terça-feira, janeiro 25, 2022

Esquadrão Atari – Primórdios


Publicado no início dos anos 1980, Esquadrão Atari mostrou a sintonia perfeita entre o roteirista Gerry Conway e o desenhista José Luís Garcia-Lopez naquela que seria uma história mais celebradas da década.

O primeiro número é um exemplo perfeito de construção narrativa.

A história inicia com uma sequência impressionante de ação protagonizada pelos mercenários Dart e Blackjack. Os dois mercenários tinham ido cobrar o general Ki os serviços prestados e, ao descobrirem que não irão receber, transformam o bar no Planeta das Rocas numa praça de guerra. A página dupla, com os dois em luta corporal enquanto, em primeiro plano, uma mão aponta para eles uma arma futurista, é impressionante. Garcia-Lopez dá um show com sua narrativa visual inovadora e seus personagens que constantemente saem para fora do quadro.

A história inicia com uma sequência impressionante. 


Logo depois, o general Ki foge se encontra com um ser misterioso, que o recrimina por ter deixado Dart escapar e o joga num rio de ácido. Em seguida, pega uma pedra preciosa e mostra para seu ajudante: “Veja, Karg, um dos pequenos tesouros do planeta das rocas. Belíssimo, não? Mas como tudo que é belo... também é frágil! (e destrói a pedra com as próprias mãos) eu quero a jovem dar! Custe o que custar, ela e sua família devem ser destruídas!”.

A história pula para o planeta ovóide, onde dois malandros aprisionam um dos habitantes locais, um bebê de uma raça que se transforma em montanhas ao envelhecer.

Quem é o vilão misterioso? 


Novo pulo, agora para a Nova terra, onde o jovem tormenta está sendo testado num labirinto enquanto é perseguido por um robô. Outra sequência impressionante: a narrativa pula de uma página para outra e volta, desafiando o leitor a acompanhar o jovem enquanto ele se teleporta para a parte traseira do robô.

Novo corte, agora para Lua Alfa, onde Paco Rato comete mais um de seus roubos e, no final, decide ir para Nova Terra.

A primeira aparição de Tormenta é um exemplo perfeito de narrativa visual. 


O impressionante na história, além da narrativa visual de Garcia-Lopez, é a forma como os ganchos são introduzidos na história, assim como os personagens. Nessas poucas páginas sabemos tudo que precisamos saber sobre os heróis da história e mistérios são apresentados (quem é o misterioso vilão?). Tudo isso em meio à ação desenfreada. O que artistas menos competentes levariam várias edições para mostrar, Garcia-Lopez e Gerry Conway fazem em meras 23 páginas. Uma verdadeira aula de quadrinhos.

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