sábado, junho 03, 2023

Perry Rhodan 55 – A sombra do Supercrânio



O segundo ciclo da série Perry Rhodan passou a focar principalmente nas tramas de espionagem e o volume que deixou isso absolutamente claro foi o número 55, A sombra do Supercrânio. Escrito por Kurt Brand, o livro foca em alerta de perigo emitido por um dos mutantes colocados como espiões nos muitos mundos do império arcônida. Antes de morrer ele envia para uma nave a mensagem: “Três toques de sino”, que significa uma ameaça extrema à Terra.

Para investigar o caso, Perry Rhodan envia outro mutante, o telepata Fellmer Lloyd, que ingressa no planeta Volat com a incumbência de descobrir qual é essa ameaça.

Apesar de algumas boas sequências de ação e suspense, em especial no início, esse é um volume morno, nitidamente de preparação de uma trama maior. Kurt Brand também não é um escritor de destaque, o que faz com que a história pareça muitas vezes estar se desenvolvendo na marcha ré. Há um momento, por exemplo, que Fellmer cria um grupo para invadir um prédio, grupo que é simplesmente eliminado sem mais nem menos e aparentemente sem consequências (vale destacar que embora cada autor recebesse um resumo do volume que ia escrever, havia muita liberdade para colocar mais elementos na trama).

A capa original alemã. 


Assim, o capítulo mais interessante do livro é quando Fellmer entra na selva e encontra a cidade dos volatenses, os habitantes originais do planeta. Os mesmos são insetos dotados de inteligência. Brand faz uma boa descrição de sua cultura e sua forma de organização social.

Assim por exemplo, “O centro da cidade era formado por uma gigantesca praça na qual se via uma construção em forma de favos, que sobressaía em meio às outras como se fosse um monumento”. As mulheres eram do tamanho dos machos, mas apresentavam um aspecto mais delicado e gracioso: “Suas antenas tinham quase o dobro do comprimento das dos homens, e eram muito mais robustas; e seus impulsos mentais chegavam a Lloyd com o dobro da intensidade”.

A sociedade era dominada pelas fêmeas, de modo que os machos não exerciam qualquer influência na vida pública ou privada. Mas, de três em três anos, a inquietação se apossava de todos os volatenses adultos, e então todas as diferenças se apagavam. Todos eram iguais”.

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