estamos falando de artistas) acaba sendo deixada para as horas possíveis. A música brasileira que toca nos rádios, na televisão, nos grandes palcos, nos estádios, nas festas de São João, no carnaval, nas convenções de criadores de gado é que está em decadência. E só ela que aparece. A outra música, a boa, existe, mas não aparece. A culpa é dos radialistas, dos que montam trilhas sonoras de televisão, dos executivos das gravadoras, dos produtores de discos e espetáculos, dos marqueteiros da indústria de entretenimento. Essa gente criminosa está transformando, conscientemente, coração em tripa. É responsável pela seleção do que você ouve e deixa de ouvir. Essa gente está assassinando o que há de mais rico em nossa produção cultural. E ganhando muito, muito, muito dinheiro. Leia mais

sábado, dezembro 24, 2005

Conto de natal


Gian Danton

1992 foi um ano difícil. A loja Quatro Irmãos tinha estado no zero por onze meses e havia esperança de recuperar o consumidor durante o natal.
No dia 24 de dezembro, lá estava, de manhã cedo, um Papai Noel na frente da loja, balançando um sininho de lata de Nescau e gritando muito timidamente:
- Feliz Natal ! Feliz natal !
Chama-se Melquior, o Papai Noel , e parecia ter o dom único de mexer tão somente a boca e a mão com o sino. Ficava retesado, mais inerte que uma estatua, na frente da Quatro Irmãos. Os passantes paravam, davam algumas gargalhadas, apontavam com o dedo e gritavam:
- E aí, palhaço? Quer me dar aula de balé?
- Ô bobão... você saber mexer ao menos a bunda?
E iam embora assim que a brincadeira perdia a graça.
Dava a impressão de que, ao invés de chamar, Melchior afastava os clientes. Depois de meia hora e trezentas olhadelas esperançosas pela porta, o seu João, dono da Quatro Irmão – que curiosamente só tinha um sócio – gritou lá de dentro:
- Olha, vamos colocar um pouco mais de vida nisso, que eu não quero defunto na frente da minha loja...
Como conseqüência imediata, o Papai Noel começou a pular, balançando o braço num movimento pendular, ao mesmo tempo em que cantava:
- Feliz Natal! Feliz Natal! Feliz Natal pra todos!
Era isso aí. Estava pegando o jeito. O coração bateu mais forte quando um garotinho atravessou a rua... na direção da loja!
Finalmente! O primeiro freguês! O natal dos filhos assegurado! Melchior podia sentir a pulsação dentro do peito, o suor escorrendo em direção à barba de algodão...
- Ei garoto!
- Eu?
- Você mesmo! Venha cá! Veja quantos lindos brinquedos temos na nossa loja... Papai Noel só compra brinquedos na Quatro Irmãos!
Os olhos do garoto brilharam. Melchior examinou-o de cima a baixo: tênis importado, camiseta da moda, bermuda de etiqueta. Tava no papo!
- É verdade? O senhor só compra na Quatro Irmãos?
- Compro.
- Tudo?
- Tudo!
- Até essa barba fajuta?
E puxou a barba do coitado, fazendo com que o elástico apertasse na nuca até doer.
- Seu pivete! Me dá isso aqui! Onde já se viu? Moleque impossível! Não tá vendo que eu tô trabalhando? Vem cá que eu te dou um chute no traseiro...
O moleque parou um pouco à frente, entocou o dedão na boca e começou a chorar.
Melchior ficou preocupado. Afinal, um garoto chorando em frente à loja não era exatamente uma boa propaganda. Lá dentro, por trás do balcão, o Seu João franzia a testa, numa expressão de “está despedido”.
- Ei, garoto. Vamos, não chore. Olha o sininho do Papai Noel...
O pirralho abriu um olho, deu uma espiada de leve e continuou chorando.
- Olha, lá na loja tem carrinho...
Era a palavra mágica. O garoto parou de chorar tão repentinamente quanto havia começado.
- Tem camburão de polícia, arma de raio laser, bonequinho suicida, caminhão de lixo, bombinha atômica, granada...
A cada palavra os olhos do menino se abriam mais.
- E todos esses brinquedos maravilhosos por um preço que parece brincadeira... O que você acha de pedir para a mamãe comprar seu presente na Quatro Irmãos? O que você acha, hein? É a loja oficial do Papai Noel...
- Pedir para a mamãe comprar meu presente aqui? – perguntou o pirralho, com cara de “boa idéia”.
- Isso mesmo. E então? O que acha, hein?
- Não dá. A mamãe já comprou meu presente.
E lá se foi o pulha, em direção à sorveteria.
Desaforo! Podia-se ver, agora, a indignação misturada com a persistência de um mártir por trás da barba de algodão. Havia de gritar a plenos pulmões, arrastar mães pelos cabelos, despir-se no meio da rua, mas traria um freguês para dentro da loja!
- Feliz Natal! Feliz Natal! – gritava, dando pulos desajeitados e balançando de um lado para o outro o sininho.
Tanto berrou que ficou rouco. No fim, mal conseguia pronunciar um insignificante dindonbel.
- Seu Melchior, venha cá! – berrou o chefe, detrás do balcão. Então eu pago o senhor parar ficar só dançando, feito vedete de auditório?
- ...
- Eu pago o senhor para chamar fregueses para a minha loja...
- ...
- O que foi? Se acha muito superior para poder falar comigo? É isso?
- Eu... eu tô rouco, chefe...
- Rouco? E para que eu vou querer um Papai Noel rouco? Suma já daqui, que eu não gosto de vagabundos na minha loja...
- ...
- Não entendeu? O senhor está despedido!
Despedido! Lá se iam o caminhão do Juquinha, a boneca da Maria e o revólver do Pedrinho... despedido!
Passara o mês inteiro procurando emprego e o primeiro oportunidade que conseguira escapava de suas mãos tão rápida e inevitavelmente quanto sua voz. Despedido!
- Des... des... DESPEDIDO!
As nove letras saíram de sua garganta como um urro de leão, assustando até o chefe. Melchior levou as mãos ao pescoço e ficou repetindo para si mesmo, com um sorriso abobalhado:
- Voltou... voltou... voltou! Chefe, o senhor faz milagres!
E tascou um beijo agradecido na careca reluzente do Seu João.
Um segundo depois, lá estava ele na frente da loja, cantando, gritando e pulando como se tivesse descoberto o uso das cordas vocais naquele mesmo instante.
Desta vez estava dando certo. Muitos paravam para tocar o bondoso velhinho e receber um conselho cristão:
- Respeite seus pais, escove os dentes antes de dormir e peça para a mamãe comprar seus presentes na Quatro Irmãos...
A freguesia aumentou bastante, até porque estava se aproximando a hora do pique. Foi quando uma ideiazinha, um vermezinho de nada, começou a romper a casca lá dentro, nos neurônios do Papai Noel.
- Já pensou se alguém vê você aqui? Que vexame! Um pai de família vestido de Papai Noel... se o pessoal do bairro descobre, essa valia por um mês de piadas.- cochichava a ideiazinha.
Melchior começou a disfarçar a voz, a olhar para os lados, assustado...
- Meu Deus! É o Gaspar! – exclamou, vendo um rapaz magro e alto descendo a rua.
Logo o Gaspar, o vizinho mais metido e todo o bairro. Embora não se vissem há muito tempo, Melchior lembrava-se dele no bar, pagando cerveja para todo mundo e gabando-se de seu famoso e lucrativo emprego na empresa estatal... logo o Gaspar!
“Desgraça pouca é bobagem”, pensou Melchior, encurvando-se e escondendo a cabeça com o saco vermelho.
Gaspar passou direto e entrou na loja vizinha, a Cinco Irmãos.
Melchior respirou aliviado, mas espantou-se quando, dali a alguns minutos, saiu de lá um Papai Noel magro e alto, gritando a plenos pulmões:
- Feliz Natal! Feliz Natal!
As crônicas não dizem quem deu primeiro pela coisa. Mas o fato é que dali a segundos lá estavam eles, frente-a-frente, olhando-se como se olhassem um espelho distorcido. Estudaram-se da cabeça aos pés, fizeram gestos um para o outro e, de repente, perceberam!
- Melchior! O que você está fazendo aqui?!
- E você, Gaspar? Papai Noel com roupa de palhaço...
Gaspar olhou para baixo e só então percebeu que sua roupa era realmente um traje de palhaço adaptado para se fazer passar pela vestimenta do bom velhinho.
- Olha só quem fala: papai noel de chinelo...
- Papai Noel brasileiro. – explicou Melchior, embora soubesse que na verdade o chefe não havia se disposto a comprar uma bota. Mas e o que você está fazendo aqui? E aquele emprego na estatal, rapaz?
- Pois é: fui despedido. Esse negócio de privatização... foi muita gente para o olho da rua. Agora tô tendo de dar uma de Papai Noel para poder comprar o presentinho do meu filho... é pouco coisa: uma diária e porcentagem por freguês que eu conseguir...
- Você também?
- Por quê?
- Eu também ganho por freguês que eu conseguir...
Concorrência. Um Papai Noel a mais era sempre uns cobres a menos no bolso. A ideiazinha começou a cochichar novamente.
Não era justo! Afinal, ele tinha chegado primeiro... o outro, com aquela roupa de palhaço, bem que podia chamar mais atenção e lá se ia a comissão... A ideiazinha voltou a crescer e se transformou rapidamente em ódio.
Ódio! A cabeça de Gaspar fendida, com os miolos escorrendo e Melchior sobre ele, golpeando implacavelmente com o sininho de Nescau... A rua seria dele, a cidade, o estado, o país, o mundo!
E nisso ia se aproximando do outro, pronto a pegá-lo de surpresa.
Súbito pararam os dois, com as mãos levemente levantadas, num ataque suspenso. Avermelharam, piscaram seis vezes, esconderam os respectivos sininhos às costas...
- Feliz Natal! – desejou Gaspar, meio sem jeito.
- Boas Festas! – retribuiu Melchior, entre os dentes.
- Feliz Ano Novo! – entoaram os dois, afastando-se um do outro.
Não tinha mesmo jeito. O negócio era ser tão alegre e chamativo quanto o concorrente.
Em nenhum instante a rua ficou tão risonha.
Os dois cantavam, agitavam seus sinos, chamavam os passantes, afagavam os cabelos das crianças e davam estrondosas gargalhadas no melhor estilo “Ho ho ho!”.
As duas lojas estavam enchendo de gente.
Era uma mulher que vinha comprar presente para o seu filhinho;um casal de velhinhos, que saiu com um jogo de damas; um homem baixinho, troncudo, que embirrou de comprar um jogo infantil para o seu afilhado de 15 anos...
Quanto mais fregueses entraram, mais os Papais Noeis se empolgavam e acabaram (nesse ponto as crônicas são um tanto obscuras, de modo que não se pode saber, portanto, quem começou) dançando juntos.
Ficaram lá, na frente da loja, de braços dados e agitando as pernas como se fossem bailarinos russos. Só pararam quando o dono de uma das lojas gritou lá de dentro:
- Que bagunça é essa aí na frente?
Já não existia nem um pinguinho de ódio ou rancor em seus corações. Sentiam-se unidos pela função como irmãos o estariam pelo sangue.
Ao meio-dia foram juntos a um bar da esquina comer um sanduíche de pão com salame. Tomaram um guaraná (um para dois, daqueles grandes, que era mais barato) e conversaram bastante.
Passaram o resto do dia como enamorados, lado a lado, fazendo a propaganda de suas respectivas lojas, o suor molhando suas roupas vermelhas.
O movimento começou a diminuir lá pela nove da noite. Gaspar parou um instante, olhou o relógio (lembrança dos velhos tempos da estatal), enxugou o suor da testa e soltou:
- Ufa! Nove horas! E eu ainda tenho de comprar o presente de meu filho...
