quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Perry Rhodan – Operação aço arcônida

 


Existem volumes de Perry Rhodan que funcionam quase como se fossem contos isolados. Outros nitidamente fazem parte de uma história maior, mas podem ser lidos isolamente. E outros são tão conectados a outros livros que parecem não funcionar sozinhos. Exemplo desse último caso é o volume 46, Projeto aço arcônida, escrito por Kurt Brand.

No volume anterior, Rhodan fizera um ataque inédito aos aras, os médicos estelares que vivem de criar epidemias e vender remédios para elas.

Como vingança, os aras decidem destruir a Terra. Mas como não têm armas, precisam dos saltadores e dos superpesados e para isso marcam uma reunião na lua de um planeta. Rhodan resolve aproveitar a reunião para introduzir seus mutantes na nave de Topthor, a única pessoa que tem a informação sobre a localização da Terra. A ideia é invadir seu computador de bordo e introduzir uma outra localização. Para isso, Rhodan conta com a ajuda de Talamon, um superpesado que se tornara seu amigo.

A capa original alemã. 


A trama é interessante. O problema é a grande quantidade de pontas soltas, ganchos não resolvidos. O próprio título é um exemplo, já que, embora a questão do aço arcônida seja mencionada em vários momentos, não há, de fato, uma operação para resgatar esse aço. Além disso, temos várias outras situações: à certa altura o hipercomunicador da nave de Talamon é ligado quando ele está conversando com Reginald Bell, o que indica que a nave tem um traidor. Além disso, uma força invisível e misteriosa parece ser mais poderosa do que os próprios mutantes; há um gancho sobre um mundo chamado Exsar, onde os aras haviam instalado uma epidemia extremamente mortal, mas que não parece ter muito impacto sobre os acontecimentos. Simplesmente nada é resolvido, explicado ou solucionado nesse volume.  Algumas dessas questões serão resolvidas em livros posteriores. Outras ficariam como pontas soltas.

Eu, assim como muitas pessoas, lia os volumes conforme ia conseguindo os mesmos nos sebos. E esse é um que certamente passaria totalmente batido se tivesse lido antes, quando não tinha todos os números do primeiro ciclo.

Uma curiosidade desse volume é a informação sobre o cérebro regente de Árcon. À certa altura, Kurt Brand informa que o computador ocupa uma área de dez mil quilômetros quadrados. Incrível como o futuro nesse ponto é tão diferente do imaginado pelos autores, que não conseguiram imaginar o processo de miniaturização pelo qual passariam os computadores. Hoje em dia cabe na palma da mão um aparelho com capacidade de computar muito mais informações do que um aparelho que ocupava um prédio inteiro na década de 1950.

Sem comentários: