sábado, junho 22, 2019

Os incríveis 2


É irônico que o Quarteto Fantástico nunca tenha tido uma versão digna no cinema e que Os incríveis, uma sátira-homenagem ao Quarteto, tenha gerado dois ótimos filmes.
(Sério? Você nunca percebeu? Os uniformes são semelhantes, há poderes semelhantes, apenas trocados de um personagem para o outro e, da mesma forma que o Quarteto, eles são uma família de heróis - um dos conceitos revolucionários da Marvel de Kirby e Lee).
Na história a família tenta impedir um vilão de roubar um banco e, ao falhar, acabam destruindo parte do prédio da prefeitura, fenômeno que poderá dar um fim definitivo à era dos heróis.
Mas um milionário parece disposto a reverter isso com uma campanha de marketing baseada na ideia de que o público deveria ver o ponto de vista dos heróis. E, como estrela dessa campanha, escolhe a Mulher Elástica.
Aí temos um curiosa inversão: a heroína vai para as ruas enfrentar um misterioso vilão hipnotizador, enquanto o herói fica em casa, cuidando dos filhos - e ambas as tarefas parecem igualmente difíceis, especialmente quando o bebê Zezé começa a revelar seus poderes (o que gera os momentos humorísticos do filme). Sem levantar bandeiras, o filmes consegue discutir a questão do heroísmo e do protagonismo feminino de maneira sutil, mas envolvente.
O roteiro é bem construído, com reviravoltas no momento certo e personagens para lá de carismáticos. E as cenas de ação são de tirar o fôlego e, ao mesmo tempo, únicas: na hora de perseguir o vilão, quem fica com o bebê?
Em tempo: fui assistir com meu neto e ele simplesmente encarnou o Zezé no meio da sessão. Então, melhor acostumar: nesta primeira semana várias crianças devem "encarnar o Zezé".

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