quarta-feira, maio 31, 2023

A arte belíssima de Alphonse Mucha

 

Alphonse Mucha foi um dos principais nomes do art nouveau (um movimento de arte caracterizado por uso de formas orgânicas de maneira decorativa). Os painéis de Mucha geralmente retratavam belíssimas mulheres com contornos suaves e penteados luxuosos e sensuais, geralmente repletos de adornos. Os quadros eram preenchidos por molduras com formas como flores e folhas que contribuíam ainda mais para a beleza do conjunto. Confira algumas de suas belíssimas imagens.









Conan - A cidadela dos condenados

 


Em mais de duas décadas de publicação interrupta, Conan teve uma variedade imensa de grandes histórias. Mas uma das HQs que deveria constar obrigatoriamente em qualquer lista de melhores é a Cidadela dos Condenados, de Roy Thomas e Barry Windson Smith publicada originalmente na revista Savage Tales 2 de 1973 e republicada no Brasil no primeiro número da coleção A espada selvagem de Conan, da Salvat.
Se compararmos essa HQ com as primeiras histórias de Conan desenhadas por BWS apenas três anos antes, a evolução é simplesmente impressionante, em especial na figura humana, quase como se estivéssemos vendo um outro desenhista.
Essa evolução pode ser percebida logo nas primeiras páginas, que mostram a pirata Valéria adentrando em uma floresta. Sua figura sensual e anatomicamente perfeita, o detalhe nos olhos e no cabelo, a folhagem mostrada nos mínimos detalhes... cada quadro é uma obra de arte.
Quando aparece o dragão, na página cinco, então, é deslumbrante. BWS já tinha mostrado que sabia desenhar dinossauros na história Os guardiões da tumba, publicada em Conan 8, mas aqui, o bicho (na verdade um estegossauro, que no mundo real era herbívoro) se torna um monstro assustador.

Se o desenho é digno de todos os elogios, a história, baseada em um conto de Robert E. Howard, não fica atrás.
Na história, Valeria está fugindo depois de esfaquear um oficial stygio e vai parar em um oásis no meio do deserto. É seguida por Conan. Mas o oásis é um falso paraíso. O local é guardado por um dragão, que devora todos que procuram abrigo ali.
A dupla, consegue matar o dragão – graças à engenhosidade do cimério - e se encaminha por uma cidade no meio do deserto. Ali eles se deparam com uma guerra fraticida entre dois grupos por causa de uma mulher. É uma cidade em que a traição pode estar atrás de cada porta e ninguém parece confiável. O roteiro consegue explorar  com perfeição a guerra entre os dois grupos e as várias reviravoltas da trama. É uma história longa, mas que quando termina, queremos mais. 

Fotografia como verossimilhança na ficção

 



Nós temos a tendência de acreditar na fotografia como uma reprodução do real. Fotografar algo é atestar sua veracidade. Não é à toa que a primeira teoria do jornalismos chamava-se teoria do espelho: acreditava-se que o texto jornalístico deveria ser como a fotografia, que é “um mero espelho dos fatos”.
Outra demonstração desse poder da fotografia como reafirmador da realidade são as fotos de discos voadores. Sua presença “são apresentadas como prova de que a presença de naves espaciais entre nós é real.

Essa é a grande inovação do livro O orfanato da Srta Peregrine para crianças peculiares, de Ranson Riggs: o autor usa fotografias como forma de dar verossimilhança à narrativa.
Na história, um rapaz é fascinado pelo avô, que lhe conta histórias fantásticas sobre o tempo que viveu num orfanato para pessoas com estranhas habilidades, na época da II Guerra Mundial.

E, para prová-las, mostra fotos. Apesar de serem montagens fáceis, essas fotos reforçam a narrativa, ajudam o leitor a acreditar no que estar sendo dito.
Depois, quando o narrador desconfia da autenticidade, o leitor desconfia junto e, quando finalmente as fotos se revelam reais, o leitor finalmente acredita nelas como prova de realidade.


Esse jogo é habilmente trabalhado por Riggs, fazendo com que o leitor se sinta imerso numa história hiper-real, plenamente crível. Essa é uma das razões pelas quais o livro é melhor que o filme: no cinema, a fotografia perde seu caráter de reafirmador da verossimilhança da narrativa e se torna um mero assessório. 