- E o que é que você vai comprar para ele?
- Um daqueles trenzinhos de plástico, com vários vagões e rodinhas.
- Ah, sei. Quanto é que está na sua loja?
- Blá blá, blá.
- Tudo isso? Aqui está blá.
- Não brinca! Sério?
- Sério: blá!
- Nossa, tá muito mais barato que aqui... – avaliou Gaspar. Pode ter certeza de que vou comprar o presente aí... Esse pessoal da Cinco Irmão é um bando de ladrões!
O Ladrões saíra agudo, quase um assobio. Uma senhora dobrara a esquina e Gaspar ficara os olhos nela.
- Compre aqui que é mais barato, minha Senhora! Só a Cinco Irmãos tem o melhor preço da cidade!
A mulher pareceu hipnotizada. Deu uma sutil guinada no seu passo decidido e entrou na Cinco Irmão.
Gaspar piscou para Melchior:
- Não esquece de reservar o trenzinho...
A mulher entrou, comprou o presente e saiu. Depois dela, um senhor calvo, capengando de uma perna. Na Quatro Irmãos entrou uma falsa ruiva, em roupas típicas de secretárias.
E o tempo foi passando... passando. Lentamente... orquestrado pelo movimento dos dois...Nove e meia... dez horas... dez e meia... onze horas...
- Onze e meia! – espantou-se Gaspar, olhando para o relógio.
- Onze e meia?
- É.
- Quem sabe?
Olharam para os seus respectivos chefes com aquela cara de cachorro sem dono que os mendigos aperfeiçoam à perfeição.
Separados apenas por uma parede, cada um atrás do balcão de sua loja, os chefes retribuíram com os braços cruzados e a cabeça balançando de um lado para o outro, em negativa.
- Quem ele pensa que vai comprar a uma hora dessas?
- Algum Papai Noel atrasado, com certeza!
- É, acho que vamos ter de sair daqui meia-noite mesmo...
E assim foi.
Contando os segundo como se cada um deles fosse um preguiçoso que precisasse ser empurrado para passar, os dois chegaram finalmente às 24 horas.
Mais do que depressa, os dois funcionários da Quatro Irmãos e os três da Cinco Irmãos desapareceram pelas ruas, com seus embrulhos debaixo do braço.
Gaspar e Melchior foram os últimos. Gaspar ainda teve de comprar o trenzinho e Melchior gastou seus cobres numa boneca, num caminhão e num revólver de plástico. Saíram pelas ruas vestidos de Papai Noel mesmo.
Seguiram pela calçada a passos de marcha, enquanto o dono da Quatro Irmãos passava por eles num Monza 91.
O homem passara a manhã inteira reclamando que não havia conseguido trocar o Monza por um carro zero. Melquior teve vontade de comentar a ironia da coisa com o amigo, mas não teve forças.
Chegaram resfolegantes à parada.
- Que ônibus você vai pegar? – perguntou Gaspar.
- O Sacramenta Nazaré. E você?
- Eu também.
- Eu também, o quê?
- Também vou pegar o Sacramenta Nazaré.
- Ahhh... – fez Melchior, bocejando.
Gaspar estava apertando os olhos.
- Que ônibus é aquele ali? – gritou, de repente.
- É o Sacr...
Estenderam as mãos.
O ônibus, lotado, passou voando por eles.
Ficaram na mesma posição, com os braços estendidos, como se ainda pudessem trazer o ônibus de volta.
- Droga! Só falta agora eu não conseguir chegar em casa para levar o presente do meu filho!
- É... – concordou Melquior.
Os dois olharam, desolados, para os presentes, e sentaram no meio-fio.
- Sabe, - começou Gaspar – quando eu era criança, tinha uma coisa que me intrigava...
O sorriso de quem está contando algo levemente constrangedor dominou seus lábios.
- Eu... eu... queria saber por onde é que Papai Noel entrava em casa. É que todo mundo falava que ele entrava pela chaminé e deixava o presente debaixo da árvore.
Gaspar alisou os cabelos. O sorriso envergonhado havia aumentado consideravelmente.
- Só que lá em casa não tinha chaminé...
- E aí? Por onde é que ele entrava? – perguntou Melquior, rindo.
- Era isso que eu queria saber... Um dia eu decidi: fiquei acordado até de madrugada. Sabe aquela hora em que a gente só ouve o latido dos cães e o uivo do vento? Eu puxei o lençol e coloquei um pé fora da cama, depois o outro.
Tinham levantado. Gaspar contava empolgado, fazendo gestos com as pernas e os braços.
- Aí eu fui andando, pé ante pé... abri a porta e fui na ponta dos dedos até a sala. Não tinha ninguém lá... nenhum Papai Noel. Só a árvore de natal e os móveis...
- E aí? – quis saber Melquior. O que você fez?
- Eu me escondi atrás da árvore e fiquei esperando... rapaz, de repente eu vi: era ele! É ele! É ele!
- O Papai Noel?
- Não, o Sacramenta!
Melquior se virou e, instintivamente, fez sinal, mas já era tarde demais. Do ônibus havia sobrado apenas a poeira.
Sentaram-se, desanimados, no meio-fio.
- Era o meu pai. – disse Gaspar. Ele acordava de madrugada e deixava o presente embaixo da árvore. Aliás, sempre o mesmo presente: um carrinho de bombeiro azul com sirenes verdes que acendiam...
- Sempre o mesmo presente?
- É, ele tinha comprado um monte desses numa liquidação. Estavam com defeito de fabricação...
- ?
- Tinham sido pintados errado...
- Ah...
- Foi aí que deixei de acreditar em Papai Noel...
Ficaram lá sentados no meio-fio, alisando cada um a sua barba de algodão. Gaspar tirou o gorro e ficou batendo o pom-pom na perna. Melquior brincava com o sininho de lata de Nescau, olhando triste para algum ponto distante...
Ficaram um bom tempo assim. De repente, Gaspar tirou algumas notas amassadas do bolso e começou a contar.
- Quanto tu tem aí, hein cara?
Melquior largou o sininho e tirou algumas notas do bolso. Contou.
- Blá, blá, blá.. – respondeu, estendendo o dinheiro para o amigo.
Os dois montes de papéis sujos e amarrotados foram unidos e contados. O resultado deveria dar para comprar algo para se comer e talvez ainda sobrasse algum para tentar pegar o ônibus quando eles voltassem a circular.
Seus estômagos já protestavam em altos brados.
Passaram por ruas escuras, de casas antigas. Em algumas delas, podia-se ouvir o barulhinho dos festejos: gente falando alto, o tilintar de talheres, o rádio ligado, a TV passando um especial sobre filmes antigos...
Encontraram, finalmente, uma baiuca aberta. Alguns bêbados se amontoavam no balcão, as camisas abertas no peito, os rostos cheios de rugas e olheiras.
Passaram em frente a uma estufa de vidro, com armação de madeira, onde se acumulavam doces, massas e salgados. Um montículo de bolor nascia com uma flor sobre um pedaço de bolo de chocolate.
Decidiram-se por um pão com queijo e mortadela.
Melquior e Gaspar aproximaram-se do caixa, onde um português gordo, de enormes bigodes, barba mal-feita, chinelas de couro e lápis na orelha, palitava os dentes.
Já iam pedir quando os olhos de Gaspar bateram em uma garrafa de vinho em promoção.
- Me dê um sanduíche e uma garrafa de vinho. – solicitou Gaspar.
Cinco minutos depois, os dois Papais Noeis estavam dividindo o sanduíche e um vinho tão vagabundo que o rótulo borrava em contato com a água.
Depois da primeira garrafa, pediram a segunda, e a terceira.
Quando a noite os viu novamente, andavam porres pelas ruas da cidade, balançando seus sinos e cantando:
- Feliz Natal! Feliz Natal! Feliz natal pra todos!
Estavam nisso quando Melquior caiu ao chão e desabafou:
- Feliz natal uma ova!
Gaspar se aproximou e tocou-lhe o ombro. A rua se distorcia, girando em torno da cabeça.
- Ei cara! O que foi que aconteceu? Vamos dançar, vamos comemorar...
- Meu amigo... você é meu amigo, não é?
- Claro que sou.. amigão do peito! Palavra de escoteiro!
- Então senta aqui do meu lado que eu quero te contar uma coisa...
Melquior puxou o outro para perto de si, quase enforcando-o.
- Você é meu amigo... por isso eu vou te contar uma coisa que nunca contei pra ninguém...Sabe, quando eu era criança, a gente morava numa casinha de madeira e eu dormia na rede... a gente colocava a chinela havaiana da rede e quando acordava o presente de natal tava lá... sabe que um dia eu acordei... e sabe o que foi que eu vi?
- O presente?
- O chão.
Havia agora um misto de raiva e tristeza no olhar de Melquior. Os olhos passeava de um lado para o outro e caiam no chão.
- Eu não me conformei. Procurei no guarda-roupa, atrás da porta... Nada, não tinha nada, nem em cima do guarda-roupa e nem atrás da porta...
Melquior engoliu em seco, querendo se enterrar no chão.
- Aí eu fui com minha mãe e ela disse que quem comprava o presente era o meu pai e que ele tava desempregado... Você já deixou de ganhar presente de natal, cara? Foi aí que eu deixei de acreditar em Papai Noel...
Ficaram sentados no meio-fio, estudando atentamente os relevos do solo.
- Você é que tem sorte!- vociferou Gaspar, levantando-se e empurrando o outro para o lado. Você pelo menos nunca teve um natal de verdade...
- Eu?
- É. Você não tem com o que comparar. Não é como eu, que tive natal de verdade e não tenho mais...
- E o que é um natal de verdade? Hein?
- É... é.. é uma mesa cheia de comida: peru, panetone, bolo, passas.. e presente pra todo mundo... Antigamente era assim lá em casa.. agora nem para dar um presente de natal pra minha família eu presto...
Lágrimas desabrocharam dos olhos de Gaspar, deslizando calmamente pela barba postiça...
- Nem para isso eu sirvo... Nem pra dar um presente decente... agora eles devem estar lá, dormindo, com fome... e nem o presente do meu filho eu consegui levar... Droga! Droga de vida!
- Ei, cara! Olha, meu amigão do peito... ouve só um negócio: naquele dia que eu não recebi presente, a minha mãe me deu um abraço tão bom que valeu por um presente, sabe? Olha, eu descobri que natal não é presente, não é mesa cheia de comida... o que faz o natal é a gente... pensa bem... amanhã tu vai chegar em casa e vai poder dar um abraço no seu filho. Pior seria se tu chegasse lá dando presente, mas batendo em todo mundo...o natal quem faz é a gente.... Natal é amor, sabe? Natal é amor...
Tinham sono. Foram cedendo o corpo dolorido até deitarem completamente na calçada. Dormiram, um ao lado do outro.
Gaspar foi o primeiro a acordar. Algo ardia em seus olhos. Resmungou algumas palavras desconexas, levantou um pouco e tentou abrir as pálpebras.
Várias luzes ocuparam toda a sua área de visão. Dançando e descrevendo trajetórias caóticas, elas foram se unindo numa única e forte luz branca.
- Ei, cara! Acorda! O que é aquilo ali?
Melquior esfregou os olhos e soltou alguns impropérios.
- Que droga! Será que... o que é aquilo? O dia está nascendo?
- Não, é uma luz...
Era uma luz, de fato. Os dois se levantaram e, de repente, a esperança tomou conta deles.
Quem sabe todas aquelas histórias eram verdadeiras? Quem sabe ainda existisse um futuro melhor para todos? Lágrimas de felicidade e esperança brotaram dos seus olhos.
- É a luz de natal! – apostou Gaspar.
- Sim, é a luz de natal! – confirmou Melquior.
Aproximaram-se.
Seus passos eram lentos e seguros. Os braços, pernas e pés completavam uma coreografia de esperança e paz. Era a luz de natal.
Gaspar foi o primeiro a perceber.
Ele recuou horrorizado e estendeu as mãos na frente do corpo, num esforço inútil de defesa. Melquior também fez o mesmo, mas já era tarde demais.


