quarta-feira, maio 31, 2023

Para ler os quadrinhos

 


A primeria vez que li um texto sobre quadrinhos foi um artigo do Arnaldo Prado Júnior no jornal O Liberal sobre o Fantasma. Eu estava encerando a casa. Para quem não é da minha época, antigamente a casa era encerada e depois eram colocados jornais por cima, para que as pessoas pudessem passar enquanto a cera cecagava.

Estava ali, espalhando os jornais pelo chão quando um texto me chamou a atenção. Era o tal texto sobre o Fantasma. Parei o serviço e comecei a ler. Fiquei fascinado. Embora eu lesse quadrinhos desde que me entenda por gente, nunca tinha visto alguém escrever sobre quadrinhos.

O autor desse artigo depois viria a ser meu orientador de TCC, mas essa é outra história.

Um pouco mais velho, conheci a biblioteca pública Arhtur Viana, no centro de Belém. Foi lá que, vasculhando as prateleiras, descobri que exitiam livros sobre quadrinhos. Os dois que constavam no acervo era de autoria de Sônia M. Bibe Luyten, uma pesquisadora da USP. O primeiro deles era o volume O que é história em quadrinhos, da Coleção Primeiros Passos. O outro era a antologia Histórias em quadrinhos – leitura crítica, da editora Paulinas.

Eu li e reli esses livros diversas vezes (nas primeiras vezes o funcionário responsável pelos empréstimos me avisava que eu já tinha emprestado aquele livro, depois simplesmente passou a ignorar) e foram obras fundamentais para que eu decidisse pesquisar e escrever sobre quadrinhos. Todos os livros que escrevi sobre o assunto tiveram sua origem lá, naqueles livrinhos lidos e relidos diversas vezes.

O volume O que é história em quadrinhos eu consegui comprar, até porque a Coleção Primeiros Passos até hoje é fácil de encontrar em sebos. Mas o História em quadrinhos – leitura crítica eu nunca achei em sebo e já estava fora do catalogo da Paulinas quando comecei a procurar. Apesar de ter muitos livros sobre quadrinhos, esse era um que faltava na estante.

Recentemente consegui achar, via estante virtual, um sebo que tinha o livro para vender.

Foi uma alegria reencontar essa obra tão fundamental.

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