Decadence foi
produzida para ser uma espécie de manifesto do novo tipo de horror que e Bené estávamos
introduzindo no Brasil.
Depois de uma rejeição
inicial de alguns editores mais tradicionais, tivemos a ideia de produzir uma
história em quadrinhos que criticasse a abordagem clássica do terror e
propusesse em seu lugar algo novo e mais visceral.
Alan Moore era homenageado na história. |
Ou seja: tinha que ser
uma crítica, uma declaração de princípios e, ao mesmo tempo, uma história em quadrinhos
que fizesse sentido, com início, meio e fim.
Quebramos a cabeça
durante dias ea ideia no final acabou vindo tudo num sonho. Eu costumo sonhar
com roteiros (na maioria das vezes é como se eu estivesse dirigindo um filme),
mas nunca tive um sonho como aquele. Sonhei com tudo: o texto, os diálogos e
até a diagramação. Quando acordei, peguei rápido papel e fiz um story board de
palitinho e coloquei o texto em cima.
A HQ homenageava o
personagem John Constantine, que andava pela cidade sendo perseguido por
monstros clássicos e conseguia se livrar deles sem fazer absolutamente nada.
Bené adorou a história
e seguiu à risca o lay-out. Difícil foi só explicar para ele os meus “desenhos”.
Essa história foi publicada na revista Mephisto
– terror negro número 4 e foi um sucesso. A publicação tinha uma tiragem de 30
mil exemplares e vendia 40%. Quando saia uma história minha e do Bené, as
vendagens quase dobravam.
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