Inspeção surgiu de uma
sugestão minha de fazer uma adaptação da peça O inspetor geral, de Nicolai
Gógol para os quadrinhos e o compadre Joe Bennett prontamente acatou. Sempre
fui grande fã de Gógol e achava que essa poderia ser uma boa história.
Mas O inspetor geral
era uma comédia, como transformar em uma história de terror?
Imaginamos um hospício
no século XIX, com um diretor totalitário e presos que querem se vingar. Para
isso chamam um demônio que surge como um inspetor de casa de orates.
Essa é uma das
histórias em que a influência da obra de Alan Moore fica mais clara. Da mesma
forma que em Monólogo, a caraterização deve muito ao Coringa da Piada Mortal.
Também adotamos aqui um recurso narrativo muito usado por Alan Moore em Monstro
do Pântano: a estrutura em mosaico, em que o todo é mostrado através de
pequenos flashs de detalhes. Exemplo disso é a história da moça estuprada pelo
ajudante do diretor, que dá o tom da forma desumana como os detentos são
tratados.
Essa história foi
publicada na revista Calafrio e foi a única da nossa parceria em que a
arte-final ficou a cargo de outra pessoa – no caso, o paraense Pedro Vale.
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