Stan Lee tinha uma
estratégia para conquistar novos leitores: de tempos em tempos ele recontava a
origem dos heróis, apresentando os a novas gerações.
A história O
nascimento de um deus, publicada em Thor 158, é um exemplo disso. Lee aproveita
não só para recontar a origem de Thor, como ainda resolve um problema
narrativo.
O personagem havia
surgido como um herói convencional: o Dr Ronald Blake descobre um cajado em um
caverna e, ao batê-lo no chão, tranfrorma-se no poderoso deus do trovão. Ocorre
que aos poucos os limites do gênero super heróis se mostraram uma mordaça, em
especial para Kirby, que queria cada vez mais abordar a mitologia nórdica nas
histórias.
Ficava o problema:
onde estava Thor antes de caverna? Como explicar que um deus da mitologia
surgira naquele momento enquanto todos os outros do panteão nórdico existiam há
séculos?
Lee e Kirby resolvem
a situação de maneira inteligente: na verdade, o médico manco era uma
estratégia de Odin para ensinar humildade ao deus do trovão. E usam de um
estratégia marota: ao invés de refazerem a origem do personagem, utilizam a
primeira HQ do personagem, de 1962, como flash back. Alan Moore iria adotar uma
estratégia parecida em uma das edições de Miracleman.
No Brasil essa história foi
publicada na revista A origem dos Super-heróis Marvel 3, da editora Abril.
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