sábado, julho 02, 2022

Monteiro Lobato: O Minarete

 

José Renato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Alguns anos depois modificou seu nome para José Bento, pois desejava usar uma bengala que fora do pai e que estava marcada com as iniciais J.B.M.L. Tinha duas irmãs, Judite e Ester, e brincava com brinquedos rústicos, feitos de sabugo de milho, chuchus e mamão verde.
            Esses primeiros anos influenciaram em muito a sua produção infantil. A Taubaté daqueles tempos certamente tinha um pouco do que viria a ser o Sítio do Pica-Pau Amarelo.
            Desde pequeno Lobato adorava livros. Devorou a toda a biblioteca do avô paterno, o Visconde de Tremenbé. Leu tudo que havia para crianças na época - o que não era muito. Ainda não surgira um Monteiro Lobato para escrever livros que as crianças realmente apreciassem...
            Os principais traços da personalidade do escritor já se delineavam na época. Extremamente sincero, Lobato falava o que queria, abusando da ironia e do cinismo.
            Aos 15 perde o pai, aos 16, a mãe.
            Nessa época ele estudava num colégio em São Paulo, onde fundou vários jornais, usando pseudônimos. Lobato queria ser escritor, ou pintor. Por ele, faria a escola de Belas Artes. Mas o avô queria vê-lo advogado, ou juiz. Assim, no ano de 1900, com 18 anos, o jovem escritor entra para a Faculdade de Direito de São Paulo. Lá ele faz amizade com várias outras pessoas que adoram literatura, entre eles Godofredo Rangel e o poeta Ricardo Gonçalves. Fundam o grupo literário O Minarete. Minarete era a república onde eles moravam, um chalé amarelo, chamado assim em homenagem às mesquitas maometanas. Todos eram boêmios e rebeldes.
            Em 1904 Lobato forma-se em direito e volta para Taubaté. Continuaria a ter contatos com os amigos, em especial com Godofredo Rangel, com o qual se corresponderia até o fim da vida. Todas essas cartas foram reunidas em dois livros, chamados de A Barca de Gleyre.
            Monteiro Lobato escrevia cartas como ninguém. Durante toda a sua vida, ele jamais deixou de responder as cartas dos amigos, fãs e, principalmente, crianças. Algumas dessas cartas foram reunidas em livros, Cartas Escolhidas, e Cartas de Amor, com as missivas que ele mandava para sua esposa, Purezinha, ainda na época do namoro.

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