No século XV parecia que a arte tinha chegado ao seu estado
máximo com o Renascimento. Mestres como Michelangelo, Leonardo da Vinci e
Rafael pareciam ter conquistado a evolução suprema na pintura e na escultura.
Foi quando surgiu um grupo de artistas com a proposta de fazer algo diferente
dos renascentistas.
Estabeleceu-se uma época de grande experimentação, em que
cada artista foi buscando uma maneira própria de representar o mundo – razão
pela qual esse movimento foi chamado de Maneirismo.
Entre os vários artistas, Tintoretto é um dos mais interessantes.
Gosto particularmente do seu quadro Vênus e Marte surpreendidos por Vulcano. A
deusa do amor e o deus da guerra estão num interlúdio amoroso quando chega o
esposo. Marte se esconde e pede silêncio para o cachorro, que ameaça revelar a
traição.
Além da composição totalmente estranha e assimétrica (o
quadro é abarrotado de coisas no lado esquerdo e não há praticamente nada do
lado direito) e do cuidado realista com os tecidos, o quadro traz uma novidade
que me parece muito interessante: trata-se de uma piada com os deuses gregos.
Na época deve ter sido um escândalo, já que os deuses eram sempre retratados de
forma orgulhosa e imponente – e aqui temos Marte escondido para não ser
descoberto pelo marido traído.

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