sexta-feira, novembro 01, 2024
O fim da eternidade, de Isaac Asimov
Mosquito, Mosquete e Moscardo
Mosquito, Mosquete e Moscardo é um desenho animado da Hanna-Barbera exibido pela primeria vez em 1964.
Os personagens principais são três cachorros mosqueteiros atrapalhados que servem a um rei. Os três são tão patetas que muitas vezes acabam se dando mal sozinhos, sem a necessidade de nenhum inimigo, seja dando de cara com uma porta fechada ou ferroando um amigo com a espada sem querer.
As histórias giram normalmente em torno de ordens recebidas pelos mosqueteiros e a forma desastrada com a qual agem – o que acaba colocando o soberano em situações dolorosas. O bordão do rei, aliás, é “preciso de guardas para me salvar dos meus guardas”.
Em A bruxa bucho, uma bruxa transforma o rei em sapo, o que faz com que os mosqueteiros levem o soberano para convencer a bruxa a transformá-lo em humano de novo e só conseguem o intento quando a bruxa, sem querer toma uma porção que a transforma numa bela e boa donzela.
Em O fora da lei na lei, a rainha decide que seu irmão deve se tornar um mosqueteiro. Mas durante todo o processo de instrução do rapaz, o máximo que ele consegue é machucar o rei das mais variadas formas possíveis, seja atingindo-o com uma flecha, com uma bola de canhão ou aplicando-lhe golpes de judô.
O desenho teve uma temporada com 23 episódios curtos.
Homem-Animal – O demônio e o mar profundo
Uma das histórias mais interessantes da
fase de Grant Morrison à frente do Homem-Animal é um conto singelo sobre como o
personagem tenta impedir a caça a golfinhos nas ilha Faroe.
Chamada de 'grindgráp',
essa caçada é feita há séculos. Barcos formam um semi-círculo em volta de
golfinhos em migração, forçando-os na direção da praia. Lá eles ficam
encalhados na areia e se tornam presas fáceis. Centenas às vezes milhares de
golfinhos são mortos, fazendo com que a água fique tingida de sangue. Embora
essa atividade antigamente fosse uma forma de conseguir comida, hoje em dia é
apenas uma diversão sangrenta.
Algumas páginas trazem a narrativa de um golfinho.
Na história, o Homem-Animal se une a
um grupo de ecologistas que pretende sabotar a caçada daquele ano. Uma segunda
heroína, chamada Delfim, se une ao grupo.
Morrison traz algumas sequências com a
narrativa de um golfinho e simula seu pensamento em um texto sem pontuação:
“Harmonias de dor uma tempestade de ruídos confusão sofrimento frenesi agonia”.
A história é sobre o massacre de golfinhos na ilha Faroe.
Esse golfinho, aliás, tem a
companheira e o filho mortos por um dos pescadores, justamente aquele que o
Homem-Animal, enfurecido, leva pelos ares e joga no meio do oceano. E o
golfinho, que tinha todos os motivos para se vingar, acaba salvando o pescador.
A narrativa do golfinho diz que o modo de ser dos tristes homens é a matança, o
demarramento de sangue de inocentes: “O nosso modo é diferente”.
O roteiro surpreende o leitor ao mesmo
tempo em que constrói uma fabula moral e deixa em aberta uma pergunta: somos de
fato os seres mais inteligentes do planeta?
Os heróis tentam impedir a caçada afastando os golfinhos da costa.
Tudo isso é feito sem as tramas
complicadas que caracterizariam Morrison no futuro. A história é comovente em
sua simplicidade. Embora seja pouco lembrado, vale destacar o papel dos
desenhistas Chas Troug e Doug Hazlewood nesse resultado. O traço aqui não tem
nada de revolucionário ou chamativo. É um traço unicamente a serviço da
história que está sendo contada.
Essa história foi publicada no número
15 da edição americana e, no Brasil, no número 26 da DC 2000.