Dois homens, vestidos de Papai Noel, foram atropelados por um ônibus hoje de madrugada.
O Motorista Manuel da Silva, da linha Sacramenta-Nazaré, disse, em entrevista, que não pensou que estivesse atropelando pessoas de verdade: “Quando vi os dois no meio da rua, pensei que fosse alucinação. Nem me preocupei em desviar. Nunca acreditei em Papai Noel”.
Hoje é véspera de natal. Engraçado que do natal a gente sempre lembra mais da véspera que do dia em si. O dia de natal tem jeito de pós-climax. As minhas boas lembranças são sempre da véspera, da família reunida, preparando quitutes, trocando presentes. É um momento que todos se unem em torno de uma idéia, um objetivo. Os livros espíritas dizem que é a época do ano que os espíritos benfeitores têm menos trabalho para convencer as pessoas a fazerem o bem. Talvez seja isso que chamam de espírito natalino. Espero que nesta data esse espírito ilumine as mentes de cada um dos meus leitores, espero que passem seu natal em paz e harmonia... e para aqueles que estiverem sozinhos, lembrem-se que nem mesmo a maior distância separa uma afeição verdadeira. Quem ama está sempre ligado por um fio de ternura a quem é amado...

Farenheit 11 de Setembro


Assisti Farenheit 11 de Setembro, o famoso documentário de Michael Moore em que ele traça um perfil da carreira política de George Bush. É impressionante descobrir, por exemplo, que Bush mandou retirar dos EUA todos os integrantes da família Bin Laden logo após o atentado às Torres Gêmeas e que nenhum deles foi sequer interrogado pela CIA ou FBI.
As informações divulgadas no documentário seriam o bastante para varrer a família Bush da política por pelo menos 50 anos, mas mesmo assim George foi reeleito... o que nos diz algo sobre a inteligência do norte-americano médio.
Eis algumas dessas informações:
Logo após o atentado, ficou claro que o Iraque não tinha nada a ver com o assunto, mas o governo Bush fez tudo que era possível para associar o 11 de setembro a Sadan...
A família Bush ficou rica através de acordos feitos com a família Bin Laden.
As famílias Bush e Bin Laden são as que mais estão faturando com a Guerra do Iraque.
Bush é um político totalmente despreparado, que, mesmo depois de informado sobre o antetado ao Word Trade Center, ainda passou quase 10 minutos ouvindo uma história sobre carneirinhos...
Para mais, peguem o DVD na locadora.

I concurso literatura para todos


O MEC está realizando um concurso para livros dedicados a jovens e adultos que estão se alfabetizando. Serão premiados oito trabalhos, um em cada categoria: conto ou novela; crônica; poesia; biografia ou relato de viagem; ensaio ou reportagem; textos da tradição oral; esquetes, scripts, peças teatrais, roteiros de vídeo, cinema, quadrinhos; ou textos utilizando linguagem das Tecnologias de Informação e Comunicação (e-mails, blogs, comunidades virtuais, grupos de discussão, etc.).
O prêmio é de 10 mil reais.

