Literatura é, antes de tudo, um veículo de idéias. Monteiro Lobato é uma prova disso. Tudo que ele escreveu foi na defesa de seus ideais. Primeiro mostrar ao Brasil o que realmente era o interior. Antes dele a imagem que se tinha do sertanejo era de um indivíduo bonito, alto, forte, galante. O homem do campo era tudo isso? Qual nada! O Jeca era pobre e doente, cheio de vermes. Um sujeito que não ganhava ânimo e passava o dia inteiro acocorado sobre os joelhos, pitando o inevitável cigarro de palha.
Depois foi o petróleo. Mesmo contra todos, Lobato insistia que o Brasil tinha petróleo. Escreveu artigos em jornais e até um livro desmascarando a campanha das companhias americanas para impedir que o Brasil descobrisse o seu petróleo.
Por último, cansado das gentes grandes, Lobato voltou-se para as crianças. Seus livros infantis não eram só divertidos. Eles partiam da idéia de que as crianças não podem ser tratadas como bobalhonas. Seus livros falavam de todos os assuntos, de filosofia a petróleo. Antes dele todas as histórias infantis terminavam com a inevitável lição de moral, que explicava a história, como se as crianças fossem incapazes de entenderem sozinhas. Lobato encorajava os pequenos a pensarem por si mesmos e dava um breca na lição de moral. “O mundo é dos espertos”, dizia.
Atualmente ele é lembrado quase que exclusivamente como um escritor de livros infantis. O que é uma pena. Lobato é famoso, mas pouco conhecido. Para conhecer um pouco mais desse que foi um dos principais autores brasileiros (e o que mais me influenciou), clique aqui.O link direciona para um livro meu sobre o escritor paulista.
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