Uma das características que fazem de Valerian
algo totalmente diferente de outras séries de ficção científica é a humanidade,
filosofia e poesia das histórias. Como diz o roteirista Christin, “Mesmo que a
aventura renda sempre uma leitura agradável, o verdadeiro tema é a reflexão,
antes da ação”. Exemplo perfeito disso é o álbum Bem-vindos a Alflolol.
Na história, os dois aventureiros espaciais,
Valerian e Laureline, estão visitando um planeta repleto de recursos naturais
que estão sendo explorados pelos terrestres. É quando se deparam com uma nave
ancestral. Na nave estão os habitantes originais do planeta, seres tão longevos
que vivem milhares de anos. E que têm o costume de fazer passeios de turismo
pela galáxia de tempos em tempos, em embarcações movidas por seus poderes mentais.
E eles estão voltando para casa depois de uma breve viagem... que durou quatro
mil anos terrestres!
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Os habitantes originários voltam depois de uma longa viagem e descobrem que o planeta foi tomado por invasores. |
Isso gera uma crise: os executivos são
obrigados a aceitar os alfaloloseses , mas temem que os habitantes originais
possam atrapalhar a produção (a todo momento temos algum executivo dizendo algo
como “A produção não pode parar!”, “A economia não pode parar!”).
Para evitar prejuízos à empresa, os habitantes
originais do planeta são confinados em uma reserva.
A HQ nitidamente é uma metáfora da situação dos
índios norte-americanos, habitantes originais das terras americanas, mas aprisionados
em reservas.
A dupla de criadores, Christin e Méziéres, no
entato, dá à história, que poderia ser um dramalhão, um tom leve e irônico,
constantemente humorístico. E
transformam a coisa toda numa grande aventura, deliciosa de se ler.
Bem-vindos a Alflolol faz parte do segundo
volume da série de álbuns dos personagens lançada pela editora SESI de São
Paulo.
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