Na Era de prata, a perseguição contra os quadrinhos fez com que a DC comics evitasse histórias que mostrassem violência. Imaginem escrever uma história de super-heróis evitando brigas. Mas no caso do Super-homem a situação era ainda mais complicada, pois ele é um personagem extremamente poderoso, quase invencível.
A solução dos roteiristas
era criar histórias com tramas muitas vezes bizarras, que beiravam o lisérgico,
a exemplo da HQ “Quem quer matar Clark Kent” publicada em Action Comics 409.
Na história, escrita por
Cary Bates e desenhada por Curt Swan e Murphy Anderson, o repórter Clark Kent
sofre diversos atentados. No primeiro deles, o elevador no qual está é lançado
no ar a uma velocidade incrível graças a foguetes. Em outra oportunidade um
carro sem motorista quase o atropela.
Quem
poderia estar por trás do atentado?
Clark Kent sofre uma série de atentados...
A
capa da edição já trazia esse mistério. Clark Kent, com as roupas esfarrapadas,
agarra-se ao super-homem, que lhe diz: “Fique calmo, Clark Kent. Eu vou
proteger você!”, ao que o repórter retruca: “Você não entende? Meu assassino é
a única pessoa que você não pode parar!”.
Para
ajudar a desvendar esse mistério, o Super-homem recebe a ajuda de... um
detetive de outro planeta! Não, não é uma viagem de LSD, o roteirista pensou
nisso mesmo. Um personagem chamado Shalox, vestido com uma versão futurista da
roupa de Sherlock Holmes (ou pelo menos o que o pessoal da época achava que
seria uma roupa futurista) aparece do nada e diz que vem de um planeta em que
todos são detetives e como uma espécie de trabalho de conclusão de curso, ele
recebera a incumbência de ajudar o homem de aço. Detalhe: no planeta dos
detetives espaciais todos têm no mínimo três personalidades.
Para ajudar a desvendar esse mistério, o herói recebe a ajuda de um detetive espacial.
No
final eles descobrem que o assassino é... o Super-homem! Explica-se: como
passara diversas noites sem dormir, o herói desenvolvera uma terceira persona,
que por alguma razão resolvera se livrar de Clark Kent.
Difícil
pensar numa história mais louca que essa para o herói.
No
Brasil essa história foi publicada várias vezes pela Ebal e pela Abril em
Super-homem 10.
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