quinta-feira, setembro 07, 2017

Como foi a prisão de Eichmann?


Eichmann foi descoberto na Argentina graças à amizade de seu filho Klaus com Sylvia Hermann, cujos avós haviam sido mortos em um campo de concentração. Sem saber que a moça era de origem judia, ele lhe disse que seu pai era um oficial nazista e que era uma pena que Hitler tivesse sido impedido de cumprir sua missão. Ele se apresentou como Klaus Eichmann, mas se recusou a dar o endereço, mas a jovem acabou descobrindo.
No começo o diretor da Mossad (polícia secreta israelense) não acreditou na história, mas depois outros fatos mostraram que aquela podia ser realmente a pista do criminoso nazista.
Assim, foi enviado à Argentina o agente Zvi Aharoni, que se juntou a voluntários locais para pesquisar o paradeiro de Eichmann. Foram na rua indicada pela menina, mas descobriram que os alemães já haviam se mudado. Mas perguntando para os moradores eles descobriram que numa oficina mecânica ali perto trabalhava um rapaz chamado Dito. Eles desconfiaram que poderia ser Dieter, filho mais novo de Eichmann.
Sabia-se que Eichman estava usando o nome falso Ricardo Klement, assim o agente mandou um rapaz na oficina conversar com Dito. O rapaz voltou desconsolado: “Nós nos enganamos. O sobrenome dele não é Klement, é Eichmann”.
Essa era a pista que precisavam.
Em 24 de abril de 1960 começaram a chegar na Argentina os agente que fariam parte da operação. A idéia era sequestrá-lo e prendê-lo em uma casa até que pudessem sair com ele num avião comercial da El Al que traria o ministro do Exterior Isralense para as comemorações dos 150 anos de independência da Argentina.
O Mossad descobriu que todo dia Eichmann descia do ponto de ônibus às 19:40, vindo do trabalho e acharam que esse era o melhor momento para sequestrá-lo.
Um dos agente ficou junto a um carro, fingindo mexer no motor, os outros ficaram espalhados pelas proximidades.
Quando o alemão passou por ali, foi chamado pelo homem do carro e, quando se virou, foi dominado. Os carros, então tiveram as placa normais trocadas por placas azuis de carros diplomáticos.
Eichmann foi mantido em um cativeiro até o dia da viagem de volta do avião da El Al. Ele foi vestido com uma roupa semelhante à tripulação do avião e dopado com uma droga que o impedia de falar, mas permitia que andasse, desde que amparado. Os agente também se vestiram como funcionários da empresa de avião. Para quem visse, tratava-se de um funcionário doente sendo amparado pelos colegas.
Eichmann foi apresentado a um tribunal israelense e acusado de crimes contra a humanidade e contra o povo judeu. Em 15 de dezembro, o veredito: morte por enforcamento. Antes de ser enforcado ele disse: “Longa vida à Alemanha. Longa vida à Áustria. Longa vida à Argentina. Esses são os três países com os quais tive laços mais próximos”. 
A Argentina protestou contra a quebra de sua soberania e chegou a pedir Eichmann de volta, mas acabou desistindo e os dois países assinaram um acordo de “simpatia mútua”.


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