Feitiço do tempo

 

 

Assisti, finalmente, Feitiço do tempo (roteiro de Danny Rubin e Harold Ramis, direção de Harold Ramis). Na verdade, o interesse maior foi na interessante narrativa em elipse, que era sempre citada por alunos quando eu falava de narrativas não-lineares. Trata-se de um jornalista arrogante e egocêntrico, que, ao fazer uma matéria numa cidadezinha sobre uma marmota capaz de prever o fim do inverno, fica preso em um lapso temporal de um dia que sempre volta. Assim, os mesmos fatos vão se repetindo várias vezes e o protagonista passa várias vezes pelos mesmos fatos. Já tinha visto outros exemplo, como um episódio de O Arquivo X. Eu mesmo já escrevi um texto nessa estrutura, num e-book dos Exploradores do Desconhecido. O interesante é que o mesmo dia não se repete 3 ou 4 vezes, mas centenas, talvez milhares de vezes, o que traz algumas oportunidades interessantes para o roteiro, como, por exemplo, repetir uma cena várias vezes (o receptor acaba sacando que cada repetição é um dia diferente).
Apesar da preocupação maior ser com a questão narrativa, foi impossível não reparar em algo que muitos textos espíritas falam: Feitiço do Tempo é uma ótima metáfora do processo reencarnatório, segundo a visão espírita. 
A cada vez que o protagonista volta, é como se ele estivesse em outra encarnação e tivesse outra chance de consertar os erros do passado e evoluir espiritualmente.
Arrogante e egocêntrico, Phil usa a volta eterna inicialmente para questões duvidosas do ponto de vista ético, como, por exemplo, descobrir algo sobre uma mulher para depois seduzi-la, ou cometer crimes sabendo que sua ação não teria consequências (como, por exemplo, quando ele rouba dinheiro do carro forte).
Com o tempo, esse tipo de coisa perde a graça e ele passa a se suicidar. Faz isso dezenas de vezes, tentando escapar do dia que sempre retorna. Em vão. Sua vida só começa a fazer sentido quando ele melhora espiritualmente e começa a ajudar as pessoas à sua volta. A máxima de Chico Xavier (Não há salvação fora da caridade) fica bem exemplificada no filme.
Em suma, um ótimo filme: pelo estrutura do roteiro, pela mensagem, pelo humor e pela ótima atuação de Bill Murray.

Matéria sobre revolução federalista

 


A matéria Memórias de uma revolução foi publicada na Folha de Londrina em 08 de outubro de 1994. Era um daqueles exemplos em que eu tirava leite de pedra.
O editor tinha me passado um release com a recomendação de fazer uma notinha sobre a prorrogação de uma exposição sobre a revolução federalista que estava acontecendo no Solar do Barão. Eu consegui convencê-lo a fazer uma matéria. No final, ele acabou gostando tanto que acabou sendo capa do caderno de cultura (na época, conseguir a capa do caderno de cultura era uma proeza e tanto).

Eu visitei a exposição, conversei com a curadora, participei de uma votação fictícia para presidente (Leonel Brizola e o então ministro da economia Rubens Ricupero também tinha votado) e fiz um box sobre a degola, o método mais comum de matar oponentes na revolução.
Para quem não conhece, a revolução federalista foi uma revolta que dominou os estados do sul e quase tirou o Marechal Floriano do poder.

As capas de Sandman

 


A capa de Sandman 1 era um armário que Dave Mckean preencheu com pinturas, colagens e objetos... Foi revolucionário. Jack Kirby já tinha feito colagens na década de 1960, mas ninguém na indústria de quadrinhos tinha ido tão longe na experimentação. Uma das capas de quadrinhos mais famosas de todos os tempos. Em tempo: o armário voltou a ser reaproveitado nas capas seguintes da primeira saga do personagem. 


Para ler os quadrinhos

 


A primeria vez que li um texto sobre quadrinhos foi um artigo do Arnaldo Prado Júnior no jornal O Liberal sobre o Fantasma. Eu estava encerando a casa. Para quem não é da minha época, antigamente a casa era encerada e depois eram colocados jornais por cima, para que as pessoas pudessem passar enquanto a cera cecagava.

Estava ali, espalhando os jornais pelo chão quando um texto me chamou a atenção. Era o tal texto sobre o Fantasma. Parei o serviço e comecei a ler. Fiquei fascinado. Embora eu lesse quadrinhos desde que me entenda por gente, nunca tinha visto alguém escrever sobre quadrinhos.

O autor desse artigo depois viria a ser meu orientador de TCC, mas essa é outra história.

Um pouco mais velho, conheci a biblioteca pública Arhtur Viana, no centro de Belém. Foi lá que, vasculhando as prateleiras, descobri que exitiam livros sobre quadrinhos. Os dois que constavam no acervo era de autoria de Sônia M. Bibe Luyten, uma pesquisadora da USP. O primeiro deles era o volume O que é história em quadrinhos, da Coleção Primeiros Passos. O outro era a antologia Histórias em quadrinhos – leitura crítica, da editora Paulinas.

Eu li e reli esses livros diversas vezes (nas primeiras vezes o funcionário responsável pelos empréstimos me avisava que eu já tinha emprestado aquele livro, depois simplesmente passou a ignorar) e foram obras fundamentais para que eu decidisse pesquisar e escrever sobre quadrinhos. Todos os livros que escrevi sobre o assunto tiveram sua origem lá, naqueles livrinhos lidos e relidos diversas vezes.

