Confesso que assisti Tudo bem no Natal que vem, filme estrelado
por Leandro Hassum e dirigido por Roberto Santucci sem esperar absolutamente
nada. Comédia nacional já vimos muitas. Estrelada por Leandro Hassum? Comédia
natalina?
Mas no final, acabei me surpreendendo.
O filme conta a história de Jorge, um indivíduo que nasceu no
dia de Natal e por isso, odeia a data. Afinal, no dia do seu aniversário, todos
os colegas estavam em sua própria casa, abrindo os seus próprios presentes. Além
disso, como ele mesmo diz na narrativa inicial, não dá para concorrer com um
aniversariante muito mais famoso. Soma-se a isso toda a confusão de fazer
compras, supermercado, as brigas da família... tudo parece um inferno.
É quando acontece a mágica. Jorge dorme e acorda... no natal
do ano seguinte! E assim em diante. No filme isso é explicado como uma amnésia.
Como se ao amanhecer do dia 24, o personagem perdesse completamente a memória
de tudo que fez e viveu nos dias anteriores. Então temos o Jorge “normal” e
Jorge do Natal. O Jorge cotidiano arranja uma amante, afasta-se dos filhos e o
Jorge natalino vai vendo sua vida desmoronar. Ao tentar consertar as coisas,
ele vai descobrindo aos poucos a importância do Natal.
O que chama muito a atenção é a estrutura em looping da história.
Embora teoricamente haja uma progressão cronológica na história, Jorge acorda
sempre no mesmo dia, o dia de natal – e com a maioria dos fatos se repetindo (o
que leva às partes mais cômicas). Essa estrutura de roteiro faz com que Tudo
bem no natal que vem seja um filme muito mais inteligente do que eu esperava. E
cria diversos desafios para o expectador, entre eles tentar imaginar o que
aconteceu com Jorge ao longo do ano.
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