Veja mais informações.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Sescanta Amapá

Ganhei de presente os CDs das duas edições do Sescanta Amapá, festival de música promovido pelo SESC. Fiquei impressionado com a qualidade das músicas. E, no segundo CD, descobri uma verdadeira pérola: Toque de Midas, de Joãozinho Gomes e Sérgio Souto:

Creio num anjo torto descontente
no bêbado que toca cavaquinho
na ode de um poeta renitente
na sábia rebeldia de um Betinho

Que reinvidique comida
Que tenha idéia amiúde
Que ache sempre saída
Que seja Robin Hood

Gostou? Ouvindo é melhor ainda...

Comentários

Por burrice minha, só quem estava inscrito no Blogspot podia fazer comentários. Mexi, mexi e descobri como resolver o problema. Os comentários estão agora abertos a todos. Aproveitem (mas por favor, sejam educados, ou vou marcar a opção moderar comentários...).

Site de 300 é inaugurado - Veja as primeiras imagens do filme!


Por Érico Borgo23/12/2005

No primeiro artigo do Omelete sobre a visita ao set de 300 (leia aqui), adaptação da história em quadrinhos de Frank Miller e Lynn Varley, comentamos que o website oficial do filme seria lançado na semana passada. Porém, infelizmente, a inauguração foi adiada em uma semana.
A boa notícia é que o site foi liberado hoje e está disponível em 300themovie.warnerbros.com. Ele ainda não traz o vídeo blog que nós vimos lá no Canadá, mas uma galeria que compara as ilustrações do gibi com artes conceituais, fotos dos bastidores e as imagens finalizadas já está disponível. Veja uma dessas comparações no Omelete!

Algumas opiniões de Martinho Lutero, o criador da igreja protestante...


"Os homens têm tórax grande e largo, quadris estreitos e mais entendimento que as mulheres, que têm tórax pequeno e estreito e quadris largos. Isto significa que elas devem ficar em casa, sentar-se quietas, cuidar do lar, gerar e criar crianças" (Martinho Lutero)
"As palavras e atos de Deus são bem claros: as mulheres foram feitas para ser esposas ou prostitutas" (Martinho Lutero, "Works 12.94")
"Do mesmo modo, devemos nos submeter à autoridade do príncipe. Se ele abusa ou faz mal uso dela, não devemos odiá-lo, buscar vingança ou punição. A obediência é devida em nome de Deus, pois a autoridade é o representante de Deus. Por mais que eles tributem e exijam, devemos obedecer e suportar com paciência" (Martinho Lutero, sermão "Tributo a César") Leia mais

Compre livros sobre religião no Submarino.

quinta-feira, dezembro 22, 2005


Ainda falando sobre a cidade, domingo fomos comer um sanduiche na praça, no X-do sul, na frente da Top. Do outro lado da rua, na beira rio, um rapaz estava com o carro parado e o porta malas aberto. De lá saía um som ensurdecedor que repetia continuamente:

Samba Teves
Pedala Robinho

Todos nós, que não tinhamos nada a ver com o assunto, éramos obrigados a ouvir essa pérola do cancioneiro popular, demonstração perfeita do nível de inteligência do proprietário do veículo. Dali a pouco parou uma viatura da polícia ao lado dele. Pensei comigo: finalmente as autoridades vão fazer alguma coisa... Mas, no final, a moça que estava com o rapaz do carro foi lá na viatura, deu um beijo e um dos policiais e eles foram embora, deixando o infrator sossegado para perturbar os outros...

A mesma polícia que acha bonito alguém colocar som altíssimo na beira rio me parou esses dias. Eu estava entrando pela sétima avenida, único percurso que nos sobrou depois que o governo destruiu a Claudomiro de Moraes, e, depois que passei por uns policias escondidos embaixo de uma marquise, ouvi um apito. Pensei: Não é comigo, não estou fazendo nada de errado, mas por via das dúvidas, fiz o contorno e voltei. A policial queria me mutar por não ter parado imediatamente. Perguntei a ela o que eu tinha feito de errado e ela respondeu: Nada, mas devia prestar mais atenção. Desta vez não vou te multar, mas da próxima vez...

Quer dizer, som alto não dá multa, nem sequer advertência. Mas circular pela cidade obedecendo as leis de trânsito, com todos os impostos em dia, isso dá multa...

Lições da antiguidade


O imperador Augusto tinha um hábito interessante: uma vez ao ano ele se difarçava de mendigo e ia para o mercado de Roma, para saber como era a vida de um romano normal e ouvir suas críticas. Se todos os governantes fizessem isso, o mundo seria bem melhor.
Se o governandor do Estado resolvesse andar a pé pela cidade, como um cidadão comum, ia ver coisas que o deixariam de cabelo em pé. Ia descobrir, por exemplo, que o prometido asfaltamento do Congós só trouxe aborrecimentos para os moradores do bairro. O barro que foi colocado para aplainar as ruas virou lama com a chuva, o asfalto não veio e as ruas estão tão repletas de lama que é impossível caminhar ou andar de bicicleta sem ficar totalmente sujo.
Se o prefeito pegasse uma bicicleta e resolvesse pedalar pela cidade, ia descobrir que a cidade não tem ciclovias, que os ciclistas disputam espaço com os carros, que constantemente precisam desviar de imensos buracos, colocando suas vidas em risco.
Se não têm tempo para caminhar os pedalar, os governantes poderiam pelo menos ler o que as pessoas escrevem sobre a cidade. E aí vai uma sugestão: Márcia Correa escreve um artigo sobre ciclovias no site Corre Neto. Confira.

King Kong

Fomos assistir o King Kong de Peter Jackson. É um ótimo filme, mas com um defeito grave: é longo demais. Daria para cortar pelo menos meia hora sem qualquer prejuízo para a história. Mas tudo que o filme deveria ter está lá: o respeito pelo original (alguém aí se lembra daquele remake vergonhoso da década de 70...), a boa caracterização dos personagens (inclusive do Kong, que está perfeito não só do ponto de vista dos efeitos especiais, mas também da expressão corporal e facial. Aliás, há um ponto em que esse filme é melhor que o clássico: no filme clássico o macaco vê a moça e se apaixona, assim, sem razão nenhuma. Neste, o relacionamento dos dois foi bem melhor explorado...

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Top 10: Alan Moore e o drama policial superpoderoso

Por Marcus Vinicius de Medeiros21/12/2005

Após empreender uma revolução sem precedentes nos quadrinhos de super-heróis nos anos 80 com Watchmen, Alan Moore encontrava-se diante de um grande desafio. Seria capaz de repetir a dose ou teria seu status de maior gênio moderno da arte seqüencial restrito aos sucessos passados? Leia mais

Acabei de receber os exemplares de direitos autorais de meu mais novo livro, “Watchmen e a teoria do caos”, da editora Marca de Fantasia. Estou que nem criança que recebe um brinquedo novo. O Henrique Magalhães tem um cuidado todo especial com as obras que lança e isso pode ser visto no meu livro. Capa e contra-capa ficaram lindas de se ver. Pena que, como o texto era muito grande, sobrou pouco espaço para ilustrações...

terça-feira, dezembro 20, 2005

Certificado

Ontem na reunião dos blogueiros eu ganhei um certificado da Confraria dos blogueiros do Meio do Mundo, que me concedeu o título de blogueiro professor. O certificado veio com um versinho:
"É um blogueiro professor,
que ama o trabalho que tem.
Ele escreve com muito carinho
diversas histórias em quadrinhos"

O Jornaleiro não foi e não ganhou o dele...

Ah, eu ganhei também um CD do Nivito, Todas as Luas. Autografado! E Jornaleiro, que não foi, ficou de castigo e não ganhou o dele.. mas publicou um divertido relato do evento...
Aliás, duas pessoas que eu não conhecia e que foi ótimo conhecer foi o Paulo Zab e o Bonfin Salgado. Muito simpático o Bonfin. O Paulo é mais tímido, mas tivemos uma ótima conversa sobre cinema...

I Encontro de blogueiros do Amapá

Aconteu ontem o I Encontro de Blogueiros do Amapá. O evento informal foi patrocinado pelo Silas Assis, do jornal e da TV Gazeta. Aliás, o Silas mandou até uma repórter, a Pérola Pedrosa, para cobrir o evento (sai amanhã na Gazeta. Confiram!). Houve algumas ausências sentidas, como a da Carol, do Walter Júnior, do Renivaldo Costa e do Hernanini, além da Vânia Beatriz. Mas o Walter, a Vânia e o Hernanin ligaram e falaram no viva-voz com todos. Entre os presente, Bonfim Salgado, a Alcilene, que estava como organizadora do evento, a sua irmã Alcinea, a Zani, o Paulo Zab, a Márcia Correa e o Rui Guarani. Carlos Lobato, que não é blogueiro, mas é uma espécie de comentador oficial dos blogs amapaenses. Também levei a minha esposa Elizabeth, que ganhou o título de blogueira tímida (ela tem dois blogs, mas faz tanto tempo que ela não atualiza que nem eu lembrava deles...) Houve distribuição de brindes e muita conversa. Entre outras coisa, eu e Márcia Correa puxamos uma campanha para que Macapá tenha ciclovia. O momento mais engraçado (pelo menos para mim) foi quando o Bonfim Salgado veio me pedir desculpas por ter me chamado de Canguru Australiano. Ele estava me confundindo com o Chris Natal! Por favor, não me confundam com o Chris! Eu sou beeemm mais magro que ele. O resultado geral foi ótimo. Foi ótimo perceber que a comunidade blogueira do Amapá é composta de pessoas simpáticas e inteligentes. E encontros como esses demonstram que os blogs vão ter cada vez mais importância na sociedade amapaense. Parafraseando uma famosa série de TV, a verdade não está lá fora, está nos blogs...