O volume O que é história em quadrinhos eu consegui comprar, até porque a Coleção Primeiros Passos até hoje é fácil de encontrar em sebos. Mas o História em quadrinhos – leitura crítica eu nunca achei em sebo e já estava fora do catalogo da Paulinas quando comecei a procurar. Apesar de ter muitos livros sobre quadrinhos, esse era um que faltava na estante.

Recentemente consegui achar, via estante virtual, um sebo que tinha o livro para vender.

Foi uma alegria reencontar essa obra tão fundamental.

terça-feira, maio 30, 2023

Francisco Iwerten, a biografia de um visionário

 

Informamos ao nosso distinto público que se encontra à venda o livro Francisco Iwerten - A Biografia de uma Lenda ao preço promocional de 15 reais apenas até o início do ano. Aproveite o clima natalino para presentear seus amigos com essa maravilhosa biografia. Interessados, favor contatar o senhor Gian Danton através do e-mail profivancarlo@gmail.com.

As vidas de Chico Xavier

 


Chico Xavier é uma das figuras mais importantes e polêmicas do Brasil. Sua popularidade é tão grande que, mesmo depois de morto, continua levando milhares de pessoas para Uberlândia, transformando o turismo religioso na principal fonte de renda da cidade. Não admira, portanto, que a vida do médium fosse transformada em uma biografia.
Ainda assim, o jornalista Marcel Souto Maior teve que vencer vários obstáculos para escrever o livro “As vidas de Chico Xavier”. O primeiro deles veio dos próprios colegas jornalistas. “Chico Xavier? Não é o Chico Buarque, não? Chico Anysio? Chico Mendes?”, ironizavam os amigos do Jornal do Brasil.
Outro obstáculo filho adotivo de Chico, Euripedes. Preocupado com a saúde do pai e em preservá-lo, Euripedes não deixou o jornalista passar nem do portão. Ainda assim, Marcel insistiu: resolveu assistir a uma sessão no Centro Espírita da Prece, fundado por Chico muitos anos antes. Depois que o médium deixara de comparecer, o público minguara e eram apenas 14. Surpreendentemente, naquele dia, ele resolveu reaparecer, com um sorriso largo e um terno mal-ajambrado.
Cético, Marcel não soube explicar as lágrimas que começaram a desabar em borbotões de seu rosto, sem nenhuma razão especial.
Terminada a sessão, o jornalista procurou Chico para pedir autorização para a biografia. Chico respondeu de forma indireta, evitando a palavra não:
- Deus é que autoriza.
- E ele autoriza?
- Autoriza.
Mas a muralha de Euripedes ainda continuava existindo. O jeito foi apelar para o outro filho adotivo de Chico, Vivaldo, que mora nos fundos da casa do pai.  Quando o jornalista o visitava, Chico chamou o filho por um interruptor. Quando Vivaldo saiu, um calor insuportável tomou conta das mãos do jornalista. Sobressaltado, ele largou a caneta, saltou do sofá e correu para o quintal. Ficou lá, sacudindo as mãos na noite fria, até que Vivaldo aparecesse:
- Meu pai disse que sua biografia vai ser um sucesso. Parabéns!
O episódio mostra bem os mistérios e a mística por trás de Chico Xavier. Chico escreveu quase 400 livros, cartas de pessoas desencarnadas, virou celebridade nacional. No entanto, até o final da vida, viveu de forma modesta, sem grandes fortunas, sendo quase um prisioneiro de seu próprio sucesso.
O fato do livro ser escrito por um cético, mas que passou pelas duas experiências acima (do choro descontrolado e das mãos em fogo) faz com que ele tenha a abordagem correta, não caindo nem na armadilha de um livro doutrinário, nem na reportagem sensacionalista que o filho adotivo de Chico tanto temia.
O que se revela é uma figura ímpar, que angariou milhões de fãs no Brasil todo e igual número de detratores. Essa dualidade já se apresentava na infância do médium, quando ao ouvir que ele conversava com os espíritos, a madrinha dizia que ele tinha o diabo no corpo e lhe fincava garfos na barriga na tentativa de espantar o mal. Chico, convencido de que que conversar com espíritos era errado, tentava tudo para se curar. Chegou até a desfilar em uma procissão com uma pedra de 15 quilos na cabeça, repetindo mil vezes a ave-maria. Nada adiantava. Quanto mais rezava, mais via espíritos.
O livro nos revela um Chico sofredor, que não era compreendido na infância e apanhava por causa da mediunidade. Quando finalmente se tornou adulto, sofria com doenças, como a catarata que fazia seus olhos sangrarem. À noite, era atormentado por espíritos baixos, que lhe provocavam pesadelos em, alguns casos, tentavam matá-lo usando para isso pessoas com mediunidade. Ao se queixar com seu guia espiritual, Emmanuel, recebia reprimendas. Tinha que aceitar de bom grado tudo que lhe acontecia, pois servia para expiar culpas de outras encarnações. Quando se tornou uma figura famosa, sofria com o assédio, com pessoas que queriam falar com ele mesmo quando ele estava muito doente. Além disso, Chico nunca ganhou nada com isso, pois todo o dinheiro das vendas dos livros ia para instituições de caridade.
Sua missão espírita parecia mais um castigo do que um prêmio. Por outro lado, havia as tentações. Uma vez Chico entrou no banheiro e encontrou três mulheres tomando banho nuas, jogando água umas nas outras e rindo para ele, convidativas. O médium fechou os olhos e rezou. Quando os abriu, elas haviam desaparecido.
Abnegado, Chico usava a humildade para resistir aos sofrimentos e tentações do mundo. Dizia que era um Cisco Xavier, brincando com o próprio nome. Quando lhe disseram que talvez fosse eleito para a Academia Brasileira de Letras, ele perguntou: “E agora aceitavam cavalos lá?”.
Se a biografia revela esse lado humilde, abnegado e caridoso, revela também um homem carismático e divertido. Chico gostava de contar casos e gostava de rir. Uma vez, convidado pelos amigos a pescar, foi, mas não pescou nada. Passaram a tarde na beira do rio e os amigos pegaram muito peixe. De Chico não se aproximava nem lambari. Ele acabou confessando: não tinha colocado isca no anzol, para não incomodar os bichinhos. Ao ser assediado por uma figura demoníaca, que lhe perguntava se tinha sido chamada, ele saiu-se com essa: “É que a vida anda difícil e queria que o senhor me abençoasse em nome de Deus ou das forças que o senhor crê”. O diabo reclamou: “É só a gente aparecer que você já cai de joelhos!” e sumiu.
Em suma: As vidas de Chico Xavier é um livro que abarca as várias facetas dessa famosa personalidade, num livro leve e gostoso de ler. É tão fascinante que serviu de base para o filme de Daniel Filho sobre a vida do médium mineiro.

