No número 136 de The Uncanny X-men, a Fênix Negra volta para
a terra após destruir um sistema solar e um cruzador do império Shiar.
O capítulo não poderia ter título melhor: “Filha da Luz e
das trevas”. O título expressa perfeitamente a dualidade de uma personagem que
é, ao mesmo tempo, luz (Jean Grey) e trevas (a Fênix Negra), além de deixar
claro que ambas fazem parte do mesmo ser.
Aliás, vale a pena comentar a splash page de abertura, com a
fênix envolvendo o planeta Terra em suas garras a terra, transformando-a em uma
bola de fogo. A cena, espetacular, mostra como Byrne e Claremont conseguiam
manejar a narrativa para criar suspense e gerar ainda mais expectativa dos
leitores.
Ao voltar à terra, a Fênix visita seus pais, com os quais
tem um diálogo repleto de nuances, que ficam explícitos nos balões de
pensamento. Se por um lado, a personagem está feliz em voltar para a família,
por outro, a ocasião a aborrece. Essa variação entre uma e outra, a luz e as
trevas, é demarcada perfeitamente por John Byrne e Terry Austin não só neste,
mas em outro momento, quando ela conversa com Scott. Só de olharmos a imagem
sabemos exatamente quem está no comando.
O ponto alto disso é quando Jean fala com Cíclope: “Eu...
tenho fome. Sinto falta de uma alegria... de um êxatase incompreensível. Essa
necessidade também é parte de mim... ela me consome”. E, na imagem, vemos o
rosto de Jean no meio das trevas criadas por sua cabeleira, como se a
personagem estivesse perdida em meio ao seu lado sombrio.
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