sexta-feira, janeiro 30, 2009

Propaganda é isso aí!


Hoje é o dia do quadrinho nacional!


Hoje é do dia do quadrinho nacional. A data foi friada em homenagem ao ítalo-brasileiro Ângelo Agostini, que no dia 30 de janeiro de 1869 publicou no jornal Vida Fluminense o primeiro capítulo da história em quadrinhos As Aventuras de Nhô-Quim. Foi uma das primeiras histórias em quadrinhos do mundo, anterior inclusive ao norte-americano Yellow Kid, de Richard Outcoult, de 1895. Além de ser homenageado com a data, Ângelo Agostini deu nome a um dos mais cobiçados prêmios de quadrinhos.
A data está sendo comemorada em vários locais: Porto Alegre, Recife, São Paulo e outras cidades.

As Crônicas de Nárnia está nas mãos da Fox


Por Sérgio Codespoti (30/01/09)

Segundo a Variety, a próxima adaptação para o cinema das Crônicas de Nárnia, Voyage of the Dawn Treader, será financiada e distribuída pela Fox.

Os filmes anteriores foram lançados pela Disney, que abriu mão da série no final de 2008. Embora ainda não exista nada de concreto sobre o novo projeto, o estúdio espera começar as filmagens em junho deste ano, para que a aventura esteja nos cinemas em 2010. Leia mais

quinta-feira, janeiro 29, 2009

¿Qué es un troll?

Un «troll» de Internet es el (normalmente es un él) que siente placer al sembrar discordia en Internet. Intenta iniciar discusiones y ofender a la gente.

Los trolls ven los servicios de comunicaciones de Internet como lugares adecuados para su extravagante juego. Por alguna razón, no «captan» que hieren a gente real. Para ellos, los demás usuarios de Internet no son del todo humanos, sino una especie de abstracción digital. Como resultado, no sienten ningún tipo de pena por el dolor que infligen. De hecho, cuanto mayor sea el sufrimiento que causan, mayor es su logro (tal y como lo ven ellos). De momento, el relativo anonimato de la red permite que florezcan los trolls. Leia mais no Digestivo Cultural.


quarta-feira, janeiro 28, 2009


Tem capítulo novo da série Galeão no site da história. Clique aqui para ler.

Barata Obama

Costumo dizer que em qualquer mídia o que vale mesmo é a idéia. Olhem essa história em quadrinhos. O desenhista não teve trabalho algum. As tiras são só duas baratas conversando na mesma posição, mas a idéia é ótima. Para ler outras tiras, clique aqui.

terça-feira, janeiro 27, 2009

O prefeito Roberto Góes vai ter que ralar muito para fazer com que Macapá deixe de ser uma cidade sem lei. Agora os vendendores ambulantes do cruzamento da Padre Júlio com Cândido Mendes resolveram fechar completamente a calçada. Colocaram entre os postes cordas para expor os produtos, impedindo que as pessoas passem por ali.

Mundo dos super-heróis nas bancas


A edição 14 da revista Mundo dos Super-heróis, com capa do compadre Joe Bennett, está bem interessante. Além do dossiê sobre Stan Lee, a revista traz várias matérias interessantes. Clique aqui para ver uma prévia.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Reforma ortográfica

Essa reforma ortográfica está uma bagunça. Nem a ABL (Associação Brasileira de Letras) está conseguindo entender o que muda. Recentemente eles lançaram um dicionário de acordo com a nova grafia. Tiveram que fazer uma segunda edição, porque várias palavras estavam grafadas erradas na primeira. Confira aqui a notícia.

O SENAC abriu mais uma turma do curso de pós-graduação em Artes Visuais na modalidade a distância. O curso é feito pela internet com alguns momentos presenciais. Fiz essa especialização (estou na fase de defesa do TCC) e posso garantir a qualidade. O curso é bem formatado, baseado em filmes, fotografias, pinturas, escuturas, roupas, etc... trabalhando uma vasta área dentro das artes visuais. O programa de especializações é credenciado pelo MEC com conceito máximo. Para quem quiser se inscrever, é só acessar o endereço do SENAC: http://www.pos-ead.senac.br/. Maiores informações pelo telefone do SENAC: (96) 32144110.
A estratégia viral de divulgação do filme Watchmen continua. Agora soltaram um vídeo com uma suposta reportagem sobre o surgimento do Dr. Manhatan (o vídeo inclui a famosa frase, dita por um cientista ¨O Super-homem existe, e é americano¨):


