terça-feira, março 26, 2024

Monstro do Pântano – O fim

 


Sempre que leio a edição 50 de Swamp Thing, eu me lembro da música Trem das Sete, de Raul seixas (“Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais”). A razão é que Rauzito, da mesma forma que Alan Moore, usou a arte como metáfora para discussões transcendentais e filosóficas. E, de certa forma, ambos contam a mesma história. Assim, começo a resenha por essa dica de trilha sonora para a história que talvez represente o ponto alto de toda a série do Monstro do Pântano.

Na edições anteriores, a sociedade secreta Brujeria forjara uma pérola de medos e a enviara no bico de um corvo. O objetivo é acordar uma antiga entidade capaz de destruir o paraíso. O que emergira do oceano primordial era alto tão imenso que parecia uma enorme montanha. Como resultado, dois exécitos se posicionam: de um lado os que defendem a criatura, do outro, os que a combatem, incluindo demônios, como Etrigan (“Frente ao que se aproxima, eles têm tanto a perder quanto nós. Mesmo o inferno tem uma situação estabelecida”, explica o Monstro do Pântano).

A ameaça que se aproxima é incomensurável grande. 


Na terra, magos reunidos por John Constantine tentam canalizar suas energias para os combatentes, tendo Mento como guia (“Será que vocês não entendem? Não podemos enfrentar aquilo! É maior do que conseguimos imaginar, nos deixa insignificantes!”, descreve ele).

A criatura percebe que está sendo vigiada e reage. Um a um, os magos reunidos por John Constantine começam a morrer queimados, mas eles continuam agindo (o encanto exige que não se quebre a corrente, de modo que os que estão do lado dos que morreram precisam continuar segurando sua mão).

Os magos são mortos um a um. Quem será o próximo? 


Desse modo, Moore une duas tramas paralelas: os exércitos na periferia do inferno e os magos, cada um com seu nível de suspense e drama, de modo que é quase impossível parar de ler... até porque a ameaça literalmente cresce a cada minuto. Os magos só conseguem ter uma visão melhor da criatura quando Espectro cresce a um tamanho inimaginável e consegue agarrá-la. “Agora ele enxerga a criatura inteira. É como uma... uma lesma em carapaça de besouro. Um capuz de osso, do tamanho de um continente, protege a cabeça preta e cega”, descreve Mento.

Espectro é o único que consegue ter noção do tamanho da criatura. 


Um a um os heróis são absorvidos pela criatura: Etrigan, Espectro, Senhor Destino... a cada um ela faz uma pergunta, e todos eles são simplesmente cuspidos para fora. O único que entra espontaneamente é o Monstro do Pântano, e para sua surpresa, o conselho do Parlamento das Árvores, que ele até então achara inútil, é o que resolve tudo.

Não vou dar spoilers, mas posso dar uma dica sobre o final: ouça a música de Raul Seixas.

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