Há certas profissões
que a idade não é desmérito. O ofício da escrita é um deles. A maioria dos bons
escritores vai apenas melhorando a cada ano, desenvolvendo sua linguagem e seu
estilo, tirando as gorduras do texto, deixando-o cada vez mais fluído.
Exemplo disso é R. F.
Rubens Francisco Lucchetti, um dos mais importante escritores e roteiristas
brasileiros. Lucchetti passou algum tempo esquecido, mas agora volta à carga
com uma coleção de livros cujo segundo exemplar é O museu dos horrores.
O livro é focado em
dois empresários de uma transportadora que se vêem envolvidos numa trama
sobrenatural graças a uma encomenda para o museu de cera de Londres.
Se há uma palavra que
pode resumir esse livro é: divertido. Pode parecer paradoxal associar diversão
a um livro de terror, mas é exatamente isso que o livro entrega. A leitura é
fluída, tem ótimas sacadas de humor (em determinado momento um dos personagens
diz que alguém está correndo risco de vida, ao que outra pessoa retruca: se
estivesse correndo risco de vida seria ótimo, ele está correndo risco de morte!),
um texto fluído em que uma frase puxa a outra naturalmente, suspense na medida
certa e, finalmente, terror.
Rubens Francisco
Lucchetti dá uma lição de como contar uma história, com ritmo adequado, corte e
elipse no momento exato, frases curtas, parágrafos pequenos. Se não fossem
algumas palavras mais antigas (como chávena) e a caracterização mais clássica
de monstros como Drácula, passaria tranquilamente por um escritor da nova
geração. Com um acréscimo: a experiência de anos produzindo textos. Percebe-se
claramente que produzir uma boa narrativa já se tornou algo natural para esse
grande mestre do terror.
Se tudo isso já não
bastasse, são livrinhos baratos (20 reais) e podem ser adquiridos diretamente
com o autor - com direito a autógrafo.
Imperdível!
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