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Crianças gostam de torturar Barbies, diz pesquisa

Londres - A boneca Barbie é normalmente objeto de tortura das crianças, segundo uma pesquisa feita por uma equipe da Universidade de Bath, na Inglaterra, e divulgada na edição desta segunda-feira do jornal britânico The Times. Leia mais
Acontece hoje, no restaurante do Trapiche, o I Encontro de Blogueiros do Amapá. Eu vou e vou contar como foi...

King Kong


Por Marcelo Forlani

Um filme pode ser apenas um passatempo, mero entretenimento para esquecer os problemas do trabalho, da casa, etc. Mas pode também mudar a vida de uma pessoa. Que o diga o neo-zelandês Peter Jackson, que aos 9 anos se apaixonou pelo King Kong (1933) da mesma forma que o gorila gigante tomba amoroso diante da bela Ann Darrow. Ao assistir ao filme pela primeira vez, aquele menino decidiu que seria diretor de cinema. E conseguiu! Leia mais

Marvel Comics fará fotonovelas de super-heróis

Por Marcus Ramone (19/12/05) A Marvel Comics iniciará uma produção com atores de carne e osso interpretando personagens como Homem-Aranha, Capitão América e Hulk, entre outros. Mas não se trata de um novo longa-metragem para a tela grande. Desta vez, a atuação da editora continuará nas páginas de uma revista. Leia mais

Filme de Watchmen vai para a Warner Bros.


Por Érico Borgo19/12/2005

Cancelada pela Paramount em junho passado, a adaptação para as telas da história em quadrinhos Watchmen estava buscando um novo estúdio para o reinício da produção. Pois acaba de encontrar. Leia mais

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Novo álbum em capa dura com Snoopy

Por Marcelo Naranjo, sobre o Press Release (15/12/05)No ano em que Snoopy, Charlie Brown e sua turma completam 55 anos, a Conrad Editora lança o décimo livro da coleção: Feliz Aniversário, Snoopy (formato 19,3 x 19,8 cm, 32 páginas, R$ 25,00). Em capa dura, a obra vem com um papel de presente da turma criada por Charlie Schulz. Leia mais

Novo trailer para V de Vingança


Por Érico Borgo16/12/2005

A Warner Bros. Pictures acaba de revelar o novo trailer de V de Vingança, filme que leva para as telas a poderosa história em quadrinhos escrita por Alan Moore. Leia mais

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Asimov no Wikipédia

O Wikipédia é a realização de um dos sonhos de Isaac Asimov. Assim, nada mais justo que ele ter um verbete próprio. E já que você vai estar por lá mesmo, procure o verbete Metodologia Científica, que é de minha autoria.

Suspensão da descrença


Para quem quer ser roteirista ou escritor, aí vai uma ótima dica de texto:

Deus ex machina, uma expressão latina que significa "o deus que vem da máquina", é na verdade uma invenção grega. No teatro grego havia muitas peças que terminavam com um deus sendo literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação. Esse deus então amarrava todas as pontas soltas da história. Hoje em dia, porém, o deus ex machina tem pouca serventia para o dramaturgo e menos ainda para o roteirista, já que não aceitamos mais a noção de um ser sobrenatural capaz de interceder pelos humanos. O dramaturgo grego podia desenroscar os fios emaranhados de sua trama introduzindo um deus para cuidar da ação, mas o dramaturgo moderno precisa ser mais engenhoso para resolver as complexidades do enredo. Leia mais
O meu artigo dessa quinzena no site Correa Neto é sobre Jorge Luís Borges. Confira.

Flash Gordon, de Archie Goodwin e Al Williamson, será republicado

Por Sérgio Codespoti (15/12/05)As histórias clássicas de Flash Gordon, desenhadas por Al Williamson, com roteiros de Archie Goodwin, falecido em 1998, serão republicadas pela Image, com parceria da Eva Ink Publishing. Leia mais

Comentário: Esse material está entre as melhores coisas que já li. Já declarei várias vezes que Williamson é o meu desenhista predileto... e Goodwin é muito bom, desde que não esteja escrevendo histórias de super-heróis...

Omelete visita o set de 300

Por Érico Borgo, de Montreal14/12/2005

O Omelete visitou o set de filmagens de 300, adaptação para as telas da graphic novel de Frank Miller e Lynn Varley. A história recria, misturando fatos e fantasia, os dramáticos eventos da Batalha das Termópilas. Leia mais

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Isaac Asimov nunca escondeu o fato de que se considerava brilhante. Quando outras pessoas o acusavam de ser arrogante, ele respondia: "Me processe..."
Dia desses um aluno me perguntou quem foi a pessoa responsável pelo Capi ter feito um bom governo.
Diante da minha cara de dúvida, ele respondeu: “O Luiz Melo”. E explicou: “Como o Melo estava sempre no pé do Capi, sempre que o Diário denunciava alguma coisa, o Capi se apressava em resolver”.
É uma bela reflexão sobre a importância e o papel da imprensa. A imprensa é o quarto poder, um poder de fiscalização e denúncia, sem a qual os governantes fariam o que quisessem, e nesse sentido, um jornal de oposição pode ser muito mais valioso para o governante do que um jornal que apóie o governo. É, que, ao contrário do que muitos acreditam, o fato de não sair no jornal não significa que o povo não saiba. Eu mesmo já soube de várias operações abafa que funcionaram bem na imprensa, mas não puderam evitar que o povo passasse a informação boca-a-boca.
Digo isso porque a reportagem da Folha do Amapá (e talvez as notinhas deste humilde blog) sobre o estado de abandono do projeto de urbanização do Congós tiveram resultado com a prefeitura: os operários voltaram a trabalhar no canteiro central e até os locais de retorno, que estavam alagados por causa da chuva, impedindo carros e pedestres de passarem de um lado para o outro da Claudomiro, foram aterrados.
Infelizmente, o asfaltamento, que está sob responsabilidade do Governo do Estado, não continuou. Parece que governador não lê jornais (nem blogs...).

UM GAY PERANTE A INQUISIÇÃO

Vinte e um de setembro de 1593. Tempo de moagem da cana em Pernambuco.Nesse dia, desembarca em Recife o visitador do Santo Ofício, Heitor Furtado de Mendonça. A capitania contava com cerca de 8 mil brancos, 2 mil índios domésticos e 10 mil escravos africanos. Olinda, a sede da capitania, ostentava a casa da alfândega, três conventos, quatro igrejas e uma dezena de ruas. Durante os 22 meses que aí permaneceu, o visitador da Inquisição ouviu 209 denunciantes e 61 confissões de moradores dessa região, cujos desvios incluíram 90 blasfêmias, 87 proposições heréticas, 62 práticas judaicas, 36 desacatos à religião, 34 bigamias, 17 sodomias, 16 práticas luteranas e oito feitiçarias. Um total de 350 ocorrências. Leia mais

Invasão do fanzine Manicomics neste mês de dezembro


Por Marcelo Naranjo, sobre o Press Release (14/12/05)Os responsáveis pelo fanzine Manicomics pedem aos leitores que não morram de susto com as novidades. É que eles estão lançando, neste mês, os exemplares atrasados referentes a setembro, outubro, novembro e dezembro. E, pra completar, vão "tirar o atraso" com um especial erótico, com quadrinhos do gênero e alguns pinups que serão publicados na edição especial Manicomics XXX, desaconselhável para menores de 18 anos. Confira imagens das capas dos Manicomics 29, 30 e 31, além da edição especial. O número #32 terá capa com o personagem Ultrax, desenhado por Goldman. Interessados podem entrar em contato no e-mail manicomics@bol.com.br. Fonte: Universo HQ

Comentário Manicomics é o melhor fanzine que eu já vi. Se você gosta de bom quadrinho nacional, escreva rápido para o Daniel Brandão e para o JJ Marreiro pedindo seu exemplar...

