No número 19 da revista do Homem-Aranha, o herói finalmente volta à ação depois de um hiato em que ele se dedicou totalmente a cuidar da Tia May, que estava adoentada. Nessa edição ele enfrenta o Homem-areia e um grupo hoje praticamente esquecido, mas que foi muito importante nessa fase inicial do título, Os executores.
Na trama, os vilões aprisionam o Tocha humana num recipiente de vidro com oxigênio apenas para a respiração (o que o impede de usar seus poderes incendiários), como forma de criar uma armadilha para o aracnídeo.
Ditko dando uma aula de narrativa. |
É uma pouco inspirada trama de super-herói trocando sopapos com vilões e vale o destaque apenas por algumas sequências.
Em uma delas, por exemplo, o Aranha enfrenta uma gangue de ladrões, o que tira dele a pecha de covarde que havia sido propagada pelo Clarin.
Steve Ditko constrói uma sequência inteira, em um só quadro horizontal, demonstrando um impressionante domínio da linguagem quadrinística. Embora a imagem seja única, o leitor consegue perceber nitidamente que ali se desenrolam várias ações em ordem cronológica, começando pela esquerda e terminado à direita.
Frank Miller usaria no Demolidor esse recurso de vários quadros quase iguais com pequenas mudanças. |
Em uma outra sequência, JJ Jameson está num auditório, pronto para ministar a palestra “Como provei que o Homem-aranha é uma fraude covarde”, quando um assessor o avisa que o herói aracnídeo acaba de debelar um assalto a banco. São três quadros, nos quais a expressão do editor do Clarin vai mudando de um sorriso franco para uma expressão de desânimo. No quadro seguinte, ele está simplesmente fugindo do auditório.
Lendo essas histórias é perceptível o quanto Frank Miller deve a Ditko.
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