O primeiro filme a fuga das galinhas, lançado
em 2000, revolucionou as animações stop motion, com impacto semelhante ao de Toy
Story nas animações convencionais. Isso não só graças a técnica, mas
principalmente ao roteiro que agradava crianças e adultos. Não por acaso o
filme se tornou o queridinho dos professores dos cursos de Administração, em
especial mas aulas sobre trabalho em equipe.
A continuação, lançada este ano pela Netflix,
revoluciona novamente por trazer uma distopia para o centro da trama.
Na história, as galinhas do primeiro filme
vivem uma vida tranquila em uma ilha depois de terem fugido da granja. Rocky e Ginger
tiveram uma filha, Molly, que se sonha saber o que existe no mundo lá
fora.
Essa tranquilidade é quebrada pela instalação
de uma granja nas proximidades. Os caminhões com galinhas felizes dentro de
baldes faz com que Molly acredite que se trata de um local paradisíaco e fuja
para lá. Ela de fato é colocada dentro de um caminhão e agora as galinhas
precisam salva-la.
A parte mais interessante é dentro da granja,
que parece um grande parque de diversões onde todas as galinhas se divertem o
tempo todo e a felicidade parece imperar. Mas é uma felicidade falsa, que surge
da alienação, e esconde o verdadeiro horror do local.
Essas cenas ecoam diretamente clássicos da
distopia, como Admirável Mundo Novo e Fahrenheit 451, em que as pessoas são
controladas por uma falsa sensação de felicidade. Não é a toa que em Fahrenheit
451 o personagem principal começa a contestar o sistema quando a vizinha lhe
pergunta se ele é realmente feliz.
A fuga das galinhas a ameças dos nuggets
consegue mostrar uma distopia e tratar de temas complexos e até mesmo.pesados e
ainda assim ser um filme agradável para criança, que certamente se encantam com
os personagens carismáticos e as cenas de ação e humor.
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