sexta-feira, setembro 13, 2024

Perry Rhodan 97 – O preço do poder

  


O número 97 da série Perry Rhodan apresenta a conclusão da saga envolvendo o filho do protagonista, Thomas Cardif. Criado longe dos pais, Cardif acreditava que Rhodan havia sido responsável pela morte de sua mãe, Thora, e tentava a todo custo se vingar, algo que muitas vezes colocava a segurança da Terra em perigo.

Quem escreveu a primeira aparição de Cardif foi Kurt Brand e provavelmente por essa razão ele foi escolhido para narrar o momento final do personagem. Foi uma péssima escolha de K. H. Scherr, o coordenador da série.

Na trama, Rhodan e os mutantes vão até os planetas dos saltadores para resgatar Cardif. Afinal, ele caíram em desgraça e preso depois que seu plano de matar Atlan havia fracassado. Além disso, se os arcônidas o pegassem, a pena seria a morte. Atlan inclusive chega a dizer que nem mesmo ele conseguiria impedir esse fim.

Para resgatar o filho, Rhodan e os mutantes se disfarçam de uma raça alienígena, e se forem descobertos, isso pode colocar a segurança do Império Solar em risco, de modo que essa missão de resgate não parece fazer o menor sentido do ponto de vista prático e político.

Capa alemã do volume. 


Mas Brand consegue piorar o que já uma trama ruim.

Clark Darlton, por exemplo, teria transformado o volume em uma divertida história de espionagem e humor, cheia de reviravoltas.

Brand parece não saber o que fazer com o material e gasta dois terços do livro simplesmente enrolando.

Os terranos iriam se disfarçar de soltenses, um povo governado por um matriarcado em que os homens são oprimidos com surras literais a qualquer erro.

Brand elabora uma frase, que seria a única informação disponível a respeito daquele povo: “Os soltenses são mentirosos” e gasta páginas e mais páginas ao redor disso para no final, fazer uma piada: “Os soltenses são mentirosos porque dão a entender que o planeta onde vivem é um patriarcado”. Sim, é uma piada e uma piada ruim.

A história mesmo só começa a partir da página 100, em um volume de 167 páginas.

Além disso, embora todo tempo todo seja repetido que a única pena possível para Cardif seja a capital, no final, apenas apagam sua memória e o soltam, sem qualquer explicação de porque os arcônidas optaram por essa pena alternativa.

Tudo bem que Thomas Cardif nunca foi um grande personagem. Mas ele merecia um final um pouco menos pífio.

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