Junto com o Dr.
Estranho, o Capitão América sempre foi o meu personagem predileto na Marvel.
Uma das razões foram os desenhos desanimados da década de 1960, decalcados
diretamente das histórias de Stan Lee e Jack Kirby, em especial a história dos
Hibernantes.
Nesse episódio, o
Caveira Vermelha, temendo ver o nazismo derrotado na Segunda Guerra, deixa
planejada uma vingança: três monstruosos e invencíveis robôs que vão ser
despertados 20 anos depois, fazendo ressurgir o III Reich. Os robôs, que se
unem, formando um só, parecem invencíveis e não são detidos nem mesmo por
mísseis ou aviões militares. No meio da história, o Capitão descobre que o
verdadeiro plano é fazê-los entrar no núcleo terrestre, onde a cabeça-bomba irá
explodir com o calor provocando uma reação em cadeia que culminará com a
destruição do planeta.
Até assistir a esse
episódio, tudo que eu havia visto de super-heróis eram os ingênuos desenhos dos
Superamigos, com ameaças que nunca pareciam realmente sérias e heróis que
venciam os obstáculos com muita facilidade. Ali tudo parecia uma grande
brincadeira em que nada de realmente sério poderia acontecer.
Perto das aventuras
da DC, essa história parecia visceral: os Hibernantes eram uma ameça real,
grandiosa, com um fundo histórico, um vilão realmente maligno, uma trama bem
elaborada... e muita, muita ação. E havia a narrativa em off, que eu
simplesmente adorava. Além disso, o herói que parecia ter poucos poderes na
comparação com personagens como o Super-homem ou poucos recursos, na comparação
com a parafernalha tecnológica de um Batman.
No entanto, o Capitão
consegue frustar os planos do Caveira usando principalmente sua coragem e um
plano simples.
Aquilo parecia
totalmente revolucionário para um garoto de 8 anos.
Posteriormente
consegui ler a história original, no volume da Biblioteca Histórica Marvel e
não fique decepcionado. A história tinha
todas as características que eu lembrava, mais a arte pura e explosiva de Jack
Kirby. A história dos hibernantes é decididamente um épico. E são apenas três
episódios de 10 páginas cada. 30 páginas no total! Bons tempos em que os
criadores de quadrinhos conseguiam contar boas histórias de maneira sintética.
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