segunda-feira, janeiro 18, 2021

Sonja – o demônio da floresta

 

Conan tem uma incrível variedade de histórias e temas ao longo de mais de uma década de publicação pela Marvel. Mas algo que a série nunca teve foi humor. Algo, no entanto, que era essencial nas histórias de Sonja, especialmente nas HQs escritas por Bruce Jones. Ótimo exemplo disso é a história O demônio da floresta, publicado na revista Marvel Feature (1975) n° 5, com desenhos de Frank Thorne, um artista que sabia como ninguém explorar todos os aspectos da personagem – da sensualidade ao senso de humor. Na história, Sonja chega um vilarejo onde o grã-mestre está oferecendo uma recompensa para quem matar o demônio da floresta, responsável pela morte de uma criança. Sonja se oferece e, junto com ela um menestrel galanteador, Tusan. O humor da história fica muito por conta da forma como a heroína lida com as cantadas de Tusan e de um grandalhão, Bramus, que também busca a recompensa. Há toda uma sequência em uma taverna em que a guerreira hirkaniana se diverte com os dois, jogando-os um sobre o outro, chutando um banco para que Bramus caia e provocando uma briga generalizada no bar enquanto se diverte bebendo cerveja. A trama segue deliciosa até o fim, com várias reviravoltas e uma piada final, na qual Sonja mais uma vez escarnece do menestrel. Tudo isso, claro, só funciona graças ao desenho de Thorne, que faz a personagem com expressão de deboche, divertida. Para quem não conhece Sonja, ela jurou só entregar sua castidade para o homem que a vencer em combate – isso faz com que suas histórias cortejam a sensualidade que nunca se realiza. Bruce Jones soube aproveitar isso como elemento narrativo de humor como ninguém.

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