terça-feira, março 02, 2010

Anjo de dor

Até há pouco tempo existia um grande preconceito contra a literatura de terror brasileira. Acreditava-se que uma história passada em São Paulo, com personagens com o nome de Ricardo não conseguiriam chegar aos pés dos livros escritos nos EUA, com personagens chamados, por exemplo, Richard. Era um preconceito que dominava a literatura de gênero, incluindo a ficção-científica. Editoras colocavam banners em seus sites com os dizeres: “Não aceitamos originais de ficção-científica” ou “Não aceitamos originais de terror”.
Felizmente as coisas mudaram, e muito. O sucesso dos vampiros de André Vianco (Os sete) e da fantasia de Orlando Paes Filho (série Angus) abriu os olhos das editoras para os talentos nacionais. Graças a isso, podemos hoje ler obras como Anjo de dor (Devir) de Roberto de Souza Causo.
Roberto Causo é um dos mais importantes e respeitados nomes da literatura de gênero no Brasil. Começou a publicar profissionalmente no início da década de 1990, mesmo período em que organizou a I Convenção de ficção científica do Brasil, em Sumaré, São Paulo. O evento contou com a presença do badalado escritor Orson Scott Card. Roberto foi um dos classificados no Concurso de contos Jerônimo Monteiro, promovido pela célebre Isaac Assimov Magazine, editada pela Record, que marcou época, influenciando toda uma geração de fãs e escritores. Colaborou com a revista publicando, além de contos, entrevista e resenhas. Desde então, tem publicado textos sobre literatura gênero nos mais diversos veículos, de Playboy à Cult. Também é um conhecido organizador de coletâneas, como Dinossauria Tropicalia (GRD, 1994), Rumo à Fantasia (Devir, 2009) e Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica (Devir, 2008), além de ter publicado romances, como A corrida do rinoceronte (Devir, 2006).
O anjo de dor, sua mais recente publicação mostra que o preconceito contra o horror nacional é apenas isso: preconceito. Causo começou a escrevê-lo em 1990, num barracão que foi o que restou da cozinha e do banheiro da casa de seus pais, derrubada pela prefeitura de Sumaré para ampliação de uma avenida. Antes dele, quem ocupava o lugar era um ex-pugilista chamado Ricardo. O texto era escrito de madrugada, em uma velha máquina Olivetti. Leia mais no Digestivo Cultural.

1 comentário:

Lelli Ramz disse...

adorei a dica.. .. vou bem procurar..

bjinhus Lelli