Produtores preocupados com o dote do Super-homem

Uma fofoca do tablóide londrino The Sun diz que os produtores de Superman - O retorno estão preocupados com os "dotes" do ator Brandon Routh. É isso mesmo que você está pensando. Os executivos de Hollywood acham que o pênis do kriptoniano chamará tanto a atenção - como se usar a cueca por cima da calça não fosse distração suficiente - que já ordenaram uma diminuição de urgência, via efeitos digitais. Leia mais

Brasil paga dívida com FMI

BRASÍLIA - O Brasil antecipará para o final deste ano pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de cerca de US$ 15,5 bilhões, quitando sua dívida junto ao organismo, informou o Ministério da Fazenda nesta terça-feira. Leia mais

Exploradores do futuro: Asimov


Edgar Franco, professor da PUC Minas e autor do livro HQTRÔNICAS: do suporte papel à rede internet, costuma dizer que eu sou o Stephen King brasileiro, em uma referência à minha extensa produção literária. Pessoalmente, acho que uma comparação mais acertada seria com Isaac Asimov. Igualmente prolífero, Asimov escrevia sobre tudo. Quando havia um tema que lhe interessava, mas ele não sabia o bastante, Asimov estudava sobre o assunto até o ponto de conseguir escrever um livro sobre o mesmo. Sua obra vai desde contos de ficção-científica a um guia da obra de Shakespeare, passando por livros de referência, como O Cronologia das descobertas científicas (que foi meu livro de cabeceira na época do mestrado). Certa vez lhe perguntaram o que ele faria se soubesse que ia morrer em breve e ele respondeu: “Datilografar mais rápido!”.
Ele escrevia dez horas por dia, todos os dias da semana. Uma única vez a esposa o convenceu a sair de férias. Foram para um hotel na beira da praia. Ele, todos os dias, pegava sua máquina de escrever portátil e ficava trabalhando à beira da piscina...
Asimov adorava escrever e ler, tinha uma curiosidade insaciável e, quando escrevia, mal chegava às últimas laudas, já estava doido para trabalhar em outro projeto (era, provavelmente, um viciado em informação). Sua capacidade de trabalhar tema difíceis de maneira fácil era sua principal característica. Era também bastante egocêntrico e adorava escrever sobre si mesmo.
Isaac Asimov é o personagem do terceiro número da revista Exploradores do Futuro, da editora Duetto, nas bancas por R$ 14,90. A edição, primorosa, não só acompanha os passos do autor, como ainda analisa sua obra e o contexto no qual ela surgiu. Os números anteriores foram sobre Júlio Verne e HG Wells.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

A trajetória da Editora Abril em novo livro da Opera Graphica


Por Marcelo Naranjo, sobre o Press Release (12/12/05)

A história das três primeiras décadas da Editora Abril, a partir da visão e da vida profissional do jornalista e advogado Cláudio de Souza que, em quase 25 anos, foi um de seus mais destacados colaboradores. Leia mais

Cobaias humanas

Cada vez mais eu me convenço que os blogs são um grande veículo para o jornalismo. A denúncia de que uma ONG estava usando ribeirinhos para alimentar mosquitos transmissores da malária, que foi tema do Jornal Hoje (da Globo) foi denunciada primeiro no blog da Alcinea Cavalcante. Entre no blog dela e conheça a história completa.

Endereço direto para a série infantil Mundo Dragão


O grande escritor brasiliense Alexandre mandou para a nossa lista o e-mail abaixo, que reproduzo não só pelo elogio, mas por ter indicado um link direto para quem quer conhecer a série Mundo Dragão:

Segue o link mais direto para o livro do Gian: http://virtualbooks.terra.com.br/livros_online/mundo_dragao/capa01.htm; a partir desta página (Capítulo I do Mundo Dragão) tem o link para todos os capítulos seguintes!

Pena que não temos uma editora de visão no Brasil, porque com o marketing adequado este material poderia vender que nem o Harry Potter!! :)

[]s a todos!

Alexandre Lobão

domingo, dezembro 11, 2005

Buracos e lixo

Ainda sobre o mesmo assunto, além do buracos na Claudomiro de Moraes, Governo e prefeitura deixaram o bairro cheio de amontoados de lixo, de modo que nos poucos locais em que há asfalto, só dá para passar um carro. A Claudomiro já viveu situação pior, quando o Velhinho era prefeito, mas naquela época os carros podiam desviar dos buracos entrando no canteiro central. Agora o canteiro central está fechado e não resta outr alternativa: ou se enfrenta os buracos, ou entra-se pela sétima avenida. Ah, com a chuva com a coisa ficou ainda pior...

Burcos e multas

Descobri porque o governo do estado esburacou a Claudomiro de Moraes e não cumpriu a promessa de asfaltar decentemente essa rua: para tornar mais fácil a fiscalização do IPVA. Agora, todo mundo que quer ir para o lado esquerdo da Claudomiro, tem que entrar na sétima avenida (que vai para o Zerão). Lá, logo na entrada dessa rua, os policiais ficam escondidos debaixo de uma marquise e apitam quando você passa, supostamente para fiscalizar se você pagou o IPVA. Se você não pára, te multam... Depois ainda perguntam porque a rejeição do Talvez está tão alta...

Como reconhecer um derrame

Recebi por e-mail. Talvez seja de alguma ajuda>

Às vezes os sintomas de um derrame são difíceis de identificar. Infelizmente, a falta da consciência leva ao desastre. A vítima do derrame pode sofrer danos no cérebro quando as pessoas próximas falham em reconhecer os sintomas do derrame. Agora os medicos dizem que um observador pode reconhecer um derrame fazendo três simples perguntas: 1. * Peça o indivíduo para SORRIR. 2. * Peça que LEVANTE AMBOS OS BRAÇOS. 3. * Peça que a pessoa FALE uma SENTENÇA SIMPLES (coerentemente ) (i.e. o dia esta ensolarado hoje) se a pessoa tiver problema com as algumas destas tarefas, chame um medico imediatamente e descreva os sintomas ao expert. Após ter descoberto que um grupo de voluntários nao médicos poderia identificar a fraqueza facial, a fraqueza do braço e os problemas do discurso, investigadores incitaram o público em geral para aprender as três perguntas. Apresentaram suas conclusões na reunião anual da associação americana de derrame fevereiro passado . Difundido o uso deste teste que poderia resultar no diagnóstico e no tratamento do derrame e impedir os danos cerebrais.

1º filme baseado em Monteiro Lobato vira DVD


Primeira incursão do cinema brasileiro pela fauna literária de Monteiro Lobato (1882-1948), o hoje esquecido longa-metragem "O saci" (1953), de Rodolfo Nanni, vai ganhar uma versão em DVD, desenvolvida pelo Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), prevista para ser comercializada a partir de janeiro. Leia mais

sábado, dezembro 10, 2005

Justiça condena assassinos da missionária Dorothy

BELÉM - A Justiça do Pará condenou neste sábado os assassinos da missionária americana Dorothy Stang, morta em fevereiro. Rayfran das Neves, que assumiu o crime contra a freira, foi condenado a 27 anos de cadeia. Já Clodoaldo Carlos Batista, o cúmplice, acabou pegando 17 anos.
A religiosa foi assassinada com tiros à queima-roupa numa região perto do Projeto Esperança, no município de Anapu. Três outros acusados de terem participado no crime ainda aguardam julgamento. Fonte: Oi.

Justiça condena assassinos da missionária Dorothy

BELÉM - A Justiça do Pará condenou neste sábado os assassinos da missionária americana Dorothy Stang, morta em fevereiro. Rayfran das Neves, que assumiu o crime contra a freira, foi condenado a 27 anos de cadeia. Já Clodoaldo Carlos Batista, o cúmplice, acabou pegando 17 anos.
A religiosa foi assassinada com tiros à queima-roupa numa região perto do Projeto Esperança, no município de Anapu. Três outros acusados de terem participado no crime ainda aguardam julgamento. Fonte: Oi

Desempregado, João Kléber vai à Justiça, diz jornal


João Kléber está desempregado, segundo o colunista Daniel Castro do jornal "Folha de S. Paulo". Na noite de quinta-feira, o apresentador e a Rede TV! chegaram a acordo e rescindiram contrato que iria até maio. Com isso, só de salário fixo João Kléber perdeu R$ 800 mil.
De acordo com a "Folha", o apresentador se diz vítima de censura. E agora vai à Justiça contra o Ministério Público Federal (MPF), que moveu a ação que tirou seus dois programas do ar.
Em outubro, o procurador da República Sérgio Suiama pediu na Justiça a suspensão do programa Tarde Quente, por conta de pegadinhas homofóbicas. A Justiça Federal proibiu o programa por 60 dias e a Rede TV! tirou a atração ar, mas não exibiu no lugar o que a Justiça determinava. Foi punida com a suspensão de seu sinal em São Paulo, durante 25 horas.
Para voltar ao ar, a Rede TV! aceitou um acordo com o MPF que inviabilizou os programas de João Kléber, que saíram definitivamente do ar. O apresentador não concorda com esse acordo e o está contestando na Justiça. Fonte: Blig

Todos sabem que sou contra a censura, mas o João Kleber realmente já estava abusando. As pegadinhas e os quadros do teste de fidelidade estão no mais baixo que a TV brasileira já chegou. E o Ministério Público fez algo interessante: obrigou a REDE TV a passar nos horários do João Kleber programas educativos. Pode ser uma bela mensagem para as outras emissoras> melhorem o nível de sua programação, ou... e a escolha do programa para dar esse recado foi a melhor possível.

