quinta-feira, dezembro 22, 2005


Ainda falando sobre a cidade, domingo fomos comer um sanduiche na praça, no X-do sul, na frente da Top. Do outro lado da rua, na beira rio, um rapaz estava com o carro parado e o porta malas aberto. De lá saía um som ensurdecedor que repetia continuamente:

Samba Teves
Pedala Robinho

Todos nós, que não tinhamos nada a ver com o assunto, éramos obrigados a ouvir essa pérola do cancioneiro popular, demonstração perfeita do nível de inteligência do proprietário do veículo. Dali a pouco parou uma viatura da polícia ao lado dele. Pensei comigo: finalmente as autoridades vão fazer alguma coisa... Mas, no final, a moça que estava com o rapaz do carro foi lá na viatura, deu um beijo e um dos policiais e eles foram embora, deixando o infrator sossegado para perturbar os outros...

A mesma polícia que acha bonito alguém colocar som altíssimo na beira rio me parou esses dias. Eu estava entrando pela sétima avenida, único percurso que nos sobrou depois que o governo destruiu a Claudomiro de Moraes, e, depois que passei por uns policias escondidos embaixo de uma marquise, ouvi um apito. Pensei: Não é comigo, não estou fazendo nada de errado, mas por via das dúvidas, fiz o contorno e voltei. A policial queria me mutar por não ter parado imediatamente. Perguntei a ela o que eu tinha feito de errado e ela respondeu: Nada, mas devia prestar mais atenção. Desta vez não vou te multar, mas da próxima vez...

Quer dizer, som alto não dá multa, nem sequer advertência. Mas circular pela cidade obedecendo as leis de trânsito, com todos os impostos em dia, isso dá multa...

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