domingo, junho 11, 2023

Conan contra Thak

 

A capa de Barry Smith é impressionante. 

Em Conan the barbarian 11, Roy Thomas e Barry Smith adaptaram uma história original de Robert E. Howard intitulada Inimigos em casa.

A trama começa com o cimério na prisão, após matar um sacerdote que o atraiçoara (essa trama anterior, que no texto de Howard ocupava só um parágrafo, tinha sido desenvolvida por Thomas para ocupar todo o número 10 da revista.

Enquanto aguarda para ser executado, o cimério se lembra de como chegara até ali graças à traição da prostituta Jena, uma personagem que surgira nos primeiros números e que ele já salvara mais de uma vez. Apaixonada por outro homem, ela o entrega para a guarda em troca de ouro.

Mas o bárbaro está com sorte: um nobre chamado Murilo arquiteta sua fuga com a condição de que ele mate o sacerdote vermelho. O plano é descoberto, mas mesmo assim Conan consegue fugir e resolve cumprir sua parte no acordo. Aqui mais uma vez a publicação reflete a filosofia de Howard segundo a qual os homens selvagens são muito mais honrados que os civilizados.

Conan vingativo: um herói nada convencional. 


Antes de cumprir o acordo, conan vai até Jena e se vinga dela e do amante. O amante é morto, mas a garota é jogada do alto de um prédio diretamente num rio. É curioso que essa sequência tenha passado pela censura do comics code. Ela deixava claro que Conan era um herói completamente diferente dos outros publicados nos comics. Quem poderia imaginar o Capitão América numa jornada de vingança?

A tentativa de conan de cumprir o acordo esbarra num imprevisto: um macaco criado pelo sacerdote vermelho desde pequeno resolvera tomar o seu lugar e provoca um rastro de morte por onde passa. E o cimério terá que enfretar essa fera sobrenatural.

A primeira aparição do macaco: uma cena impressionante. 


A primeira aparição do macaco – vestido como o sacerdote vermelho – é uma amostra perfeita de quanto a arte de barry Smith poderia ser detalhista e impactante. O tipo de imagem que tornaria o desenhista famoso. Já Thomas maneja muito bem o texto: “Sob o capuz escarlate, uma carranca que deveria existir somente em pesadelos ou nas raias da loucura me fitou! Olhos fulgurantes, narinas fumegantes, presas amareladas... mãos imensas e disformes”.

O entrosamento entre desenhista e roteirista, cada vez mais evidente, fazia com que a revista, que estava em vias de ser canceladas por baixas vendas, galgasse aos poucos o posto de uma das mais vendidas da Marvel.

Sem comentários: