sexta-feira, janeiro 21, 2022

Batman – Gótico

 


No final da década de 1980, Grant Morrison era uma das estrelas da invasão britânica nos comics americanos, mas era famoso por roteirizar um personagem de terceiro escalão, o Homem-animal, que sob sua batuta se tornou extremamente popular. Até  1989 ele não tinha trabalhado com os grandes personagens da editora. Foi quando ele fez a famosa asilo arkhan e uma missérie em cinco partes, Gótico, com desenhos de Klaus Jason.

Na trama, um personagem misterioso chamado Sussurro, está matando alguns dos principais mafiosos de Gothan. A situação é tão desesperadora que os chefões pedem ajuda do Cavaleiro das Trevas.

A coisa fica tão feia que os mafiosos de Gothan pedem ajuda ao Batman. 


Sussurro aparentemente foi morto pelos mafiosos e está empreendendo uma jornada de vingança. Ao matar ele envia bilhetes, na sua maioria citações de autores que vão de John Milton a William Shakespeare.

Grant Morrison ficou famoso pela eterna briga com Alan Moore, mas qualquer um que observe seu trabalho percebe que ele foi muito influenciado pelo bardo. Sussurro, com suas citações literárias, seu ar misterioso e sua jornada de vingança são nitidamente influenciados por V for Vendeta.  

A história é muito violenta, no estilo dos quadrinhos do Batman da década de 80. 


Além disso, há coisas que não se encaixam. Embora o vilão tenha elaborado um complexo plano de rendenção e toda a trama seja soturna, no final, ele coloca Batman numa armadilha que consiste numa vela queimando uma corda que libera um barril de petróleo sobre o herói. Parece Morrison fazendo um tributo aos quadrinhos da era de prata, mas aqui isso simplesmente não encaixa – o tom é outro.

Batman sendo colocado numa armadilha ridícula. Será que Morrison achou que isso encaixava com o resto? 


Apesar dos problemas, é uma boa história de Batman. Para começar, o personagem é soturno como deve ser, a trama tem ritmo e e não se perde em tramas paralelas que não têm importância (algo comum em alguns histórias da era de bronze). Além disso, a história ganha muito com os desenhos de Klaus Jason, que aprendeu muito em sua parceria com Frank Miller e é um ótimo arte-finalista.

Essa história foi publicada no brasil pela editora abril em 1991 na série Conto de Batman e foi recentente publicada em volume único pela Panini.

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