Sedução dos inocentes


Até hoje ouço pais e professores dizerem que as histórias em quadrinhos são prejudiciais às crianças, que provocam preguiça de leitura e delinquência juvenil. A maioria das pessoas que diz isso não sabe que esses arguementos são baseados em um livro de um psicólogo alemão naturalizado norte-americano, Fredrick Werthan. Esse talvez tenha sido a livro não-publicado no Brasil que teve maior influência em nosso país. Agora o livro de Werthan, Sedução dos Inocentes pode ser lido na internet. O link é este: http://www.goldcomics.com/MLJ/SOTI/index.htm. Algumas pessoas me disseram que clicaram e foram parar em outra página. Então eu aconselho que, se isso acontecer, copiem e colem em seu navegador.

Ganhador do Nobel chama Bush de terrorista

São Paulo - Harold Pinter, o dramaturgo britânico que renovou a linguagem teatral no século 20, está impedido de receber o prêmio na entrega oficial do Prêmio Nobel de Literatura que será realizada neste sábado - o editor de Pinter é o encarregado de recebê-lo em seu nome. Um câncer no esôfago o mantém hospitalizado e proibido de viajar por seus médicos. Impedido também de fazer o discurso de praxe de aceitação do prêmio em Estocolmo, na última quarta-feira, enviou uma gravação em vídeo exibida para convidados do reino da Suécia e representantes da imprensa.
Conhecido como um dos maiores ativistas pelo desarmamento nuclear e radicalmente anti-Bush, fez, como se esperava desde o anúncio de seu nome, em outubro, duras críticas à Guerra no Iraque e à política externa do governo norte-americano, chamando o presidente Bush e o primeiro-ministro britânico Tony Blair de terroristas e pedindo que fossem julgados por seus atos. Leia o discurso

Detalhes de Maria Antonieta de Sofia Coppola

Por Marcelo Hessel27/7/2005

Sofia Coppola
Marie-Antoinette, terceiro e novo filme de Sofia Coppola (Virgens suicidas, Encontros e desencontros), atualmente se encontra em pós-produção. Alguns veículos já se arriscam, portanto, a analisar os rumos dados pela filha de Francis Ford a essa nova cinebiografia da rainha francesa Maria Antonieta. Leia mais

Forbes elege os mais ricos da ficção

Com uma fortuna considerada infinita, Papai Noel continua no topo da lista, que inclui Lara Croft, Lucius Malfoy e o senhor Burns
São Paulo - Três anos depois de publicar pela primeira vez a inusitada lista dos 15 personagens de ficção mais ricos, a revista Forbes atualizou o ranking. O primeiro lugar não mudou: com uma fortuna considerada infinita, Papai Noel continua no topo da lista, que inclui personagens como Lara Croft (de Tomb Rider) e Lucius Malfoy (de Harry Potter), com US$ 1 bilhão e US$ 900 milhões respectivamente. Leia mais

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Amendobobo

Vale lembrar a musiquinha do filme do Bobo Esponja:

Eu sou um amendobobo!
Você é um amendobobo!
Nós somos amendobobos!
Yeahhhhhhhhhh!

A ÚLTIMA BOA INFÂNCIA FOI A DOS ANOS 80?


Por Srta.Ni

Acha que as crianças de hoje não são felizes? Então você é um amendobobo. Yé.
Então você e seu grupo de amigos esquisitos estão lá, conversando sobre os desenhos, filmes e brincadeiras que fizeram parte da doce aurora de sua vida. Discursam sobre Thundercats, Caverna do Dragão, Os Goonies, Lango Lango, Moranguinho... Aí sempre tem um pra soltar a frase "Aaah, as crianças de hoje não são felizes!". Que feio. Alguém aí se lembra daquele e-mail que circula na Internet que diz, revoltado, "do que as crianças de hoje vão lembrar? Da Tiazinha?". Que mais feio ainda! É, então faço minhas as palavras do El Cid: "como assim, cara pálida"?! Então quer dizer que, quando você era criança, tudo o que passava na televisão era maravilhoso, os filmes no cinema eram todos perfeitos e nada chamado Chacrinha ou Bolinha assombrou suas tardes de sábado? Portanto, o que quero dizer é: sim, tem muita coisa ruim hoje. Mas muita mesmo. Tanto pra adultos quanto pras crianças. Na tevê, no cinema, nas livrarias, nas bancas. Só que, assim como nas décadas anteriores, também tem coisa boa perdida por aí. Leia mais

Essa eu recebi por e-mail...

A FARSA: o "irado velhinho" agressor de Dirceu é na verdade um ATOR PAGO PARA FAZER O QUE FEZ. Yves Hublet atuou nos filmes "O Paraíso das Solteironas" (com Mazzaropi) e em "Independência ou Morte" (c/ Tarcísio Meira), filme épico produzido pela Ditadura Militar em 1972. O "bom e simpático velhinho", que simbolizaria a "ira santa nacional contra Dirceu, o Dragão da Maldade" - por sinal muito fotogênico - trabalha sempre como "Papai Noel" no Shopping Muller (Curitiba), de propriedade de sócios laranjas de Jaime Lerner. Foi contratado pela assessoria do Senador Álvaro Dias, com escritório ao lado do Shopping de Lerner para agredir Dirceu. A imprensa foi toda avisada para fotografar a "bengalada heróica" através da
responsável pela Folha em Curitiba. E a viagem de Yves a Brasília foi debitada à conta de Paulo Abbas, assessor de Álvaro, na Sydnei Agencia de Turismo, também em Curitiba. Dirceu agora tem agressor, mandantes e contratantes e motivaão para processar seus agressores.

Wagner de Souza
wagner1970@brturbo.com.br

Os presidentes do regime militar

A ditadura militar interrompeu o processo democrático brasileiro que durava desde o fim do Estado Novo de Vargas em 1945. Em 1º de Abril de 1964, o Congresso Nacional era aberto às pressas para que fosse declarada vaga a presidência da República, este gesto atropela a constituição pois o presidente João Goulart ainda estava em território nacional. Leia mais

Começa sexta-feira julgamento de matadores de irmã Dorothy

Eduardo (à dir) agora lê a Bíblia e jura inocênciaBelém - Trancafiados numa mesma cela, no Presídio Estadual Metropolitano 3 (PEM3), em Santa Isabel, a 56 quilômetros de Belém, os dois homens acusados pelo assassinato da irmã Dorothy Stang passam os dias acuados por um profundo medo. Não do julgamento oficial, previsto para este fim de semana e para o qual devem ser mobilizadas organizações de direitos humanos de todo o Brasil e do exterior, mas dos outros presos. Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, temem ser mortos.
Eles raramente saem da cela, num pavimento acima daquele onde ficam os outros presos. Só vão para o banho de sol, ao qual todo detento tem direito durante uma hora e meia por dia, depois de certificarem-se de que os corredores e o pátio estão vazios. Também precisam de horários especiais para os chuveiros. Tomam o café da manhã, almoçam e jantam debaixo de trancas, confiantes na afirmação das autoridades de que a comida deles é feita à parte. Para evitar envenenamento.
Não é um medo infundado. Pelo código de leis próprias que rege a vida nos presídios, o assassinato da religiosa, uma senhora de 73 anos, é uma espécie de crime hediondo e sem perdão. Assim como o estupro e a violência contra crianças. Leia mais

Comentário: Parece que os bandidos têm mais ética que a maioria dos políticos...

Irmãos de Dorothy Stang chegam para acompanhar julgamento

Belém - Os dois irmãos da missionária americana Dorothy Stang chegaram hoje a Belém para acompanhar o julgamento dos dois homens acusados de tê-la assassinado. Margarida Stang não escondeu a preocupação diante do histórico dos casos de impunidade em crimes semelhantes ocorridos no Pará, apresentada a ela por organizações religiosas. "Confio em Deus. Pode ser até que tenhamos aqui um novo começo, o início de uma era de justiça para os pobres." Leia mais

Neil Gaiman comenta seu novo livro, mistura de Mogli com cadáveres


Por Marcelo Hessel9/12/2005

Entrevistado por uma emissora de rádio dos EUA, o quadrinhista Neil Gaiman - que tem um punhado de trabalhos sendo vertidos para o cinema, como Stardust, Coraline, Morte e Livros da magia - mencionou um novo projeto. Trata-se de The graveyard book, uma espécie de Mogli ambientado num cemitério, em que um garoto é criado por cadáveres quando seus pais verdadeiros morrem tragicamente, segundo o próprio Gaiman. Leia mais

Warren Ellis recria o Novo Universo, da Marvel

Por Sérgio Codespoti (09/12/05)O Novo Universo da Marvel foi uma tentativa, parcialmente frustrada, de se criar literalmente um novo universo de personagens.Este selo, composto pelas revistas D.P. 7; Justice; Kickers; Inc.; Marc Hazzard, Merc; Nightmask; Psi-Force; Spitfire and the Troubleshooters e Star Brand, foi lançado em 1986, para comemorar os 25 anos da editora. Leia mais

