terça-feira, outubro 15, 2024

Os estóicos

 


Um dos principais representantes da corrente filosófica estoicismo, na Grécia antiga, foi o escravo Epíteto.
Como escravo, Epíteto deparava-se com um problema que dizia respeito diretamente à sua felicidade. Ao pensarmos na relação senhor-escravo, todos imaginam imediatamente que o senhor será feliz e o escravo infeliz. Afinal, o senhor tem tudo o necessário à felicidade: as melhores comidas, as melhores roupas, os mais variados divertimentos... e não precisa trabalhar. Já o escravo não tem nada, nem mesmo o seu próprio corpo, que pertence ao senhor.
Como o escravo poderia ser mais feliz que o seu dono? Isso seria possível?
O filósofo resolveu a questão através de uma inversão de valores. Para ele, o que nos deixa felizes não são as coisas que temos, mas o significado que damos a elas. Por exemplo, se um belíssimo carro nos lembra uma pessoa querida, que morreu, esse carro será fonte não de alegrias, mas de tristezas.
Para Epíteto, o que nos torna felizes é a forma como encaramos aquilo que nos ocorre. Assim, devemos distinguir entre as coisas que podemos mudar e aquelas que não podemos mudar. Entristecer-se ou preocupar-se com algo que não podemos mudar, é tolice.
Esse ponto de vista foi expresso na frase: “Deus me dê paciência para agüentar aquilo que não pode ser mudado, coragem para mudar aquilo que pode ser mudado e principalmente sabedoria para distinguir um do outro”.
Mas os estóicos não só propunham paciência para aquilo que não pode ser mudado. Na verdade, os infortúnios podem ser fonte de felicidade, dependendo do sentido que se dá a isso. Se tudo que tenho é minha roupa do corpo, mas amo essa roupa, ela é fonte de felicidade. Essencialmente, o que importa é a atitude mental. “Se sou forçado a morrer, porém não entre gemidos, a ir para a prisão, mas não em meio a lamentações, a sofrer o exílio, mas o que impede que seja alegremente e de bom humor?”, dizia Epíteto.
Para ele, o que nós realmente possuímos não são os bens, os amigos, a saúde, nem o nosso próprio corpo, mas apenas o uso de nossas representações, o significado que damos às coisas que nos ocorrem, pois ninguém pode nos forçar a um uso que não desejamos.
Assim, para estóicos, devemos passar pelos momentos tristes da mesma forma que passaríamos pelos alegres.
É tolo aquele que no dia de sol, reclama de calor e num dia de inverno, reclama do frio. Sábio é aquele que sabe usufruir o melhor tanto do inverno quanto da doença.
Curiosamente, o estoicismo, uma filosofia que tinha como um dos principais representantes um escravo, foi adotado por pessoas ricas e poderosas. O imperador Marco Aurélio (que aparece no filme Gladiador) foi um dos mais importantes adeptos do estoicismo.

Características da informação

 


 

A informação tem como característica a possibilidade de ser transportada, armazenada e traduzida.

Na maioria das vezes em que estabelecemos uma comunicação, estamos transportando informação (Há certa controvérsia sobre isso. Alguns autores dizem que a informação não é uma propriedade da mensagem e, portanto, pode haver mensagens sem informação. É o que acontece, por exemplo quando usamos a função fática da linguagem, cujo objetivo é testar o canal, como quando, por exemplo, indagamos; “Você está ouvindo?”).
              O transporte da informação pressupõe a existência de um canal.
              Imaginemos uma situação. Sei que a mãe de um amigo morreu e devo informá-lo do acontecido. Posso procurá-lo e repassar diretamente a ele a mensagem.  Nesse caso, a informação foi transportada através de ondas sonoras. Posso, no entanto, utilizar outros canais. Posso telefonar, ou mandar um e-mail ou uma carta.
              Cada canal tem o seu custo de transmissão de mensagem. Em alguns, o custo é maior, em outros, menor (isso inclusive é verificável em termos financeiros. Se a ligação for para um telefone comum custará menos que uma ligação para um celular). O custo do canal se relaciona muito com a vulnerabilidade do mesmo aos ruídos.
              A informação também pode ser armazenada. Antigamente, a única forma de armazenar a informação era guardá-la em nossa mente. Com a invenção da escrita, foi possível armazenar as informações em livros. Criou-se a memória externa, o grande passo da humanidade na direção da evolução tecnológica, pois as novas gerações estavam dispensadas de lembrar todos os conhecimentos das gerações anteriores e podiam utilizar sua capacidade mental para criar coisas novas.
              Por fim, a informação pode ser traduzida.
              Ao transportar a informação, utilizamos um código para que a mesma possa ser compreendida pelo receptor.
O processo de tradução da informação é muito óbvio quando se trata de transferir uma mensagem de uma língua para outra (um texto do inglês para o português, por exemplo), mas utilizamos a tradução da informação em diversas situações de nosso cotidiano.
Quando dizemos “A casa está pegando fogo”, estamos traduzindo a informação visual para o código lingüístico.

Por outro lado, a pessoa, quando recebe a informação, a decodifica, a frase “A casa está pegando fogo”, transforma-se, em sua mente, na visualização da casa em chamas.  Esse fenômeno é bem explicado pela semiótica. 

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