Todo quadrinista tem o seu personagem
predileto. O de Stan Lee é, sem dúvida, o Surfista Prateado. Tanto que, em
1982, quando John Buscema resolveu fazer uma graphic novel do personagem, ninguém
se atreveu a escrever o texto. Esse só podia ser um trabalho para Stan Lee.
A história traz de novo personagens já
conhecidos na saga do surfista, como Galactus e Mefisto. Mas acrescenta outro:
Nova, a humana que se candidatou a se tornar arauto de galactus.
Em certo momento, o Surfista e Nova se
encontram e se encantam um com o outro. Nova é descrita como “Tão jovem, tão
adorável, tão transbordante de vida”. A atração mútua é consequência das
diferenças entre os dois. Em contraste com a natureza melancólica do surfista,
Nova parece uma criança despreocupada maravilhada com o poder cósmico. Mas ambos
têm algo em comum: a preocupação com a vida. A nova arauta do Galactus escolhe
para ele apenas planetas que não têm vida.
Mas uma trama de Mefisto faz com que ela mude
completamente. Enfeitaçada pelo demônio, ela passa a levar o deus até planetas
repleto de espécies vivas e cabe ao Surfista detê-la.
Um dos aspectos interessantes dessa graphic é o
fato dela ter sido feita toda com quadro por página. Não é uma novidade, como
diz Stan Lee em sua apresentação. No Brasil Carlos Zéfiro já fazia isso décadas
antes. Mas funciona muito bem para destacar a arte do incrível John Buscema. E deve
ter sido um desafio imenso colocar texto em imagens que por si só já narram a
história. Um desafio que Lee supera facilmente, como se observa no trecho: “Como
explicar uma batalha onde forças colidem enquanto as próprias galáxias
estremecem e se convulsionam num agonizante caos? Não há palavra conhecidas por
qualquer ser vivo capazes de exprimir a selvageria de tamanho espetáculo”.
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