Watchmen foi uma das mais revolucionárias histórias em quadrinhos de todos os tempos. É uma HQ tão complexa que pode ser analisada dos mais diversos pontos de vista. Ela foi tema de meu TCC de graduação, em 1993, quando demonstrei que Alan Moore se baseou na teoria do caos para escrever o roteiro. Hoje todo mundo sabe isso, mas na época era novidade. Posteriormente, na época do mestrado, comparei a série com a teoria do pensamento complexo de Edgar Morin e a teoria dos Paradigmas, de T. S. Kuhn. Fora isso, sei de pessoas que fizeram trabalhos analisando a HQ do ponto de vista psicológico e sociológico. Não é a toa que essa HQ é considerada o Cidadão Kane dos quadrinhos... Vamos esperar para ver se o filme honra a obra original.

A religião da ciência

O filme Contato, baseado em um livro homônimo de Carl Sagan, expõe uma das grandes questões do mundo atual: a religião da ciência. Sabe-se que a ciência acabou ocupando o lugar da religião em grande parte dos corações humanos.
Há dois principais problemas na chamada religião da ciência. O primeiro deles, o fato da ciência se auto-proclamar como a única via de acesso à verdade. Herança da filosofia positivista, essa noção relega todos os outros conhecimentos à condição de superstições. “Só acredito em fatos. Só acredito em algo que possa ser provado”, dizem os
adeptos desse ponto de vista. Isso deixa de lado não só a religião e os conhecimentos populares, como também a filosofia. Isso porque a filosofia trabalha com hipóteses que não podem ser provadas empiricamente. Ela trabalha com elaborações mentais. Rousseau, por exemplo, dissertou sobre a origem do homem e da sociedade sem nunca ter feito qualquer descoberta científica. Sua única ferramenta era a lógica. Da mesma forma, é impossível provar, de fato, que o mundo das idéias de Platão existe. Assim, ciência seria a única capaz de formular um pensamento que pode ser provado,um pensamento invariável, certo, seguro.
O outro problema é o fato da ciência achar que não comunga de aspectos da religião, tais como a fé e o dogma.
Para começo, a ciência não é um conhecimento tão certo e objetivo assim. O filósofo T.S. Kuhn demonstrou que os cientistas seguem aquilo que ele chamou de paradigmas, visões de mundo que orientamsua pesquisa. Assim, o que é verdade para um paradigma, pode ser
ridículo para outro. Para o paradigma aristotélico, uma pedra caía porque estava voltando para o seu estado natural: o chão. Para um newtoniano, a pedra caí por causa da lei da gravidade. Duas explicações completamente diferentes para o mesmo fenômeno, ambas corretas, para suas visões da natureza.
O paradigma também demonstra que o cientista acredita em algo que não sejam apenas fatos. Os cientistas também têm fé e, de certa forma, um dogma: o paradigma. Claro que o dogma científico não é como o religioso, imutável, inquestionável. A história tem demonstrado que quanto mais aberto e flexível um paradigma, maior a sua sobrevivência.
Das três grandes revoluções do século passado, a psicanálise, o marxismo e o darwinismo, a que mais sobreviveu foi a última. Não porque fosse a mais científica, mas porque era a mais aberta, com mais possibilidade de aplicação em diversas áreas. Tanto que o paradigma Darwiniano já penetrou até mesmo na psicologia. A psicologia evolucionista procura explicar aspectos do comportamento humano através da teoria da evolução.
Ainda quanto à fé, gosto especialmente de uma das últimas cenas do filme Contato, quando a personagem de Judie Foster está sendo interrogada pelos senadores. Ela percebe que não tem como provar que realizou realmente sua viagem, mas, ainda assim, acredita. E ela
percebe que sua experiência não teve muita diferença da experiência religiosa de um padre. Ainda que céptica, ela tinha fé, uma crença.
Giordano Bruno não tinha como provar que a Terra rodava ao redor do Sol. Ainda assim morreu por sua crença. O que o difere, realmente, dos mártires dos primeiros anos do cristianismo?

O blog Papo de Quadrinhos colocou em destaque meu livro sobre roteiro e publicou uma entrevista comigo. Confira. Para comprar o livro, clique aqui.

