Um dos grandes atrativos da ficção científica é imaginar realidades diferentes, mundos diferentes, usando para isso o conhecimento científico, o que causa todo o maravilhamento do gênero. O volume 64 da série Perry Rhodan, A prisão do tempo, é um ótimo exemplo disso.
Na história, um grupo de terranos atravessa a barreira dos
invisíveis (seres que fazem desaparecer populações de planetas inteiros) e vão
parar num local em que o tempo decorre de maneira diferente da nossa realidade,
sendo 72 mil vezes mais lento que na nossa realidade. Como os terranos se mantém
na progressão de tempo de nosso universo, as diferenças que encontram nessa
nova realidade são realmente impressionantes e criativas.
À certa altura, por exemplo, eles se deparam com um cristal
límpido e transparente, pendurado no ar, do tamanho de um grão de ervilha. Após
o espanto inicial, percebem que se trata de... uma gota de chuva! Quando um dos
personagens tenta segurar o pingo, descobre que ele está absolutamente imóvel. A
explicação, dada pelo escritor Clark Darlton: “A inércia da massa crescera na
mesma proporção da alteração do tempo. Para segurar um pingo de chuva, seria
necessário despender setenta e duas mil vezes o volume de energia que se
gastava na terra”.
A capa alemã. |
Essa não é a única situação interessante. Logo em seguida,
os personagens descobrem que podem andar sobre a água. A razão disso é que a água
não tinha tempo de ceder sob a pressão de seus pés.
Quando eles encontram outros terranos que haviam sido
capturados pelos invisíveis e os alinham ao tempo terrano, o maravilhamento dá
lugar à apreensão: na Terra se passaram meses, enquanto que para os capturados
se passaram apenas minutos. O livro termina numa situação de suspense: se não
forem resgatados a tempo, os prisioneiros dessa dimensão poderão voltar à nossa
realidade centenas de anos depois de terem partido... ou até milénios!
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