Superaventuras Marvel 25

 

Superaventuras Marvel 25 foi a primeira revista que comprei em banca. É uma edição "morna", especialmente a história dos X-men, que apresenta um interlúdio entre a saga de Protheus e a saga da Fênix. Mesmo assim tinha uma boa história de Kull. E foi o suficiente para me conquistar. Nas edições seguintes seriam publicadas algumas das melhores histórias Marvel já lançadas no brasil. A capa seguia o modelo de capas da Abril: uma junção de mais de uma capa americana, ou de desenhos internos. Mas aqui temos um caso em que esse trabalho bem feito. A figura de Ororo em especial domina a capa, chamando atenção para seus olhos expressivos, no traço de John Byrne.

O chamado de Cthulhu

 


H.P. Lovecraft foi o mais importante escritor de terror do início do século XX. Sua obra encontrou tamanha reverberação naquele período conturbado e nos anos subsequentes que muitos passaram a acreditar que seus textos se tratavam não de literatura, mas relatos reais. Boa parte da mitologia desse universo de horror tem sua origem no livro O chamado de Cthulhu e outros contos, lançado em 2012 pela editora Hedra como parte da coleção de obras completas do autor.
Lovecraft nasceu numa família conturbada. Quando tinha dois anos, viu o pai ser internado em um manicômio, onde permaneceu até morrer. A mãe jamais se recuperou da perda e sofreu distúrbios mentais que afetaram profundamente a relação com o filho. O futuro escritor passou a viver uma vida reclusão voltada apenas para seu terrível mundo literário. Precoce, escreveu seus primeiros contos entre seis e sete anos.
Em 1913, irritado com a baixa qualidade dos contos publicados na revista pulp fiction Argosy, escreve uma carta que levou a uma intensa polêmica, ao fim da qual acabou sendo convidado pelo editor a colaborar com a publicação. Suas histórias, no entanto, não fizeram sucesso. Em vida ele só conseguiu publicar um livro, A sombra de Innsmouth (que também integra a coleção da Hedra).
Sua obra só não se perdeu graças a admiradores que em 1939 fundaram uma editora para publicar sua obra. Mas Lovecraft só se tornou um fenômeno de vendas na década de 1960, quando algumas editoras norte-americanas começaram a publicar seus livros com capas chamativas e vendidas em locais de fácil acesso, como postos de gasolina e farmácias.
O que fez com que sua obra inicialmente fosse ignorada e depois se tornasse um verdadeiro culto foi a forma revolucionária com que ele tratava o terror. Lovecraft trouxe para a literatura a angústia provocada pelas descobertas científicas no início do século XX. Até o século XIX acreditava-se que o universo era racional e totalmente compreensível. A ciência estava a um passo de desvendá-lo. A teoria da relatividade e a física quântica viraram o mundo físico de cabeça para baixo mostrando que não sabíamos quase nada sobre o universo.  “O universo de nêutrons, quasares e buracos negros é estranho para nós e nós somos estranhos nesse universo”, escreveu James Turner, na introdução do livro Tales of the Cthulhu mythos (Dell Books).
Assim, na obra de Lovecraft, somos pouco mais que formigas num universo eternamente ameaçado por uma entidade terrível e inenarrável, sejam deuses antigos ou seres alienígenas que desprezam a vida humana. “A coisa mais misericordiosa do mundo é, segundo penso, a incapacidade da mente humana  em correlacionar tudo o q sabe. Vivemos em uma plácida ilha de ignorância em meio a mares negros de infinitude , e não fomos feitos para ir longe”.
 O impacto de sua obra é tão grande que muitos passaram a acreditar que o Necronomicon, livro citado em seus contos, tinha existência verdadeira. De fato, começaram a surgir diversas versões da obra, de modo que o livro, imaginário, ganhou existência física.
Em suma: Lovecraft se tornou, assim como Edgar Alan Poe, um escritor fundamental para todos os fãs de terror ou de literatura de fantasia. E o volume O chamado de Cthulhu e outros contos é uma boa porta de entrada para sua obra.
