A cabanagem foi uma das revoltas mais
interessantes da história do Brasil não só por ter chegado ao poder (e se
mantido no poder por aproximadamente um ano), mas principalmente por sua
amplitude: quando o movimento foi derrotado em Belém, a revolta, ao invés de
ser sufocada, se espalhou por praticamente toda a região Amazônica.
Os cabanos chegaram em Mazagão, no Amapá e até
em Manaus, no Amazonas (onde tomaram o governo).
Contribuiu muito para isso o fato da região ser
tomada por pequenos igarapés, que facilitavam muito o movimento dos cabanos. As
canoas eram amarradas uma na outra, o que aumentava em muito a velocidade
desses grupos chamados de magotes. E, quando passavam por grandes fazendas,
libertavam os escravos, muitos dos quais se uniam ao magote.
Se por um lado a revolta se espalhava, a
repressão também. O brigadeiro Andrea, enviado pelo governo regencial para
acabar com a cabanagem e chamado de pacificador não tinha a menor preocupação
com vidas. A ordem era matar. Assim, soldados atiravam em ribeirinhos suspeitos
de terem dado acolhida aos cabanos.
Estima-se que um terço da população da Amazônia
tenha perecido durante todo o período da cabanagem.
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