sexta-feira, janeiro 07, 2022

Hulk – Os cães de guerra

 


Desde sua criação, o Hulk passou pelas mais variadas versões. Logo no início era um monstro inspirado em Frankstein, logo depois se tornou um herói com a inteligência de Bruce Banner que se transformava com o auxílio de uma máquina... e assim foi, com cada roteirista imprimindo uma característica ou personalidade diferente ao personagem. Peter David aproveitou essas incoerências para sugerir que Bruce Banner tinha múltiplas personalidades (que se expressavam nas várias versões do Hulk). Mas, provavelmente, quem melhor explorou esse tema foi Paul Jenkins na saga Os cães de guerra.

A história, publicada em  The increbible Hulk 12 a 20 , tinha os desenhos Ron Garney, um ótimo ilustrador, sempre capaz de fazer ótimas cenas de impacto. Para arte-finalizar foi chamado o veterano Sal Buscema, o mais icônico desenhista do golias esmeralda.

Na trama, Bruce Banner está com esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa e fatal. Ele procura Ângela Lipscobe, uma amiga da época da faculdade, atualmente uma das mais importantes neurologistas dos EUA.

Uma das sequências mais interessantes se passa dento da mente de Banner. 


É durante a tentativa de tratamento que temos uma das sequencias mais eletrizantes da história, com a mente de Bruce Banner sendo dominada por um monstro aterrorizador que é confrontado por outras versões do Hulk. Mas, enquanto tenta lidar com a situação, Banner se defronta com uma versão realmente maligna de si mesmo.

O roteiro mostra que cada versão do Hulk é uma adaptação emocional de Banner ao ambiente emocional.

Mas cães de guerra não é só uma trama psicológica.

Hulk de fato enfrenta cães, mas o título da saga é uma metáfora sobre o militarismo.


Um general, Ryker, está atrás do Hulk, e sua obsessão pelo golias esmeralda faz o General Ross parecer um moderado. Ryker tem algum tipo de interesse escuso na história.

Aliás, Ryker é um vilão de respeito. O tipo de pessoa que faria 50 pessoas reféns só para conseguir prender o Hulk? O tipo de pessoa que faria experiências com soldados, transformando-os em versões bizarras do Hulk e convencendo-as de que Banner é o culpado.

Ryker é um vilão de respeito. 


Os cães de guerra é uma história e tanto, do tipo que se lê num tapa.

Alguns pequenos problemas: Ron Garner tem a tendência de fazer closes dos personagens em ângulos inferiores – o que muitas vezes dificulta perceber quem está falando. E, ao final da trama, a motivação de Ryker não é totalmente esclarecida. De resto, os cães de guerra é uma história e tanto.

No Brasil essa história foi publicada em Grandes Heróis Marvel da série Prêmium, da Abril. Depois foi reunida na coleção Os heróis mais poderosos da Marvel, da Salvat.

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