25 anos sem John Lennon

Há exatos 25 anos John Lennon era assassinado. Em frente ao edifício Dakota, o ex-beatle levou quatro tiros de um maluco em busca de fama.Curiosamente a morte de John Lennon coincide com a data da criação da CEI (Comunidade dos Estados Independentes) em 1991 e da Nafta em 1993.Há poucos dias foi lembrado os 50 anos do incidente com Rosa Parks, a mulher do Alabama que se recusou a dar o seu lugar a um homem branco no ônibus. Dez anos depois da Segunda Guerra, os Estados Unidos, a terra da Liberdade, brancos e negros tinham que se sentar em lugares separados nos coletivos. E, se faltasse um lugar para os brancos, os negros tinham de ceder seus lugares. Parks recusou e foi presa. Para que não sabe, Jesse Owens, que a propaganda estadunidense, usou e abusou para combater o nazismo e promover a liberade, também tinha que ceder o seu lugar a qualquer branco se lotasse o ônibus que estava.Neste mesmo país, o inglês Lennon e sua esposa japonesa Ono só não foram extraditados porquê na época as agências de inteligência os consideraram pouco revolucionários devido à dependência de substâncias químicas.Lennon e Parks tiveram vidas diferentes, mas um desejo único de mudar o mundo para torná-lo mais justo. Parks morreu em outubro deste ano aos 92 anos. Lennon morreu há 25 anos quando retornava a sua carreira após cinco anos dedicados aos seu filho mais novo. Conselho de Voltaire para se tornar eterno: faça uma obra. É a única forma que seu pensamento sobreviverá ao tempo. Fonte: Diário de Winston Smith

Versão cinematográfica de Wanted: Procurado já tem diretor

Por Sérgio Codespoti (09/12/05)

Wanted: Procurado, minissérie escrita por Mark Millar, vai virar filme, e já tem até um diretor. Segundo a revista Variety, Timur Bekmambetov, de Guardiões da Noite (Nochnoy Dozor), atualmente em cartaz no Brasil, foi contratado para dirigir a película. Leia mais

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Lennon

Hoje faz 25 anos da morte de John Lennon. Para lembrar, clique aqui e ouça uma homenagem feita a ele por artistas brasileiros.

No dia 15 de agosto as obras de urbanização do bairro do Congós foram comemoradas com pompa pelo governador e pelo prefeito. Seis meses depois, a situação está muito pior do que era antes. As obras pararam e só o lado direito foi asfaltado e esqueceram completamente o lado esquerdo da Claudomiro. A Claudomiro, principal via do bairro, foi toda esburacada para colocar encanação de esgosto (é a terceira ou quarta vez que fazem isso!) e os buracos não foram tampados. Além disso, para fazer o retorno, sobraram poucas opções, todas alagadas pela chuva e com buracos imensos, já que a área central é bem mais baixa que o "asfalto". Um dos resultados disso pôde ser visto no último domingo: o trânsito da Claudomiro está se deslocando para Carlos Drumond de Andrade, antes uma rua tranquila, onde as crianças brincavam e jogavam bola. No último domingo, uma moto atropelou um menino que estava brincando na rua. A situação de penúria que estamos vivendo deu origem a uma matéria publicada na Folha do Amapá. Confira.
Patrícia Melo foi minha aluna. Era uma moça bonita e simpática. Lembro que certa vez publiquei um post no blog falando de como a morte de pessoas belas nos sensibilizam num mundo cheio de feiúra. Na época achava-se que Patrícia tinha se suicidado. Agora sabe-se que ela foi assassinada. O Walter Júnior está fazendo uma campanha para que esse caso não se torne mais um exemplo de impunidade.
Leia mais sobre o caso no blog do Walter Júnior.

Mundo dragão

O capítulo 11 da série literária Mundo Dragão está disponível no site da Virtual Books e este número traz um convidado especial nas ilustrações: o quadrinista cearense JJ Marreiro.
A série Mundo Dragão foi criada por Gian Danton e conta a história de três crianças que vão parar em um mundo desconhecido governado por três dragão. Agora esse mundo está sendo ameaçado por um inimigo perigoso, que só os heróis poderão vencer.
Além de JJ Marreiro, a série já teve ilustrações de diversos outros grandes desenhistas nacionais, como Antonio Eder, José Aguiar, Falex, Jean Okada e outros.
O cão Jarbas se junta à USP para alfabetizar

Por Marcus Ramone, sobre o Press Release (07/12/05)

O simpático cão Jarbas, personagem criado pelo cartunista gaúcho Ruy Jobim Neto, reuniu todos os personagens coadjuvantes de suas tiras cômicas para realizar a missão mais importante de toda sua vida editorial. Leia mais


Internet e educação


O surgimento da internet tem um impacto fundamental sobre a educação, independente da escola querer isso ou não.
Segundo McLuhan, a forma como o homem se comunica, a tecnologia usada para essa comunicação, molda o pensamento do homem.
Assim, a comunicação na época da aldeia era uma comunicação oral, na qual emissor e receptor estavam em pé de igualdade. O discurso não era unidirecional, mas bidirecional, com dois interlocutores assumiam tanto o papel de emissores quanto de receptores. A comunicação era vinculada à prática. Enquanto ouvia o pai explicar como se pescava, o menino via o pai pescando. Em uma sociedade como essa, a tribo ia até onde podia chegar a voz do seu líder, razão pela qual as comunidades eram pequenas, ligadas quase sempre por laços familiares.
A invenção da escrita mudou tudo. Com a escrita, era possível ao Rei ter controle sobre um amplo domínio e as cidades se tornaram grandes, surgiu a burocracia o discurso começou a se desvincular da prática. A invenção da imprensa, foi outra revolução não só na maneira de se comunicar, mas também na forma de pensar.
O pensamento escolástico da Idade Média deu lugar ao pensamento cartesiano, mais adequado a uma época em que uma grande quantidade de pessoas podia ter acesso fácil a informações que antes eram restritas a um pequeno grupo. A imprensa moldou o pensamento para a linearidade, distanciamento físico entre emissor e receptor, feedback passivo. Também deu ensejo à moda de categorizar as coisas, naquilo que os cibernéticos chamaram de informação classificadora. Da mesma forma que os livros em uma biblioteca, as coisas devem ser classificadas em categorias mutuamente excludentes.
McLuhan alertou, na década de 60, que esse mundo criado por Gutemberg, estava sendo substituído por outro, em que havia uma volta aos tempos de aldeia. Mas não era mais a mesma aldeia, era uma aldeia global.
A aldeia global, que era apenas entrevista na década de 60, é uma realidade hoje, com milhões de pessoas conectadas em tempo real. Anacronicamente, a escola é uma ilha, onde ainda prevalece a Galáxia de Gutemberg, com disciplinas isoladas, conteúdos apresentados de forma linear em que sobra pouco espaço para a imaginação e a curiosidade do aluno. E essa curiosidade vai ser satisfeita na internet, numa leitura de hipertexto com links e mais links que são acessados ao sabor do momento. Assim, se pesquiso sobre Edgar Alan Poe, descubro que esse autor norte-americano influenciou Jorge Luís Borges e logo estou numa página sobre Borges. Em Borges, descubro que uma das obsessões do escritor argentino eram os tigres e logo estou em um texto sobre esses felinos.
Como a escola pode se adaptar a essa situação? Primeiro, é necessário admitir que não é fácil. A grande maioria dos professores ainda não tem sequer e-mail. Iniciativas governamentais de informatização das escolas seria um excelente primeiro passo, inclusive há uma proposta do Ministério da Educação de distribuir notebooks a preços baixos a alunos das escolas públicas.
Entretanto, pouco adianta informatizar escolas e alunos se o paradigma, o modo como visualizamos o mundo, não muda. Não adianta o professor usar computador em suas aulas se ele ainda o faz com a lógica da Galáxia de Gutemberg. Vale lembrar também que tecnologias valem muito pouco sem conteúdo. Infelizmente, a experiência tem demonstrado que mudar paradigmas é muito difícil. Muitos professores irão morrer sem serem capazes de usar as novas tecnologias na sala de aula. Outros se sentirão angustiados diante de alunos que têm informações atualizadas sobre o assunto de sua disciplina. Duas ferramentas interessantes, que podem ser de grande valia para o professor nesse processo são os blogs e as enciclopédias on-line, cujo melhor exemplo é a Wikipédia.

Platão

Que Matrix era baseado no mito da caverna de Platão, isso era óbvio. Mas que Senhor dos Anéis também é baseado em uma história de Platão, essa para mim é nova. Confira detalhes sobre isso no texto que o Nome Nox fez sobre o assunto para o Burburinho.

Mudando de casa


Como diz o Fernando Gabeira, deselegância tem limite. Primeiro foram 10 dias esperando o Weblogger tomar jeito para eu conseguir atualizar meu blog. Ele mal volta ao normal e já dá bug de novo... não há cristão que aguente. Agora estamos em nova casa. Espero que aqui as coisas funcionem melhor...