Cthulhu é uma espécie de entidade monstruosa com corpo de dragão e cabeça de lula. Ele seria um dos grandes antigos, seres inomináveis que teriam chegado em nosso planeta em seus primórdios e criado o homem como forma de escárnio e servitude.  Lovecraft pronunciava seu nome de diversas formas diferentes, dando a entender que se tratava de uma palavra que não poderia ser reproduzida por lábios humanos. Cthulhu seria o alto sacerdote, responsável pelo retorno dos antigos quando as estrelas estivessem alinhadas. Embora seja o mais famoso e imagético, ele é apenas uma das criaturas de um grande panteão de seres fantásticos que habitam o mesmo universo. Nesse sentido, Lovecraft foi um divisor de águas: ele criou um universo no qual ocorrem a maioria de suas histórias, uma mitologia única, de modo que é possível perceber uma costura entre seus contos, alguns pontos em comum que revelam a parte mais terrível de sua obra: a terrível suspeita de há algo muito grande acontecendo à nossa revelia.
É a fundação dessa mitologia que o leitor irá encontrar no livro O chamado de Cthulhu... Além do conto que dá título ao volume, outros se destacam, como “Dagon”, cujas criaturas marinhas serviram de inspiração visual para a história em quadrinhos Neonomicon, de Alan Moore: “o contorno geral das figuras era muito humano, apesar das mãos e dos pés com membranas natatórias, dos impressionantes lábios carnudos e molengos, dos olhos vidrados, arregalados”.
Outro destaque é “A música de Erich Zann”, que, se não estivesse no livro de Lovecraft, poderia se passar facilmente como parte da obra de Jorge Luís Borges. Nele, o protagonista encontra um velho violinista que toca para espantar terrores da escuridão. O início não poderia ser mais Borges: “Examinei diversos mapas da cidade com o maior cuidado, mas jamais reencontrei a Rue d´Auseil (...) Jamais encontrei outra pessoa que tenha visto a Rue d´Auseil”. Talvez não seja por acaso: tanto Borges como Lovecraft são herdeiros declarados de Edgar Alan Poe.
É, portanto, extremamente louvável a iniciativa da Hedra de trazer a coleção completa do mestre do horror. Uma ótima chance para os fãs do terror verem um mestre em ação. De negativo apenas o fato dos livros serem de formatos diferentes, o que certamente deve desagradar os colecionadores.

Segundo os Mitos, a Terra teria sido habitada, há bilhões de anos, por criaturas que aqui teriam chegado antes que nosso planeta fosse capaz de gerar ou sustentar vida por si próprio. Eles, e não Deus, teriam criado a vida: o próprio Homem seria uma criação deles, gerada unicamente por escárnio e servitude.2 Em contos posteriores, fica implícito que os Grandes Antigos seriam criadores do próprio universo, e de todos os seres nele presentes. Isso foi suficiente para que Lovecraft fosse considerado pelas igrejas fundamentalistas do mundo inteiro, que acreditam na versão da criação bíblica, como blasfémio. Os Grandes Antigos teriam Cthulhu como um de seus líderes (de acordo com os contos, seria o Alto Sacerdote, responsável pelo ressurgimento de todos os outros quando as estrelas estivessem alinhadas devidamente).
Lovecraft parecia estar escrevendo para o futuro, para o homem pós-moderno. Tanto que sua obra teve pouco impacto na época, mas depois, como uma bola de neve, foi crescendo de importância a ponto de se acreditar que se tratava não e literatura, mas de relatos de uma realidade desconhecida. A crença na existência do Necronomicon como um livro real demonstra como a obra de Lovecraft se tornou um simulacro, uma ficção é mais real do que o real. E hoje, podemos ver em sites de compras diversas versões do Necronomicon. O livro, totalmente imaginário, ganhou existência física.
O fenômeno Necronomicon revela o aspecto mais apavorante na obra de Lovecraft: e se, no fundo, for verdade? E se o escritor tiver, inadvertida e inconscientemente, descoberto a verdade sobre a realidade em que vivemos? E se formos apenas formigas, seres insignificantes, criados por escárnio, vítimas de um poder grandioso demais para ser compreendido?