Congozada

O bloco Congozada resolveu fazer um bingo para arrecadar dinheiro para a micareta (o que significa que eles não estão conseguindo vender abadás) e passou ontem das 14 às 22 horas com som alto, atormentando os moradores do bairro do Congós. Já não bastasse o Macapá Folia - sujando o rio Amazonas, agora os macapaenses ainda têm que aturar blocos em bairros residenciais. Cadê o Ministério Público?

domingo, janeiro 25, 2009


A morte do quadrinista Cláudio Seto causou grande comoção. Prova disso foram os artiogs e matérias publicados ou veiculados em vários veículos. Chegou a ter até mesmo matéria na TV Globo. No blog Baú da Grafipar eu fiz uma relação de alguns sites e blogs que falaram do assunto. Para conhecer, clique aqui.

Lixo que não é lixo


Depois de passar um tempo em Curitiba é qua a gente percebe o quanto de lixo reciclável a gente joga fora aqui em Macapá. Lá em Curitiba, o pessoal recolhe papel, vidro, plástico e metal e troca na prefeitura por mudas de flores, o que ajuda a deixar a cidade ainda mais bonita. Aqui, papel, plástico, metal... vai tudo para o lixo contaminar o ambiente. Já que o Roberto Góes está entrando com todo o gás, poderia pensar na possibilidade de implantar a coleta seletiva na cidade, fazendo, também uma usina de reciclagem. Fica a idéia.

sábado, janeiro 24, 2009

Pintor indiano descobre quadros falsos na própria exposição

Um dos principais artistas plásticos indianos afirma que ficou "atordoado e indignado" ao descobrir que várias de suas pinturas em uma exposição que ele estava inaugurando eram falsas. Leia mais
O Roberto Guedes (autor do ótimo A era de bronze dos super-heróis) divulgou meu livro sobre roteiro em seu blog. Confira.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Che

Uma das coisas que comprei em curitiba foi o álbum Che, de Héctor Oestherheld (roteiro) e arte de Alberto e Enrique Breccia. Essa HQ foi publicada na Argentina três meses após a morte do guerrilheiro. É item de colecionador, até porque a Conrad fez um belo trabalho, com uma edição em capa dura e boa impressão (embora o texto final não esteja correto ao afirmar que é a primeira vez que Oesterheld foi publicado no Brasil - algumas HQs dele foram publicada na revista Skorpio, da editora Abril, na década de 1970).
A arte dos Breccia é exuberante, mas o que mais me chamou atenção foi o roteiro. Oestherheld escreveu essa HQ em 1968, mas continua parecendo atual, em termos de narrativa. A história começa na Bolívia, narrando os últimos dias de Che e, no meio dessa narrativa, vão aparecendo os flash backs, que contam a história do guerrilheiro. além disso, o texto é poético e nada previsível. Não é à toa que muitos consideram Oestherheld o melhor roteirista de todos os tempos.

O resultado é uma HQ tão bela (embora totalmente parcial), que os militares não perdoaram. Mataram o roteirista e suas filhas. Da família, só sobrou a esposa e um neto. ¨Demos um sumiço nele por ter feito a mais bela história de Che que já foi escrita¨, disse um militar argentino.
Leia no Universo HQ uma ótima resenha do álbum.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

O meu amigo Renivaldo Costa concedeu uma entrevista ao blog Repiquete, da Alcilene Cavalcante. Confira.

Concurso no Papo de quadrinhos

O blog Papo de Quadrinhos está fazendo um concurso em conjunto a Andross Editora. Os participantes devem enviar um microconto (texto com até 600 caracteres incluindo espaços!) com temática de super-heróis para o e-mail papodequadrinho@gmail.com e concorrerão a livros. Os três melhores textos serão publicados no Papo de Quadrinho e submetidos a “júri popular” por meio de uma enquete. O prazo é dia 31 de março.

terça-feira, janeiro 20, 2009


O compadre Bené Nascimento postou em seu fotolog a capa que fez para a próxima edição da revista Mundo dos Super-heróis. O cara é fera, não é?

Roteiro para quadrinhos no Bigorna


O site Bigorna publicou uma nota com a notícia do lançamento do meu livro Roteiro para histórias em quadrinhos. Confira aqui e clique aqui para comprar o livro. Em breve no mesmo site sairá uma entrevista comigo. Como estava viajando, não tive tempo de divulgar, mas o livro, felizmente, está ganhando uma boa mídia espontânea.
Ah, para as pessoas que estão me escrevendo, perguntando como comprar, a resposta é: apenas com a editora. Só tenho o exemplar que me mandaram. Por enquanto, a venda é feita apenas no site, mas a Popmídia está negociando com o Submarino e com livrarias...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Homenagem a Cláudio Seto


