segunda-feira, outubro 12, 2020

Surfista Prateado – o juízo final



Todo quadrinista tem o seu personagem predileto. O de Stan Lee é, sem dúvida, o Surfista Prateado. Tanto que, em 1982, quando John Buscema resolveu fazer uma graphic novel do personagem, ninguém se atreveu a escrever o texto. Esse só podia ser um trabalho para Stan Lee.

A história traz de novo personagens já conhecidos na saga do surfista, como Galactus e Mefisto. Mas acrescenta outro: Nova, a humana que se candidatou a se tornar arauto de galactus.

Em certo momento, o Surfista e Nova se encontram e se encantam um com o outro. Nova é descrita como “Tão jovem, tão adorável, tão transbordante de vida”. A atração mútua é consequência das diferenças entre os dois. Em contraste com a natureza melancólica do surfista, Nova parece uma criança despreocupada maravilhada com o poder cósmico. Mas ambos têm algo em comum: a preocupação com a vida. A nova arauta do Galactus escolhe para ele apenas planetas que não têm vida.



Mas uma trama de Mefisto faz com que ela mude completamente. Enfeitaçada pelo demônio, ela passa a levar o deus até planetas repleto de espécies vivas e cabe ao Surfista detê-la.

Um dos aspectos interessantes dessa graphic é o fato dela ter sido feita toda com quadro por página. Não é uma novidade, como diz Stan Lee em sua apresentação. No Brasil Carlos Zéfiro já fazia isso décadas antes. Mas funciona muito bem para destacar a arte do incrível John Buscema. E deve ter sido um desafio imenso colocar texto em imagens que por si só já narram a história. Um desafio que Lee supera facilmente, como se observa no trecho: “Como explicar uma batalha onde forças colidem enquanto as próprias galáxias estremecem e se convulsionam num agonizante caos? Não há palavra conhecidas por qualquer ser vivo capazes de exprimir a selvageria de tamanho espetáculo”.

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