Psicopata americano

 

Um homem narcisista, com uma vida totalmente vazia e um forte instinto assassino. este é Patrick Bateman, o protagonista do filme Psicopata Americano, dirigido por Mary Harron e lançado em 2000 com Christian Bale no papel principal.

Baseado no livro homônimo de Bret Easton Ellis, o filme conta a rotina de um executivo de um banco de investimentos. As eternas conversas com os amigos sobre os assuntos mais fúteis possíveis, as eternas tentativas de conseguir uma mesa no restaurante mais badalado de Nova York... é uma rotina vazia, fútil, sem sentido e movida a cocaína que encontra seu auge na cena em que eles começam a disputar quem tem o melhor cartão de visitas.

Curiosamente, em nenhum momento Bateman é mostrado trabalhando. Em uma poucas cenas do filme que se passam no seu local de trabalho em que ele não está disputando com os colegas quem é o melhor ou quem comprou mais coisas, ele é mostrado em seu escritório preenchendo palavras cruzadas.

Mas essa vida de ócio absoluto e eterno luxo não traz nenhuma satisfação. Bateman diz em vários momentos que não sente nada. E ele preenche esse vazio matando. Prostitutas, namoradas, uma senhora na rua e até um amigo que tinha um cartão de visitas melhor do que o dele são alvos dessa fúria assassina.

Mas essa faceta da sua personalidade é totalmente escondida da sociedade por uma máscara de civilidade.  Algo muito bem representado na cena em que o protagonista, diante do espelho, tira a máscara estética. Psicopatia e narcisismo representados em uma única cena.

Mas o filme é perturbador por mais uma razão: o expectador não sabe ao certo se o que está sendo narrado é real. Se Bateman é de fato um assassino ou se é tudo imaginação de uma mente doentia. Alguns indícios parecem apontar nesse sentido, como cenas que carecem de verossimilhança (em uma delas o protagonista explode um carro da polícia com um tiro de pistola).

Psicopata americano se destaca por conseguir unir o tema psicopata a uma forte crítica social. Afinal, não seria a sociedade de altos executivos um ambiente propício para a profilferação de narcisistas e psicopatas? 

Vamos ser dominados pelas máquinas?

 