O desenhista Cláudio Seto, desencarnado recentemente, será homenageado no Centro Cultural Japonês Tomodach, em Curitiba. Além de exposição de trabalhos dele, o desenhista será nome de uma das salas do Centro. Confira a notícia completa aqui. (Acima, eu, ao lado de um painél do Seto, na Gibiteca de Curitiba).

domingo, janeiro 18, 2009

Tolerância religiosa

O atual conflito entre Israel e Palestinos revela, entre outros aspectos, uma face preocupante: a intolerância religiosa. É lamentável que a religião, que deveria para unir os homens em torno dos idéais de amor e solidariedade, os separe e leve à guerra.
Os taoistas têm como lema respeitar todas as religiões. Dizem que em alguns templos taoistas existem altares com imagens das mais diversas crenças, com o objetivo de mostrar que são apenas estradas diferentes para o mesmo objetivo. Pensando nisso, fiz um altar em meu escritório com imagens de diversas religiões, do hinduismo ao cristianismo, passando pelo budismo e pela religião do antigo Egito (o deus Hórus). Seria ótimo se os crentes de cada religião pudessem conviver assim, em harmonia, como neste altar.

Mais Curitiba

Mais aventuras em Curitiba. O desenhista Antonio Eder (Manticore, Brichos) convidou eu e as crianças para jantarmos na casa dele e fez um show de mágica para as crianças (foto abaixo). Reparem atrás dele uma caixa cheia de revistas Kripta.

Depois do show de mágica, tiramos fotos. Legal o relógio que o Antonio customizou com um auto-retrato.

Quando era criança, o Antonio fazia aviões de guerra com papelão. O meu filho ficou fascinado com esse Stuka.

sábado, janeiro 17, 2009

Bookcrossing

Bookcrossing é uma iniciativa interessante de incentivo à leitura. Os participantes deixam livros em locais públicos, para serem lidos por quem quiser. Na contracapa do livro colada uma descrição do projeto e um pedido para que a pessoa abandone esse livro em um local público, para ser lido por outra pessoa. Para participar, a pessoa entra num site, cadastra o livro, imprime o aviso da contracapa e deixa o livro. O leitor que pegar a obra, faz um cadastro no site, de forma que se pode acompanhar a trajetória do livro. No Brasil, uma versão dessa iniciativa é o Livro Livre (http://www.livrolivre.art.br/). Vamos fazer isso em Macapá? Que tal um movimento de blogueiros?

O final da novela A favorita foi interessante. Embora alguns núcleos paralelos fossem bastante desinteressantes, o núcleo Flora-Donatela realmente surpreendeu pela profundidade psicológica. Acho que pela primeira vez numa novela uma psicopata foi mostrada como realmente é uma psicopata: uma pessoa aparentemente boa, que age por uma motivação não-racional, usando uma lógica distorcida e tendo como único objetivo da vida se dar bem e destruir a vida de outras pessoas. A cena em que Flora, na cadeia, diz que se chama Donatela é de arrepiar, pois isso seria típico de um psicopata.
Além disso, a novela teve a melhor abertura dos últimos tempos.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Enquanto isso, em Curitiba...

Passei os primeiros dias do ano em Curitiba. Foi uma oportunidade interessante de rever os amigos e visitar uma cidade que eu não via há sete anos. Para quem gosta de ler, Curitiba virou um paraíso. Além das ótimas livrarias, a cidade encheu de sebos. Aliás, sebos completamente diferentes daqueles que a gente está acostumado: tudo muito organizado, catalogado, e com muitos livros recentes. Pra se ter uma idéia, eu estava comentando com o José Aguiar sobre o álbum Che, de Oesterheld e Breccia e, quando viramos a esquina de um sebo, encontramos ele lá, em destaque na prateleira. Sem falar em algumas pechinchas, como livros do Ray Bradbury por cinquenta centavos! Bem, abaixo algumas fotos. Depois coloco mais. Essa foto eu tirei no estúdio do José Aguiar. Ao fundo o banner promocional do álbum Quadrinhofilia, do Zé, no qual participo em três histórias. À direita da foto, pouco acima da minha cabeça, o troféu HQ Mix que o Zé faturou esse ano, como melhor site de autor. O troféu é uma reprodução do personagem Samurai, de Cláudio Seto. O José me disse que foi uma honra ganhar esse prêmio justamente quando se homenageava o Seto, que foi seu professor e amigo.
Eu, na gibiteca, ao lado da banner da exposição do compadre Bené Nascimento. Bené foi tratado como super-star em Curitiba, com direito a ser recepcionado com banda e autoridades.


