quarta-feira, agosto 31, 2022

Homem-Aranha encontra Kraven, o caçador

 


Kraven, o caçador tornou-se um vilões mais célebres do homem-aranha depois da história A ultima caçada de kraven, de JM De Matteis e Mike Zeck. Mas esse personagem surgiu muito antes. Mais especificamente em The amazing spiderman 15, de 1963.

Na trama, o Camaleão quase é pego pelo Aranha e decide que precisa contratar alguém para eliminá-lo. Se você não sabe quem é o Camaleão, está desculpado. Embora esse fosse um dos principais vilões do aracnídeo nas primeiras histórias, com o tempo ele praticamente desapareceu.

O Camaleão resolve contratar Kraven, que surge em Nova York como celebridade. 


O Camaleão, cujo poder estava relacionado ao disfarce, refletia: “Ele é perigoso demais para mim, e ninguém seria louco para atacá-lo para me ajudar!”. Nesse momento ele lembra de alguém seria louco o bastante: Kraven, o caçador.

Curiosamente, quando o personagem aparece pela primeira vez na história, ele é uma celebridade a ponto de JJ Jameson ter ido pessoalmente ao porto recebê-lo, levando Peter Parker para registrar o momento.

Ditko e Lee aproveitam essa chegada para mostrar as habilidades de Kraven: Jaulas que estavam sendo retiradas no navio desabam, liberando feras selvagens, como cobras e gorilas. Kraven os captura um a um, para delírio da galera. Um acontecimento muito conveniente para o roteirista, eu diria.

Um acidente permite a Kraven mostrar sua habilidades. Isso que chamo de roteirismo. 


Mas a grande fera que o caçador quer capturar é ninguém menos que o Homem-Aranha. Para isso ele coloca na mão e no pé direitos do herói algemas magnéticas, que não só tendem a se aproximar como ainda têm sininhos embutidos que tocam quando ele se mexe.

O herói está em apuros, pois não só as algemas tendem a imobilizá-lo, como ainda alertam o vilão sobre sua posição. Mas as sequências em que o herói está em desvantagem duram pouco. O aranha joga fluído de teia nas algemas anulando os sininhos e a partir daí domina a caçada.

É inevitável pensar no seguinte: como Kraven tivera tecnologia para desenvolver algemas magnéticas, mas não tivera a ideia de fazer algum mecanismo eletrônico de som, ao invés de depender de sininhos que poderiam ser silenciados com teia?

Kraven inventa algemas tecnológicas e coloca sininhos nelas. Sim, sininhos. 


Assim que o aracnídeo consegue prender o caçador em sua teia, aparece a polícia e prende não só ele, como o camaleão: “Eu não fiz nada! É o Kraven que vocês querem! Ele anda caçando seres humanos!”.

De novo fica a pergunta: por que a polícia leva Kraven preso, já que a única prova contra ele era o relato do aranha, que a essa altura já tinha se escondido para tirar fotos? E como o camaleão, que antes parecia um vilão frio, resolve confessar a trama, assim, sem mais nem menos?

Entretanto, a narrativa visual de Ditko e o texto de Lee eram tã divertidos que os leitores tendiam a ignorar essas inconsistências do roteiro.

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