Fundo do baú – Pica-Pau

 

Walter Lantz, o criador do Pica-Pau, costumava contar que teve a ideia para o personagem durante sua lua de mel quando um pica-pau começou a picar o teto do quarto. Lantz jogou várias pedras no pestinha, mas ele continuava destruindo o teto a ponto de provocar goteiras.

A história é provavelmente falsa, já que o animador só se casou um ano depois da estreia do personagem nas telas, mas ajudou a ampliar toda a mítica do endiabrado passarinho. Ele estreou em 25 de novembro de 1940, no desenho do urso Andy Panda. Nesse curta-metragem, chamado Knock Knock, pai e filho são atormentados por um pica-pau que está destruindo o telhado. O pai urso tenta de tudo para deter o engraçadinho, incluindo o uso de uma espingarda. Por outro lado, o filho aposta que conseguirá derrotar a ave se derramar sal no seu rabo.

Nesse primeiro desenho, o Pica-Pau era totalmente maluco a ponto de ficar estrábico em alguns cenas. Seu visual também era diferente daquele que estamos acostumados a ver.

O chefe de curta-metragens da Universal não queria lançar esse desenho afirmando que o Pica-pau era a coisa mais feia que ele já tinha visto, mas Lantz insistiu e o curta foi um sucesso absoluto, o que garantiu ao passarinho uma série só sua.

Com o tempo o Pica-Pau foi se tornando menos maluco e mais simpático, mas sua característica caótica permaneceu: ele sempre apronta confusões e mais confusões com os outros personagens do desenho – e sempre se dá bem.

Uma curiosidade é que a risada maluca do Pica-Pau foi criada por Mel Blanc, o primeiro dublador do personagem. Blanc era um veterano da dublagem, já tendo feito a voz de todos os personagens da turma do Pernalonga antes de se dedicar ao personagem da Universal. A partir de 1950 ele foi substituído pela atriz Grace Stafford, esposa de Lantz.

O Pica-pau fez tanto sucesso que se tornou símbolo da universal da mesma forma que Mickey é o símbolo da Disney e o Pernalonga da Warner Bros.

O Pica-pau foi o primeiro desenho animado exibido no Brasil, pela extinta TV Tupy, em 1950. Na década de 1960 ele começou a ser transmitido pela Record. Depois passou pela Globo e pelo SBT e finalmente de volta para a Record, já nos anos 2000.