Eu, na gibiteca, ao lado da Maria Erótica, genial criação do mestre Cláudio Seto.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

A Kiara Guedes publicou um post, no seu blog Neste Instante ,muito interessante. Ela fala desse pessoal que deixa comentário no blog e acha que a gente tem obrigação de fazer o mesmo. Ou que nos linka e acha que temos a obrigação de linkar. Assim como a Kiara, eu só linko depois de conferir o conteúdo. Troca de links ou de comentários deve ser uma gentileza, não uma obrigação. Às vezes recebemos um link ou um comentário em época de correria e não há como retribuir naquele momento, por mais que o outro blog seja bom.
Bem, lendo o post da Kiara percebi que estava em dívida com ela. Ela tem um blog tão bom e eu nunca tinha comentado aqui. Vale uma conferida. Bons textos e ótimas poesias.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Alguém para colocar a culpa...

A piada que está rolando: os norte-americanos são tão racistas, mas tão racistas que, agora que o país está no buraco, colocaram um negro na casa branca só para poder colocar a culpa num negro.

Sempre a crise...

A crise econômica agora virou desculpa para tudo. Depois de um ano de record de vendas de carros, as fábricas estão demitindo em massa, usando como desculpa a crise econômica (a Renault dispensou mil pessoas em sua fábrica no Paraná). Agora o jornal O Globo resolveu acabar com s tiras cômicas usando a mesma desculpa: a crise.

