Na década de 1960, a revista The Brave and the Bold, que
estreara na década de 1950 publicando personagens como o Cavaleiro Silencioso
ou o Gladiador Dourado, tinha se tornado uma publicação que unia sempre dois
heróis da DC.
Um desses encontros, no número 79 da revista, reuniu dois
personagens muito diferentes: Batman e Desafiador. O Desafiador era um
trapezista que morrera e cujo fantasma voltara para a terra para procurar o
responsável por seu assassinato, um homem que usava um gancho na mão esquerda.
Neal Adams era um grande narrador visual.
O que junta os dois personagens é um assassinato de um peixe pequeno em Gothan. Ocorre que o homem que o matara, segundo uma testemunha, tinha um gancho no lugar de uma das mãos – o que faz com que o Desafiador tente convencer o Batman, “o maior detetive do mundo”, a investigar o caso, que pode estar ligado ao seu próprio assassinato.
O plot é interessante, mas tudo é muito forçado, a começar
pela história do gancho, que seria a única coisa que ligaria os dois
personagens. Igualmente forçada é a forma como Batman, “o maior detetive do
mundo”, resolve o caso. Sinceramente, eu gostaria de ver o “maior detetive do
mundo” usando a dedução ao invés da simples intuição.
A diagramação inovadora de Neal Adams funcionava perfeitamente para um personagem como O Desafiador.
Mas há bons momentos, a começar pela página inicial, que mostra o assassinato do bandido, uma sequência primorosa de Neal Adams, que se revelava desde aquela época um grande narrador visual. Além disso, a diagramação inovadora e nada convencional contribuía muito para uma história em que um dos protagonistas é um fantasma que vive flutuando por aí. As sequências em que o Desafiador incorpora em pessoas para atuar no mundo físico também são interessantes, embora mal-utilizadas.
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