No número dois da revista do Quarteto Fantástico o grupo
ainda não usava uniforme e personagens como o Coisa e o Tocha Humana ainda não
tinham a aparência definitiva. Apesar disso, ficava muito claro que a publicação
era algo revolucionário.
A trama era recauchutada dos quadrinhos de ficção científica da Atlas da década de 1950 sobre invasões alienígenas. Na história, uma nave Skrull (na primeira aparição desse povo no universo Marvel) está próximo à terra, mas antes de começar a invasão, envia ao planeta quatro de seu povo para cometerem crimes se fazendo passar pelo Quarteto Fantástico e assim forçar a prisão do grupo, o que facilitaria a invasão.
Os skrulls cometem crimes se fazendo passar pelo Quarteto... |
Assim, o Coisa destrói uma
plataforma marinha, a Mulher Invisível rouba uma jóia, o Tocha destrói um
monumento e o Senhor Fantástico desliga a energia da cidade.
A reação dos originais é algo totalmente impensável para os
heróis da época.
O Coisa fica furioso pela polícia estar caçando eles com se
fossem monstros: “Talvez eles estejam certos! Talvez eu seja um monstro! Eu
pareço um... e às vezes me sinto um! Mas ninguém vai me pegar sem luta! Se eles
dizem que sou uma ameaça, então serei uma!”, diz ele enquanto joga a cabeça
empalhada de um urso pela janela de vidro. Alguém consegue imaginar o o
Super-homem da era de prata dizendo algo parecido?
... e o Coisa não gostou nada disso. |
Jack Kirby ainda não usava os esquema dos seis quadros (uma
página chega a ter 11 quadrinhos!!!) e Stan Lee extrapolava no texto, mas mesmo
assim era possível perceber que a dinâmica da dupla criativa refletiva a
dinâmica dos personagens: pessoas muito diferentes, mas que funcionavam muito
bem juntas. Aliás, um recurso muito usado por eles, que infelizmente caiu em
desuso, foi dividir a história em capítulos, de modo que a cada seis ou oito
páginas temos uma página de impacto.
Não dá para respeitar vilões se usam uniformes parecidos com pijamas. |
Em tempo: nessa história os Skrulls usam uniformes
ridículos, que parecem pijamas, com uma gola estrelada e capuz que deixa apenas
o rosto e as orelhas enormes do lado de fora. Com o tempo esses personagens
ganhariam um pouco mais de dignidade.
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