Quando criança cantávamos uma corruptela da música do desenho animado do aracnídeo: “Homem-aranha, homem-aranha, nunca bate, só apanha”. A música representava bem uma característica bem marcante das primeiras histórias do personagem: antes de finalmente vencer, ele apanhava muito.
Exemplo disso é o número
13 da revista Amazing Spiderman na qual o personagem enfrenta pela primeria vez
o vilão Mystério.
Um onda de crimes assola Nova York. Seria obra do Homem-aranha?
A revista já chama atenção
pela capa inusitada, com o herói lançando sua teia sobre Mystério, e a teia a
derrete no ar. A chamada da capa diz: “Nós conseguimos ! criamos o maior vilão
de todos para o velho aranha!”. Abaixo, dois quadros menores, com legendas no
formato de seta. Em um deles, o Aranha joga suas teias sobre um homem ao lado
de um confre: “O que é isso??! O Homem-aranha se volta para o crime?! Você vai
ficar chocado!”. Na outra, um homem bem vestido aponta um divã para o herói:
“Já viu algum super-herói de revistas em quadrinhos levar seus problemas até um
psiquiatra? Pois você vai ver!”.
De fato, ambas as coisas
acontecem na história. Nova York é assolada por uma onda de crimes efetuados aparentemente
pelo Homem-aranha. Acreditando que cometeu os crimes enquanto estava dormindo,
como uma espécie de sonambulismo, Peter Parker decide ir num psiquiatra!
Atormentado pela dúvida, o herói resolve consultar um psiquiatra.
Na história, Mystério
desafia o aranha a enfrentá-lo no alto da ponte do Brooklyn. E no desafio, o
herói apanha de todas as maneiras possíveis, incapaz de revidar no meio da
névoa criada por Mystério e o aparelho que bloqueia os efeitos do sentido de
aranha.
Dois pontos merecem
atenção: o fato de Stan Lee colocar o conflito na ponte do Brooklyn, um local
que todos os nova iorquinhos conhecem, aumentava a identificação dos leitores
com as histórias.
O herói apanha muito. E depois apanha mais.
A outra questão é: como
Mystério sabia que o herói contava com um sentido de aranha? Afinal, essa não
era uma parte visível dos poderes do mesmo. Naquela época corrida, em que
várias revistas eram tocadas por uma equipe mínima, ninguém deve ter se
preocupado com esse detalhe. E isso ficou apenas como mais um mistério.
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