domingo, outubro 13, 2024

Perry Rhodan – A prisão do tempo

 


Um dos grandes atrativos da ficção científica é imaginar realidades diferentes, mundos diferentes, usando para isso o conhecimento científico, o que causa todo o maravilhamento do gênero. O volume 64 da série Perry Rhodan, A prisão do tempo, é um ótimo exemplo disso.

Na história, um grupo de terranos atravessa a barreira dos invisíveis (seres que fazem desaparecer populações de planetas inteiros) e vão parar num local em que o tempo decorre de maneira diferente da nossa realidade, sendo 72 mil vezes mais lento que na nossa realidade. Como os terranos se mantém na progressão de tempo de nosso universo, as diferenças que encontram nessa nova realidade são realmente impressionantes e criativas.

À certa altura, por exemplo, eles se deparam com um cristal límpido e transparente, pendurado no ar, do tamanho de um grão de ervilha. Após o espanto inicial, percebem que se trata de... uma gota de chuva! Quando um dos personagens tenta segurar o pingo, descobre que ele está absolutamente imóvel. A explicação, dada pelo escritor Clark Darlton: “A inércia da massa crescera na mesma proporção da alteração do tempo. Para segurar um pingo de chuva, seria necessário despender setenta e duas mil vezes o volume de energia que se gastava na terra”.

A capa alemã. 


Essa não é a única situação interessante. Logo em seguida, os personagens descobrem que podem andar sobre a água. A razão disso é que a água não tinha tempo de ceder sob a pressão de seus pés.

Quando eles encontram outros terranos que haviam sido capturados pelos invisíveis e os alinham ao tempo terrano, o maravilhamento dá lugar à apreensão: na Terra se passaram meses, enquanto que para os capturados se passaram apenas minutos. O livro termina numa situação de suspense: se não forem resgatados a tempo, os prisioneiros dessa dimensão poderão voltar à nossa realidade centenas de anos depois de terem partido... ou até milénios!

Em tempo: não há como falar desse livro e não comentar a capa da Ediouro, baseada na edição norte-americana. Gray Morrow produziu uma imagem linda, mas que mostra um homem e uma mulher sendo capturados por uma espécie de lula cibernética. Ou seja: a capa não tinha relação nenhuma com a história e os editores publicaram assim mesmo.

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