domingo, dezembro 13, 2020

Quarteto Fantástico – surge o Pantera Negra

O Pantera Negra é um dos heróis mais famosos da Marvel atualmente. Mas quando surgiu, era um personagem secundário do Quarteto Fantástico. O herói africano surgiu nos números 52 e 53 do título do Quarteto e a narrativa dava a entender que se tratava de um vilão. Na história, o Quarteto ganha de presente do rei de Wakanda um veículo extremamente tecnológico que viaja através de ondas magnéticas (Kirby e Lee adoravam essas explicações pseudo-científicas). Em troca, o Pantera pede que os heróis viagem para seu reino. Intrigados, os heróis aceitam o convite e levam junto um colega de quarto do Tocha, Wyatt Wingfoot, um personagem que passa a maior parte do tempo dormindo, mas quando acorda é pau para toda obra. Em Wakanda, os heróis se deparam com uma série de armadilhas que os aprisionam um a um. A história em nenhum momento explica porque o Pantera faz isso – aparentemente só por diversão. Mas na verdade é apenas para cumprir a regra básica do universo Marvel: sempre que heróis se encontram, eles brigam.
Os cenários de Jack Kirby eram sempre muito elaborados. 

Na edição seguinte, T'Challa conta sua história – que difere em alguns pontos do que hoje conhecemos sobre o personagem. Naquela primeira versão, por exemplo, Tchalla foi o primeiro a usar o uniforme do Pantera e Wakanda só se tornou um reino tecnológico recentemente. Mas já existem as ricas reservas de vibranium. Além disso, o uniforme do herói também tem um capa, que seria esquecida nas encarnações posteriores do personagem. Algumas coisas chamam muita atenção na história. A primeira delas é a forma encadeada com que Lee e Kirby faziam as histórias. No meio da trama do Pantera Negra aparece uma página inteira de gancho para uma história futura com os Inumanos (o que certamente deveria dar uma dor de cabeça sem tamanho para editores de outros países que não adotassem a cronologia Marvel). Outro fator é o fato de que Kirby era minimalista nos uniformes. O uniforme do Pantera é todo preto, ainda mais minimalista que o do quarteto. Coisa de quem tinha que desenhar vários gibis todo mês e não podia perder tempo desenhando detalhes em uniformes. Mas o cenário em especial os mecanismos são extremamente detalhados, como se Kirby não conseguisse segurar sua imaginação quando os desenhava. Vale destacar, no entanto, que, embora minimalista, os uniformes funcionavam muito bem.

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