Uma possível revolta das máquinas é tema recorrente na ficção. Do computador Hall às divertidas revoluções robóticas do desenho animado Futurama,(do mesmo americano criador de “Os Simpsons”, Matt Groenig) a ficção científica sempre refletiu o medo humano de que nossa espécie venha a ser suplantada por nossas próprias criações.
                Tal preocupação começou a afligir a humanidade no início do século XX, quando a construção de máquinas de calcular tornou possível a criação de inteligência artificial.
                O filme Inteligência Artificial, de Spielberg, baseado no livro de Brian Aldiss, Superbrinquedos duram o verão todo(e com roteiro cinematográfico de Stanley Kubrick), levanta a possibilidade de no futuro as máquinas não só serem capazes de pensar, mas também de ter emoções.
                Mas será realmente possível criar inteligência artificial? Alguns autores cibernéticos acreditam que sim.
                Em 1950, Alan Turing declarou que uma máquina inteligente seria aquela capaz de conversar com alguém e se fazer passar por um humano. Isso ficou conhecido como teste de Turing. Para ele, no ano de 2000 os computadores passariam facilmente no teste.
                Um marco da busca de inteligência artificial foi a tartaruga Elsie, criada por Grey Walter na década de 50. A tartaruga, um primitivo robô em formato de quelônio e provido de rodas, alimentava-se de luz. Quando estava em um local escuro, ela procurava cômodos em que a lâmpada estivesse acesa.
                Esse robô tinha uma característica essencial dos seres vivos: a busca pela alimentação. Todos os animais e plantas buscam comida. Mas justamente a abrangência do comportamento demonstra que Elsie não era exatamente um exemplo de inteligência artificial. Afinal, até mesmo uma minhoca busca comida.
                Talvez um passo mais interessante tenha sido dado no Brasil, na década de 70. Foi nesse período que o pesquisador Isaac Epstein construiu, com imãs, alfinetes de mapas e caixas de ovos, Gabriela, um computador cuja função era jogar jogo da velha.
                A grande inovação de Gabriela é que ela aprendia. Ela começava perdendo e, no final, sempre empatava ou ganhava.
                Até então aprender parecia ser um comportamento dos animais, em especial os humanos.
                A maneira como Gabriela aprendia também seguia as regras da natureza: através de um processo de tentativa e erro.
                Para cada jogada, Gabriela tem três bolinhas de uma determinada cor. A cada derrota, uma bolinha equivalente à última jogada é retirada, diminuindo as chances dessa jogada voltar a se repetir, mas não as eliminando totalmente. Ou seja, para cada erro, Gabriela é punida, mas a punição não é excessivamente severa.
                Epstein utilizou em seu computador o mesmo método da natureza: ela faz aprimora as espécies fazendo tentativas de mudanças, que podem dar certo ou não, de acordo com a capacidade de adaptação ao novo ambiente.
                Nós humanos também usamos o processo de tentativa e erro para aprendermos. A criança aproxima a mão e a queima. O erro é seguido, portanto, de uma punição (mas não uma punição tão grande a ponto de desencorajar novas tentativas). Com o tempo a criança aprende que pode lidar com o fogo, mas deve ter cuidado com ele.
                Pessoas inteligentes são aquelas capazes de aprender com seus próprios erros.
                Gabriela era, portanto, inteligente, pois conseguia aprender com seus próprios erros.
                Uma outra característica dos seres vivos que foi assimilada pelos entes cibernéticos é a capacidade de auto-reprodução. O vírus de computador é um exemplo perfeito de um ser artificial e auto-replicante. Uma vez instalado em um computador, ele se reproduz e providencia meios de se espalhar para outros computadores (através de disquetes, ou da Internet).
                Poderia-se argumentar que o vírus, quando se auto-reproduz, nada mais faz que seguir uma programação anteriormente inculcada nele.
                Isso é verdade, mas nós também nos reproduzimos porque somos programados para tal. A diferença é que nossa programação é genética.
                O desenvolvimento das pesquisas em inteligência artificial fez com que Ray Kurzweil, o inventor do sintetizador eletrônico, previsse que em 2030 haverá computadores tão evoluídos quanto o David do filme Inteligência Artificial.
                Kurzweil descobriu que desde 1900, quando surgiram as primeiras máquinas de calcular, a capacidade de cálculo dos computadores dobra a cada geração.
                Assim, em 2029, um PC comum teria a mesma capacidade de cálculo de um cérebro humano. Isso, somado ao fato de que nos próximos 30 anos, a ciência terá descoberto tudo sobre o cérebro humano, permitirá a construção de um cérebro eletrônico.
                Além disso, a nanotecnologia permitirá a construção de neurônios artificiais, o que tornariam os cérebros robóticos ainda mais semelhantes aos nossos, com uma diferença: eles estarão ligados à Internet 24 horas por dia, o que lhes daria acesso a grande parte do conhecimento humano instantaneamente. Fazendo um paralelo com a teoria de Jung, a internet seria para os robôs o que é para nós o inconsciente coletivo.
                Como resultado dessa evolução, Kurzweil vê um futuro em que os humanos se tornarão obsoletos.
                Previsões como essa assustaram Bill Joy, o criador do linguagem Java, que tornou possível a internet.
                Para ele, máquinas inteligente(s) e auto-replicantes são perigosas demais porque fugirão do nosso controle.
                No futuro estima-se que grande parte das coisas será feita de nanorobôs, de roupas a paredes das casas. As vantagens são óbvias. Uma roupa nanotecnológica poderá mudar de forma de acordo com a vontade do dono. Se estiver frio, um casaco, se estiver calor, uma camiseta regata. Também será possível acompanhar a moda com muito maior rapidez (razão pela qual a moda, provavelmente, irá passar por modificações cada vez mais aceleradas).
                No conto “Superbrinquedos quando vem o inverno”, de Brian Aldiss, todas as pessoas têm em seus estômagos células Croswell, nanorobôs encarregados de consumir o excesso de gordura adquirida durante a alimentação. Esse “verme” artificial permitiria ao seu hospedeiro comer até cem por cento a mais de comida sem perder a silhueta.
                Tecnologias como essas serão irresistíveis e se espalharão rapidamente, mas se algo der errado, não poderemos fazer muita coisa para consertar a situação.
                E se uma célula Croswell resolvesse consumir também o estômago do hospedeiro?
                Para Bill Joy, em breve viveremos uma ditadura cibernética.
                Opinião absolutamente oposta à de Jaron Lanier, o criador da expressão realidade virtual.
                Para Lanier, nós nunca seremos dominados pelas máquinas em razão do que ele chamou de estupidez artificial.
                As máquinas são estúpidas porque seguem uma programação e não conseguem fugir dela, pois não conseguem perceber em que situações a programação não funciona.
Entretanto, programas como Google tradutor, que aprendem com traduções feitas por humanos podem ser indício de que a inteligência artificial já não é mais tão burra.

O Super-homem

 

Na década de 1930 dois jovens judeus, Jerry Siegel e Joe Shuster andaram por quase todas as editoras e sindicates da época tentando vender um personagem que haviam criado. Todo mundo achava que o personagem era irreal demais e dificilmente venderia bem. O nome desse personagem era Super-homem, um dos maiores sucessos dos quadrinhos de todos os tempos.

