Elizabeth, a
era de ouro, filme recentemente lançado pela Netflix, é um caso curioso de
releitura. Em 1998, o cineasta paquistanês Shekhar Kapur realizou um premiado
filme sobre a rainha Elizabeth com Cate Blanchett no papel principal. Em 2007 ele fez outro filme sobre o mesmo assunto, tendo de novo Cate Blanchett como rainha
da Inglaterra mais velha.
Essa nova
película é centrada no momento mais importante do reinado da rainha virgem,
quando se descobre uma trama para matá-la ordenada por Mary Stuart, rainha da
Escócia e católica fervorosa. Isso leva à execução de Mary. Como consequência,
a Espanha declara guerra à Inglaterra e envia a maior armada já construída até
então, com centenas de navios.
Esse é um
momento-chave na história mundial, um daqueles efeitos borboletas que mudam
completamente a relação de forças. Até então, a espanha era a mais rica e
poderosa nação do mundo, após o confronto, a Inglaterra começa a galgar os
passos que a levarão a construir um dos maiores impérios de todos os tempos –
tão vasto que se dizia que no império britânico o sol nunca se punha.
Tudo isso, o
atentado contra Elizabeth, a morte de Maria Stuart, a guerra com a Espanha é
contado no filme de Shekhar Kapur, mas o foco maior acaba sendo a sua relação
com o pirata Walter
Raleigh. Esse talvez seja o maior defeito do filme, pois, para aprofundar essa
relação ficcional, tira o foco dos fatos históricos reais.
Ainda assim, é um filme belíssimo, que se destaca pelo
figurino, pela fotografia, pelos cenários grandiosos e pela atuação marcante de
Cate Blanchett. Uma boa dica para quem gosta de
história.
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