domingo, março 24, 2024

Fundo do baú - Todo mundo odeia o Chris

 


Em 2005 estreou a série Todo mundo odeia o Chris. Baseada na infância do criador da série, o comediante Chris Rock,  o nome era uma sátira de um outro seriado conhecido na época, “Todo mundo ama o Raymond”.

O protagonista é Chris, um garoto negro, vivendo a transição entre a infância e a vida adulta no Brooklin, em Nova York. A série se destaca pelo humor ácido, pelos comentários do narrador (dublado pelo próprio Chris Rock) e pelas sequências em que ele explica algo, muitas vezes com resultados surreais.

 Os personagens são marcantes: a mãe, pobre, mas soberba, que perde a paciência por qualquer coisa, morre de medo de um dos filhos engravidar uma garota e acha que xarope cura tudo; o pai sovina, que trabalha em dois empregos e faz de tudo para economizar; a professora que, sem perceber, é constantemente racista; o ladrão que invariavelmente rouba Chris (e o chama de “o cara que mora bem ali”).

Embora more num bairro negro, Chris estuda numa escola com alunos majoritariamente brancos, o que invariavelmente leva a situações complicadas. O nome da escola é um das referências pop do seriado e ótimo exemplo do humor ferino: Corleone é o nome da família mafiosa do filme O poderoso Chefão. Seu melhor amigo é um nerd, Greg, com pouca noção de realidade – ele, por exemplo acha que qualquer garota que interaja com Chris está interessada nele (“Ela está tão na sua, cara!”).

As situações vividas pelo protagonista e sua família são as mais extravagantes possíveis. Em um episódio, Chris recebe a tarefa escolar de cuidar de um ovo como se fosse seu filho, o que faz com que sua mãe use a situação para prevenir que ele traga de fato uma criança para casa acordando-o durante a madrugada com a alegação de que o ovo-bebê está chorando. Em outro episódio, o pai Julius compra uma grande quantidade de linguiça na promoção, o que acaba se tornando um problema, já que a caçula Tonya se recusa a comer o alimento, para revolta da mãe Rochelle. Ao contrário dos sitcons convencionais, o protagonista quase sempre acaba se dando mal.

Ironicamente, o público amou Chris. A série fez sucesso nos EUA, ganhou prêmios e se ganhou diversos elogios da crítica. Quando começou a ser exibida no Brasil pela Record tornou-se uma verdadeira febre, a ponto da emissora usá-la como Coringa: sempre que precisa aumentar o ibope de determinado horário, coloca Todo mundo odeia o Chris.

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