sábado, junho 15, 2024

Superman contra o Sanguinário

 

Na sua fase à frente do Homem de aço, John Byrne fez histórias grandiosas, mas fez também pequenos e emocionantes contos. Um bom exemplo desse último é a história publicada em Superman 4.

Na trama, um terrorista entra em uma lanchonete e dispara uma metralhadora, matando diversas pessoas. “Tolos, animais! Foi por isso que lutamos?”, grita ele. “Eu e Mickey não fomos vítimas de uma explosão no Vietnã só para vocês poderem desperdiçar suas vidas assim!”.

Nessa época os super-heróis ainda sorriam. 


Nessa mesma lanchonete estava Jimmy Olsen, que chama o Superman para resolver a situação.


Aqui vale um parêntese sobre a belíssima splash page que mostra o herói chegando. Ele parece descer suavemente, como se flutuasse, sua imagem tomando quase toda a página. No rosto, um sorriso de uma época em que o super era um personagem simpático. “É melhor não ser outro pneu furado, Jimmy!”, diz ele.

Byrne era um mestre da narrativa.


Apesar do Sanguinário estar armado até os dentes e ter pego uma senhora como refém, é um adversário sem importância para alguém como o homem de aço. Mas acontece que Lex Luthor armou o terrorista com uma pistola que dispara estilhaços de kriptonita, o que faz com que ele se torne uma grande ameaça.

Surpreendentemente, no final é Jimmy Olsen que resolve toda a situação, em um belo plot twist. Esse final reflete sobre a chaga social que foi a guerra do Vietnã e sobre como a guerra nada tem de gloriosa.

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