A crise de 2008

2008 foi o ano da crise, uma crise financeira tão profunda e tão grave que, na opinião de alguns, é equivalente ao crash de 1929. Essa crise parece ter sido não só na economia, mas no meio-ambiente e até mesmo na cultura.
No Brasil, tivemos a tragédia em Santa Catarina, que matou dezenas de pessoas e deixou milhares sem casa. Muitos cientistas dizem que os acontecimentos de Santa Catarina estão diretamente relacionados ao aquecimento global, que foi tema da minha primeira colaboração com o especial de final de ano. Em 2005, o destaque era a seca do rio Amazonas, agora é a enchente em Santa Catarina. Nesses quatro anos, a situação do aquecimento global só piorou e pouca coisa foi feita de concreto para reverter a situação. A Amazônia foi mais devastada do que nunca e Bush ainda continua com sua política de ignorar tratados, como o Protocolo de Kioto.
2008 foi o ano da crise e essa crise parece ter se estendido à área cultural.
O filme Espartalhões, de Jason Friedberg e Aaron Seltzer simbolizou bem o espírito desse ano de crise: sátira do filme 300, baseado na HQ de Frank Miller, Espartalhões é o ponto mais baixo do humor. Quando um filme todo só vale pela coreografia dos espartanos cantando I´ll survive, é porque o fim dos tempos está próximo. Ao assistir as tentativas insanas dos diretores de fazer humor com líquidos corporais e nojeiras, é inevitável uma saudade dos tempos de boas sátiras, como Apertem os cintos, o piloto sumiu.
Na área de quadrinhos, tivemos a morte de três grandes mestres brasileiros: morreram Gedeone Malagola, Cláudio Seto e Eugênio Colonnese.
Malagola criou um dos mais famosos super-heróis brasileiros, o Raio Negro. Entre histórias de super-heróis, de terror e até infantis, ele escreveu ou desenhou mais de duas mil histórias.
Colonnese era italiano, mas radicou-se no Brasil na década de 1960, onde especializou-se em histórias de terror e guerra, embora tenha emprestado seu traço aos mais variados gêneros. Sua personagem Mirza é considerada a primeira mulher-vampiro dos quadrinhos, sendo anterior, inclusive à norte-americana Vampirella.
Cláudio Seto, descendente de japoneses, foi um dos primeiros a produzirem mangás no Brasil. No final dos anos 1960 ele criou o personagem O Samurai, uma inovação num país que desconhecia quase que completamente a cultura oriental. Também era especialista em erotismo. Sua personsagem Maria Erótica enfrentou a censura da ditadura. Militares chegaram a invadir a editora para prendê-lo, mas, como não o encontraram, levaram os originais de Maria Erótica e os deixaram presos em uma cela. No final dos anos 1970, Seto capitaneou a editora curitibana Grafipar, que fez grande sucesso e atraiu os melhores roteiristas e desenhista da época. A capital paranaense chegou a ter uma vila de quadrinistas graças ao trabalho de Seto.
A morte desses três quadrinistas deixou o quadrinho nacional órfão de alguns dos seus mais importantes talentos.
Mas nem tudo está perdido. Barack Obama foi eleito presidente dos EUA (e espera-se que ele seja em tudo oposto a Bush) e 2008 até que teve alguns destaques positivos em termos culturais.
O primeiro que nos vem à mente é o ótimo filme Batman, o cavaleiro das trevas, de Christopher Nolan. Não é a melhor adaptação de uma história em quadrinhos. Esse posto é disputado pelo Superman de 1978, de Richard Donner e pelo Homem-Aranha 2, de Sam Raimi. Mas o Cavaleiro das Trevas levou os filmes de super-heróis a um novo patamar, inclusive psicológico, tornando-se, desde já, um clássico.
Um livro obrigatório para quem gosta de quadrinhos é o A era de bronze dos super-heróis, de Roberto Guedes (HQM). A era de bronze é um período que vai do final dos anos 1960 a meados da década de 1980. Nessa época, os fãs de quadrinhos começaram a trabalhar nas editoras e revolucionaram o mercado com histórias que falavam diretamente aos jovens. A maioria dos leitores que tem mais de 30 anos começou lendo histórias da era de bronze e é fascinante descobrir detalhes sobre os gibis que marcaram a nossa infância. É um livro único no mundo.
Outra boa iniciativa de 2008 foi a coleção Cinemateca Veja, uma coleção tão boa quanto a revista é ruim. De fato, apesar do arroz de festa Titanic, a coleção traz filmes que merecem ser assistidos, que marcaram profundamente a indústria cinematrográfica.
Para mim foi uma surpresa redescobrir A morte pede carona, escrito por Eric Red, com direção de Robert Harmon . Para quem nunca assistiu ao filme, é a história de um garoto que dá carona para um psicopata e, quando vai ser morto, o empurra na estrada. Ele continua normalmente a viagem, até ver um carro passar por ele com uma família. O desespero toma conta do rapaz ao descobrir que o psicopata está lá dentro, no banco traseiro, brincando com as crianças. Ao tentar avisar o motorista, ele quase bate num ônibus. A sequência em que o rapaz encontra o carro da família é uma aula de cinema. Um plano mais aberto mostra ele olhando para o vidro e depois a câmera dá um plano detalhe no tênis do garoto, com o sangue pingando nele. A partir daí, o garoto passa a ser perseguido pelo psicopata num jogo de gato e rato que nunca acaba.
Assisti esse filme quando era jovem e, por essa razão, ele ficou na minha mente como um triller adolescente. Ao assitir novamente, percebi que A Morte pede carona é um curioso estudo psicológico de uma relação doentia. Até hoje, muitos anos depois, impressiona.
A coleção ainda traz vários outros filmes obrigatórios, como Um convidado bem trapalhão, humorístico campeão das sessões de sábado na Globo, e que um figurante indiano (Peter Sellers) destrói uma festa de granfinos. O filme junta hippies, protestos, um elefante pintado, espuma, um banheiro sendo destruído... Caramba, hoje em dia um filme desses nunca passaria do projeto.
Na música, o disco Vou tirar você desse lugar, homenagem a Odair José, foi o grande destaque. A proposta era inusitada: colocar músicos envolvidos com o rock ou com o alternativo para fazer versões das músicas do rei do brega. O resultado ficou muito bom. É surpreendente descobrir que, por trás dos arranjos bregas, há boas letras, como ¨Eu queria ser John Lennon¨, que ganha no disco uma vesão inpiradíssima do grupo Colúmbia. A coletâne também teve a participação de famosos, como Paulo Miklos, Pato Fu e Zeca Baleiro.
No cinema, 2008 trouxe ainda duas boas surpresas. A primeira foi a volta de M. Night Shyamalan, com Fim dos Tempos, que parece ter reaprendido a fazer bons filmes de suspense depois do fiasco de A dama da água. Outro foi Wall-E, a mais recente animação da Pixar-Disney, um belíssimo filme.
Curiosamente, tanto Wall-E quanto Fim dos tempos falam do mesmo assunto: da crise ambiental provocada pela poluição e destruição da natureza. Quem sabe os livros de história, no futuro, digam que a grande crise de 2008 não foi econômica, mas ambiental...

domingo, janeiro 11, 2009


O namoro do novo presidente norte-americano com o mundo dos quadrinhos continua. Como Obama declarou que era fã e colecionador dos gibis do Homem-aranha, a Marvel resolveu fazer uma história homenagem. A informação é do blog do amigo Don lay.

sexta-feira, janeiro 09, 2009


Tem capítulo novo no blog do Galeão. Confira.

Comprei a revista MAD número 9. Esse número marca a entrada no time de vários autores nacionais, entre eles o meu amigo cartunista Érico San Juan, que assina o texto principal, sobre o natal da Mabrisa (!). Entre os novos colaboradores, alguns se encaixaram bem no estilo da revista, como o Márcio Baraldi. Outros, apesar de fazerem um bom trabalho, como o Marcatti, parecem não se encaixar tão bem. Em todo caso, a revista está valendo a pena.
Aproveitando, um vídeo da Maisa:

quarta-feira, janeiro 07, 2009

O site Digestivo Cultural, um dos mais importantes do país, publica todo final de ano, artigos de seus articulistas sobre o melhor e o pior do ano. Meu texto, A crise de 2008, foi publicado hoje, e pode ser lido aqui.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Música do dia



FORÇA ESTRANHA
Eu vi o menino correndo, eu vi o tempo
Brincando ao redor do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho e acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada e eu nunca passei
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou para eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou
Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz tamanha
Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
O tempo não pára e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo do fogo, das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão
Eu vi muitos homens brigando, ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
E a coisa mais certa de todas as coisas não vale um caminho sob o sol
É o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol...


A primeira vez que ouvi essa música foi com minha mulher (então namorada) cantando para mim, de modo que não consigo ouvi-la sem lembrar dela, especialmente na parte que diz ¨Eu vi a mulher preparando outra pessoa¨.

A currutela está aumentando...

Quem der uma olhada no blog da Alcinea, vai descobrir até que ponto está chegando a terra sem lei que é Macapá. Um sujeito instalou uma barraquinha de sorvete na Cândido Mendes, perto do Teatro das Bacabeiras e ainda distribuiu cadeiras pela calçada, atrapalhando os pedestres. Logo essa calçada vai estar totalmente tomada, como já acontece em alguns outros pontos da Cândido Mendes, e os pedestres vão ter que andar na rua, disputando lugar com os carros... Confira imagem aqui.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Meteoro pela HQM


2009 começou com boas notícias para o amigo Roberto Guedes e para os leitores. O personagem Meteoro, criação dele, vai ser lançado em álbum pela HQM. Roberto é o roteirista mais brasileiro mais gabaritado para criar um super-herói, pois entende tudo do gênero. Confira mais sobre o lançamento e sobre o personagem clicando aqui.

sábado, janeiro 03, 2009

Logan's run - fuga das estrelas

Existem obras que nos marcam para o resto da vida. No meu caso, uma obra fundamental foi Longan’s run (Fuga do século 23), um filme de 1976, dirigido por Michael Anderson, posteriormente transformado em série televisiva. Não lembro de ter visto ao filme, mas eu devorava a série todas as tardes e era muito raro perder um episódio.
Longan’s run conta a história de uma cidade hermeticamente fechada onde as pessoas vivem para o prazer. Mas há um porém. Ao chegarem aos 30 todos precisam ser “renovados”. A renovação acontece durante um evento chamado carrossel em que as pessoas, flutuando no ar, são atingidas por raios que, supostamente teriam a capacidade de renová-los. Na verdade, as pessoas são mortas e para dar lugar a crianças.
Para cada criança que nasce, uma pessoa deve morrer. A estratégia é uma forma de controle populacional imposto pelas máquinas que governam a cidade e convencem os cidadão de que 30 anos é idade máxima que se pode viver. Logan é um patrulheiro, uma das pessoas que perseguem e matam os que tentam fugir da renovação no carrossel.
Aí há algumas diferenças entre o filme e o seriado. No filme, Logan e uma jovem chamada Jéssica conseguem fugir, mas se deparam com um mundo destruído por uma guerra nuclear. Depois de muito caminharem, chegam em Washington, onde encontram um velho. Eles voltam para a cidade, que acaba sendo destruída e termina com os seus jovens habitantes ao redor do velho, admirados com um tipo de pessoa que nunca haviam visto.
No seriado, Jéssica e Logan fogem, ajudados por um andróide e são perseguidos por patrulheiros. Em suas andanças à procura do Santuário, um local paradisíaco, onde as pessoas vivem felizes, sem terem de morrer aos 30 anos, eles se deparam com os mais diversos tipos de perigos, de uma sociedade religiosa fundamentalista a uma casa mal-assombrada (é, às vezes os roteiristas viajavam um pouco...).
Minha idolatria pela série fez com que eu encontrasse uma ressonância em obras distópicas, como 1984, de George Orwell, Admirável Mundo Novo, de Adous Huxley e Farenheith 451, de Ray Bradbury e isso talvez explique porque eu gostei tanto desses livros. Em todos eles havia a concepção de uma sociedade despótica em que não eram as próprias pessoas que decidiam sobre seus destinos.
Nesse sentido, Logan’s run me ajudou a definir minha filosofia política. Eu percebi que os sistemas autoritários surgem geralmente respaldados pelos cidadão comuns.