O personagem havia surgido em um fanzine de ficção-científica editado por Siegel, o Science Fiction. Era um homem pobre, escolhido na fila para sopa e submetido a uma experiência científica que lhe dava poderes de ouvir o pensamento das pessoas e comandar seu comportamento. Graças a esses poderes, ele se transforma no governante despótico do mundo. Ou seja, inicialmente, o Super-homem era um vilão.

Com o surgimento das revistas em quadrinhos baratas (que no Brasil foram chamadas de gibis), Siegel percebeu ali um mercado e decidiu transformar seu personagem em um herói, aos moldes de Doc Savage, herói da literatura pulp.

O super-homem unia todos os elementos da cultura pop norte-americana: o valentão bonzinho batendo nos malfeitores (como nos pulp fiction), a malha colante dos fisiculturistas da época e a dupla identidade.

Conta a lenda que numa noite abafada de verão, Siegel não conseguia dormir e passou insone, pensando em seu personagem. De quando em quando ele se levantava, tomava água e fazia anotações. Quando amanheceu, ele já tinha o personagem estruturado, com sete semanas de história.

A história não é bem assim. Na verdade, o Super-homem foi sendo estruturado com o tempo, de acordo com as diversas recusas dos editores. Os dois quadrinistas chegaram até a fazer uma versão mais hard, para uma revista masculina.

Os sindicatos de distribuição, editoras e até estúdios (como o de Will Eisner, que posteriormente iria criar o ótimo Spirit) recusavam a tira com observações do tipo “Trabalho imaturo” ou “Prestem mais atenção ao desenho”.

Quando a National precisou de uma história pronta para colocar em uma nova revista que estavam lançando e que precisava estar nas bancas o quanto antes, Sheldon Mayer se lembrou do Super-homem que estava na pilha de materiais rejeitados. Não se sabe se foi uma antecipação do sucesso ou se era simplesmente a coisa que estava mais à mão, mas o fato é que a editora mandou uma carta com os originais para os dois rapazes dizendo que se eles conseguissem transformar aquelas tiras em uma história de 13 páginas o quanto antes, eles a comprariam.

Assim, Action Comics estreou no dia 1 de junho de 1938, tendo o Super-homem na capa, na sua pose clássica, segurando um carro acima dos ombros, para espanto de bandidos que fogem desesperados. Era um trabalho grosseiro, como se diversas histórias estivessem coladas sem muito nexo, mas mesmo assim provocou uma revolução no mercado. Não era só o heroísmo, mas também o humor. Em uma seqüência, o Super-homem corre por fio de alta tensão, levando um bandido consigo. “Não se preocupe. Os passarinhos ficam nos cabos telefônicos e não são eletrocutados – desde que não toquem num  poste telefônico! Opa! Quase bati naquele ali!”. Era algo novo: um herói fazendo piada. Isso conquistou os garotos.

A revista começou a vender horrores. Os donos da editora National mandaram algumas pessoas perguntarem nas bancas o que estava provocando o sucesso do gibi e o que ouviram foi: “As crianças querem mais desse herói”.

Conforme aumentava a popularidade do herói, aumentavam também seus poderes. No começo, ele apenas dava saltos enormes, mas logo estava voando. No começo ele era imune a balas (famosa a cena em que bandido atiram e as balas ricocheteiam em seu peito), mas logo ele já era capaz de agüentar até uma bala de canhão. Em uma história o herói foi obrigado a entrar telhado a dentro porque suspeitava que numa casa se escondia um bandido. Para evitar que novos telhados fossem danificados, foi inventada a visão de raio x.

Se por um lado ele era o herói mais poderoso da Terra, por outro lado, em sua identidade secreta, ele era Clark Kent, um repórter bobalhão que era sempre passado para trás pela colega Lois Lane. A diferença entre eles era de apenas um óculos, mas mesmo assim Kent conseguia enganar a todos. Alguns roteiristas acreditaram que o alter-ego de Super-homem fosse mesmo um bobalhão, mas trabalhos mais recentes, como de Grant Morrison em All Star Superman mostram que na verdade, ele apenas se faz passar por bobalhão.

Essa falsa dualidade Super-homem x Clark Kent permite um processo de identificação e projeção. O leitor se identifica com Clark Kent, mas se projeta no super-herói e suas realizações.

Com o tempo foram adicionados novos elementos à mitologia do personagem. Surgiu a kriptonita para contrabalancear os poderes cada vez maiores do personagem. A kriptonita verde pode até matar o herói. Já a vermelha tem efeitos imprevisíveis, podendo transformar o herói até mesmo em um monstro. Foi criada uma fortaleza da solidão, no pólo Ártico, um local em que o personagem guarda recordações de seu mundo e de suas aventuras.

Com o tempo, ficou claro também que um personagem tão poderoso não poderia combater reles marginais e surgiram os super-vilões, como Lex Luthor, Bizarro e Brainiac.