quinta-feira, novembro 03, 2022

X-men – O caso Doomsmith

 


Chris Claremont seria um escritor tão importante para o grupo de mutantes que seu nome estaria para sempre ligado a eles, mas quando escreveu a primeira história dos personagens era só um ex-estagiário substituindo o já veterano Len Wein, tanto que ele escreveu em cima de um plot criado por Wein.

A história, publicada em X-men 94 e 95 chamava-se O caso Doomsmith e já começava com os X-men originais avisando o professor Xavier que estavam fora do grupo. Dos antigos, apenas Banshee  e Cíclope ficam, de modo que a equipe é quase toda renovada.

O próprio Claremont viria a declarar depois que a o grupo tinha três personagens muito parecidos: Solaris, Pássaro Trovejante e Wolverine, o que era um problema para o roteirista. Como criar situações e diálogos sem que um parecesse cópia do outro? Claremont já se livra de Solaris logo na segunda página: o japonês invocado simplesmente diz que seu único compromisso é com seu país e seu imperador e dá no pé.

A destruição do jato dos X-men é uma desculpa para Cockrum fazer uma das suas famosas cenas de impacto. 


 A trama gira em torno do Conde Nefária, que usa seus homens-animais para invadir a montanha de Valhalla, o centro nervoso do sistema de defesa dos EUA. Ocorre que ele inadvertidamente liga o sistema Doomsmith, que faz com que os misseis nucleares sejam lançados automaticamente – um sistema que a partir de certo ponto não pode ser desativado.

Assim que chegam ao local, o avião dos X-men é atingido, uma desculpa para que Dave Cockrum fizesse uma de suas cenas de impacto, com os heróis caindo. Essa sequência, inclusive, já revela um problema de Claremont: o excesso de diálogos. Durante a queda os personagens conversam tanto que dava tempo deles caírem, subirem e caírem de novo.

Ainda assim, a trama é divertida, envolvente e repleta de ação e boa caracterização de personagens.

Pássaro Trovejante morre fazendo algo idiota. 


Até o final da história, claremont dá um jeito de se livrar de mais um herói, dessa vez o Pássaro Trovejante. Ele simplesmente pula no jato do Conde Nefária e bate no veículo até que ele fique desgovernado e simplesmente exploda. Era claremont usando e abusando do roteirismo: como não gostava do personagem, obriga o personagem a fazer algo idiota, que culmina na sua morte.

Embora a morte de um X-man tenha sido anunciada na capa, no miolo o professor Xavier passa exatamente uma página lamentando a morte, o que mostra o quanto o episódio teve pouca importâcia. Perto da morte da Fênix, que mobilizou edições inteiras, é como se a morte de Pássaro Trovejante passasse batido. O lado bom é que isso liberou Wolverine para se tornar um personagem de destaque no grupo.

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