Em Logan’s run foram as próprias pessoas que colocam o controle nas mãos das máquinas, pois isso era mais cômodo, já que as máquinas providenciavam tudo que se necessitava, podendo as pessoas viveram apenas para o prazer. Em sociedades desse tipo, em que as pessoas colocam o controle de suas vidas nas mãos de outros, esses que governam conseguem impor o que quiserem. Os habitantes da cidade dos Domos achavam que morrer aos trinta anos era algo absolutamente normal porque era isso que a as máquinas diziam. A figura dos patrulheiros também é interessante pois, embora também sejam vítimas desse sistema (também eles devem morrer aos 30 anos), eles o defendem com unhas e dentes. Tanto no filme quanto no seriado, Logan e Jéssica são perseguidos por um patrulheiro, totalmente cego a tudo que vê, pois só consegue obedecer à sua programação. Da mesma forma, todo regime autoritário só existe porque tem à sua disposição a tigrada, aqueles que obedecem cegamente ao ditador, mesmo que sejam vítimas dele.
Outro aspecto interessante é observar uma sociedade formada exclusivamente por jovens (há uma cena em que uma garotinha vê a personagem Jéssica, de 24 anos, e diz que ela é uma velha bonita) em um filme lançado no auge do movimento hippie.
No filme, as pessoas, quando querem sexo, entram no circuito, que permite escolher qualquer outra pessoa que esteja no circuito (uma antecipação dos chats eróticos?) e há a loja do amor, onde qualquer um pode se relacionar com qualquer um. Ao fugirem, Jéssica e Logan redescobrem as sociedades antigas e as uniões estáveis e decidem que serão marido e mulher e terão filhos. Seria uma espécie de auto-crítica da geração do amor livre? Como um jovem refletindo sobre suas mais importantes questões, a série não dá respostas. Se no filme, Jéssica e Logan tornam-se um casal (amável esposa, amável esposo), no seriado os dois fogem juntos, mas não fica claro a relação entre os dois. Ou seja, a série é mais um reflexão sobre um comportamento do que uma censura do mesmo.
O filme também antecipa toda a discussão ecológica sobre o aquecimento global. Numa sociedade em que restauram poucos recursos naturais, a solução encontrada é o controle populacional e o reaproveitamente dos recursos (creio que esqueci de mencionar que as pessoas mortas no carrossel são secretamente transformadas em comida para o mais jovens).

A presença do andróide REM também permite interpretações interessantes, pois embora Logan e Jéssica estejam fugindo da ditadura das máquinas, eles estão sendo ajudados por uma máquina. Seriam o andróide um espião, infiltrado entre eles apenas para destruir o santuário quando o encontrarem? A série nunca deixou isso claro, mas o fato deu origem a situações interessantes que quebram com o maniqueísmo: o amigo pode também ser o inimigo. Aquele que parece simpático pode ser a maior ameaça.
O seriado nunca mostrou os personagens chegando ao santuário, o que foi um decepção para alguns fãs, mas por outro lado deixou em aberto a situação, permitindo que cada um visualize o santuário a seu modo. O santuário, assim, passou a significar menos um local e muito mais um sentimento de esperança de que o homem um dia consiga encontrar uma maneira de viver sem ser dominado por regimes autoritários, em que cada pessoa viva feliz, sendo responsável e livre para fazer suas próprias escolhas.
Embora Logan’s run tenha permanecido no limbo durante muitos anos, Hollywood redescobriu a história e tem se falado muito em uma refilmagem, inclusive com direção de Brian Singer (Superman). Espera-se que nessa nova versão a riqueza da história seja preservada, e que o filme não seja transformado em mais um filme em que a ação se sobrepõe à reflexão.