quinta-feira, agosto 24, 2017

O menino amarelo

   
Yellow Kid, de Richard Outcault, que foi publicado, pela pri­meira vez, em 1894, no jornal “New York World”. Nome do prêmio mais ambicionado da área de quadrinhos, “Yellow Kid’ na verdade, não é a primeira HQ do mundo. Aqui mesmo no Brasil, já existiam os trabalhos de Henrique Fleiuss (1861) e Angelo Agostini (1869). Entretanto, a obra de Ri­chard Outcault foi a pri­meira a ter uma reper­cussão mundial e a fir­mar as histórias em qua­drinhos como um meio de comunicação de massa.
“Yellow Kid” era pu­blicada numa página do­minical em cor amarela. Aliás, o amarelo surgiu na história por uma simples necessidade gráfi­ca: para testar a repro­dução dessa cor no jornal. O sucesso alcançado pelo personagem foi, cer­tamente, além das expectativas. Mi­lhares de leitores começaram a comprar os jornais, aos domingos, só por causa daquele garotinho simpá­tico, que passava suas mensagens em inglês infantil, escrito num camisolão. Ainda não existia o balão.
Há algumas controvérsias quanto ao surgimento do balão. Alguns autores dizem que ele surgiria no próprio Yellow Kid, outros afirmam que ele só foi surgir dois anos mais tarde, com “Os sobrinhos do capitão’ de Rudolf Dircks. O sucesso desses dois capetinhas pode ser avaliado pe­lo fato de que, até a década de 70, eles tinham sua própria revista no Brasil - um verdadeiro prodígio para garo­tinhos de 90 anos! Entretanto, independente de terem sido os Sobrinhos do Capitão ou Yellow Kid a usar o balão, o fato é que já na Idade Média se usava balões em tapeçarias.
O sucesso das HQs, no final do século XIX, fez com que os editores de jornais corres­sem atrás de artistas para produzi­rem páginas dominicais. Foi nessa onda que surgiu uma das mas lindas histórias de todos os tempos: “Peque­no Nemo no pais dos sonhos” Winson MacCay.
McCay era um fascinado pelas his­tórias oníricas. Antes de criar o pe­queno Nemo, já havia feito vários personagens sonhadores, entre eles uma série que focalizava os pesade­los provocados pelo excesso de comi­da. Mas “Pequeno Nemo” acabou. sendo a sua grande obra — nela ele juntou uma paisagem maravilhosa­mente estilizada com uma antevisão do surrealismo.
As histórias do garoto Nemo começavam e terminavam em uma pá­gina. Numa delas as pernas da cama ganham vida e começam a andar pe­la cidade — para desespero de Nemo, que acaba caindo. O último quadrinho mostra o garoto caído no chão do seu quarto. Como sempre, era só um so­nho.

A história começava com o garotinho dormindo e acabava com ele acordan­do, sem que houvesse uma divisó­ria muito nítida entre a realidade e o sonho. “Pequeno Nemo” foi a primei­ra história em quadrinhos a ser expos­ta no Museu de Arte de Nova York.

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